terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

 



CNS discute desafios para garantir direito universal à Saúde em tempos de negacionismo, durante debate na UFRGS

O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, foi palestrante de uma atividade integradora promovida pelo curso de graduação de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O evento, na sexta (11/02), reuniu alunas(os) e professoras(es) para discutir os desafios do direito universal à Saúde, em tempos de negacionismo e pandemia.

Na ocasião, Pigatto apresentou as ações realizadas pelo CNS e a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no combate à Covid-19, que, até o momento, já levou a óbito mais de 630 mil pessoas e o contágio de quase 30 milhões de brasileiros.

Para o presidente do Conselho, não é possível garantir o tempo em que o Brasil conseguirá retomar plenamente suas atividades sociais. Entre os desafios para este período está o desfinanciamento do sistema público de saúde. Segundo Pigatto, só a Emenda Constitucional 95/2016 vai retirar 25 bilhões do SUS em 2022.

Há ainda uma série de dispositivos que previam verbas para o enfrentamento à pandemia, mas que foram vetados pelo presidente da república. Pigatto destaca a proposta aprovada pelo Congresso que remanejou mais de R$ 600 milhões do orçamento, que anteriormente seriam utilizados para o financiamento de pesquisas e foram destinados para aplicações em outras áreas.

“O negacionismo é a forma de atuar deste governo e a origem de tudo está num projeto de morte. Para um presidente que diz que matou pouca gente na ditadura militar, a pandemia da Covid-19 veio para colocar o projeto que ele acredita em prática. Este é o nosso cenário atual e precisamos de alternativas para sair dele”, afirma Pigatto.

“Vivemos momentos difíceis para garantir direito universal à saúde, com o avanço de uma política fascista e ataques aos direitos humanos. Queremos fazer essa discussão e avaliar os desafios da saúde coletiva. O CNS tem tido um papel importante da resistência no direito universal à saúde”, avalia o professor Tadeu de Paula Souza. Para os participantes da roda de conversa, a pandemia da Covid-19 evidenciou que somente países com sistemas de saúde robustos conseguiram enfrentar os desafios impostos. No Brasil, entre as principais reflexões para o fortalecimento do SUS, está o investimento na Atenção Básica e nos territórios e no fortalecimento do complexo industrial farmacêutico, como campo de investimentos e gerador de empregos, renda e soberania nacional.

Além disso, destaca-se a urgente revogação da EC 95, que congelará recursos para áreas sociais até o ano 2036. “O Brasil foi abandonado pelos que optaram pelo ajuste fiscal, pela manutenção da EC 95, pela redução do auxílio emergencial e pelo fim da verba emergencial para enfrentamento à pandemia”, avalia Pigatto.

Os desafios dos movimentos populares para defender a vida e a saúde de toda a população, no momento de ataque à democracia e iniciativas de enfraquecimento do sistema público de saúde, passam pelo fortalecimento da participação social e construção coletiva de ações pelo direito humano à Saúde.

“Queremos exemplos de luta, capacidade e resistência, queremos somar força para ativar dispostos, fazer trabalhos, produzir conhecimento em ação e militância para que a gente consiga minimamente recuperar um país que seja decente para todos”, afirma o professor Dario Frederico Pasche.

As atividades integradoras da UFRGS são destinadas a professores e alunos e acontecerão ao longo do semestre com a participação de outros convidados para debates sobre o tema.

Ascom CNS

Foto: Divulgação

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Pesquisa busca vacina contra HIV com tecnologia similar à da Covid, destaca Folha de S. Paulo

 



Uma vacina com tecnologia semelhante à usada na imunização contra Covid-19 está sendo testada em centros de pesquisa brasileiros para prevenir a infecção pelo HIV, o vírus causador da aids. A pesquisa está na fase três, quando são realizados testes em seres humanos. Os resultados saem em dois anos e meio.

Ao mesmo tempo, a Faculdade de Medicina da USP acaba de aderir a um consórcio internacional que busca novas soluções para eliminar o HIV de dentro das células dos pacientes infectados. Outros grupos, como o da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), também perseguem o mesmo objetivo em diferentes projetos de pesquisa.

Após 40 anos dos primeiros diagnósticos de Aids, nos Estados Unidos, a doença que já matou mais de 35 milhões de pessoas no mundo, das quais 350 mil no Brasil, continua mobilizando pesquisadores em busca da cura.

A meta da ONU (Organização das Nações Unidas) é acabar com a epidemia de Aids até 2030, mas as desigualdades de acesso a métodos de prevenção e de tratamento ainda são gritantes, especialmente nos países de baixa renda.

Embora existam avanços importantes na prevenção, tratamento e controle do HIV, os pacientes seguem precisando de terapia antirretroviral contínua e correm o risco de agravamento do quadro de saúde e de morte caso haja interrupção. Sem contar o estigma que ainda circunda a doença.

“Tudo mundo fala em pandemia, pandemia, pandemia. Mas vivemos há 40 anos uma pandemia da Aids, que infecta milhões de pessoas no mundo todo, que causa mortes todos os anos no Brasil e que parece, para muita gente, que acabou. Talvez seja mais fácil eliminar ou controlar bem a pandemia de Covid-19 do que a de HIV”, afirma o infectologista Esper Kallás, professor titular da USP e que lidera pesquisas sobre HIV na universidade.

A USP integra o projeto de vacina contra a Aids chamado Mosaico, patrocinado pela farmacêutica Janssen e que envolve instituições dos Estados Unidos, Europa e América Latina, com mais de 3.800 pessoas. No Brasil, participam centros de pesquisa em São Paulo, Manaus, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba.

O objetivo é verificar a eficácia de um imunizante contra o HIV tipo 1 e seus subtipos mais frequentes nas Américas e na Europa. Há outro estudo “primo-irmão” do Mosaico sendo feito na África.

Foi a partir da plataforma da Janssen usada no desenvolvimento da vacina contra a Covid-19 que surgiu a ideia de aplicar a mesma tecnologia para buscar um imunizante contra o HIV, utilizando, inclusive, o mesmo vetor, o adenovírus.

Segundo o infectologista Bernardo Porto Maia, coordenador do projeto no Instituto de Infectologia Emilio Ribas (SP), o adenovirus26, causador de resfriado comum, é alterado em laboratório para não causar a doença.

A esse adenovírus modificado é acoplado um mosaico de estruturas genéticas dos mais diversos subtipos de HIV tipo 1 circulantes nos territórios onde o estudo acontece.

“Quando recebe essa vacina, o adenovírus funciona como um cavalo de Troia para conseguir expor o indivíduo ao HIV. A pessoa não se infecta com o vírus, mas entra em contato com estruturas genéticas dele a ponto de induzir uma resposta de defesa contra esse vírus”, explica Maia.

Na fase pré-clínica do Mosaico, feita com chimpanzés, os pesquisadores chegaram a um grau de eficácia de 67%. Porém, isso ainda precisa ser comprovado em humanos. “Não sabemos se em humanos vai ser igual, menor ou maior. Mas a gente acredita que, pelas características da vacina, vai haver uma eficácia relevante.”

Há outros estudos no mundo buscando uma vacina contra o HIV, mas o Mosaico é hoje o que está em fase mais avançada. Projetos anteriores pouco prosperaram. Um deles, realizado na Tailândia, alcançou eficácia de 31%, considerada muito baixa para uma vacina.

“O HIV tem uma diversidade genética muito grande, que dificulta a criação de uma única estratégia de vacina global. Mas é na vivência de momentos críticos de saúde pública que se tem os maiores avanços de pesquisa. Talvez o HIV se beneficie desse conhecimento que a Covid-19 tem trazido para a ciência e a produção de vacina e de novas tecnologias”.

Outra linha de pesquisa promissora busca novas soluções para bloquear e trancar o HIV dentro das células do paciente infectado e, por meio de engenharia genética, eliminar o vírus e alcançar a cura.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP acaba de se unir a uma rede global de pesquisadores que persegue esse objetivo. O consórcio tem investimentos de US$ 26,5 milhões do NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA) por cinco anos. É liderado por três instituições americanas (Gladstone Institute, Scripps Research Florida e Weil Cornell Medicine), que tem colaboradores pelo mundo. No Brasil, o grupo da USP foi o único escolhido.

“A cura é um anseio da comunidade científica desde a descoberta do vírus. Todo mundo tentou e nunca deu certo até aparecer o Timothy Ray Brown [primeira pessoa curada do HIV e que morreu ano passado vítima de câncer]”, diz o infectologista Kallás, coordenador da pesquisa no Brasil.

Brown, que ficou conhecido como “paciente de Berlim”, curou-se após receber transplante de medula óssea de um doador com resistência natural ao vírus da aids. Depois dele, Adam Castillejo, o “paciente de Londres”, também se livrou do vírus por meio do mesmo método.

Mas como fazer transplante de medula em todo mundo é inviável, várias estratégias de remissão sustentada do HIV começaram a ser buscadas.

Um dos maiores desafios tem sido encontrar formas eficazes de “acordar” o HIV dentro das células e eliminá-lo. Uma pessoa em tratamento antirretroviral tem um reservatório muito pequeno de células com o vírus HIV e elas costumam ficar escondidas.

Segundo Kallás, um diferencial do centro da USP é contar com profissionais que buscam estabelecer um contato mais próximo com a comunidade mais vulnerável ao HIV no Brasil, como homens que fazem sexo com homens, mulheres trans e profissionais do sexo, para participarem dos estudos.

Um das propostas será avaliar a interação do HIV em mulheres trans que fazem uso da reposição hormonal. Segundo algumas teorias, esses hormônios interferem na dinâmica do vírus nesses reservatórios e isso pode dar pistas para novos tratamentos.

Nas pesquisas conduzidas pela Unifesp, a estratégia de tratamento combina dois tipos de medicamentos também com objetivo de acordar o vírus, tirando-o do estado de latência, e matar a célula com o vírus.

No estudo piloto, com 30 voluntários distribuídos em seis braços, três pacientes tiveram a doença controlada, sendo que um deles chegou a ser considerado curado após o HIV desaparecer de suas amostras sanguíneas. Mas no fim do ano passado, ele voltou a apresentar o vírus. A hipótese, ainda sob estudo, é que tenha sido reinfectado por um novo subtipo de HIV.

Segundo o infectologista Ricardo Sobhie Diaz, que lidera o grupo de pesquisa da Unifesp, até o final deste ano será iniciada nova fase dos testes clínicos, com algumas adaptações do tratamento em relação ao protocolo inicial.

Serão acompanhados 70 voluntários, sendo que 60 vão receber o novo tratamento com a combinação de medicamentos e outros dez serão o grupo controle, que vai usar coquetel antirretroviral convencional. “Tivemos mais de 500 pessoas querendo participar do estudo. As pessoas têm vontade de, eventualmente, deixar de tomar remédio.”

Diaz diz que a pandemia atrasou o início dessa segunda etapa do estudo. “Não seria ético trazer pessoas que estão bem [com o tratamento tradicional] para vir todos os meses para um ambiente hospitalar participar de estudo”, afirma.

Fonte: Folha de S. Paulo

Série ‘Deu Positivo’, que retrata histórias de pessoas com HIV, pode ser assistida na Globoplay

 


Série ‘Deu Positivo’, que retrata histórias de pessoas com HIV, pode ser assistida na Globoplay

Está disponível na plataforma da Globoplay a série Deu Positivo, que retrata episódios de preconceito, empatia e solidariedade na vida de pessoas com HIV. Em três episódios, jovens que vivem com o vírus há alguns anos narram como foi tornar aberta a sua sorologia.

O cenógrafo e performer Victor Bebiano, de 23 anos, por exemplo, conta que guardou segredo sobre sua sorologia por quase cinco anos. Quando resolveu abrir o jogo, usou o Instagram. “Fiz com o intuito de ajudar os outros, mais do que para me ajudar. Quando dei esse passo, já estava fortalecido”, afirma.

Assim se seguem relatos comoventes, sem autovitimização, de personagens bem-resolvidos. O recado deles é basicamente que o HIV não impede ninguém de levar uma vida normal. E mais: tornar a sorologia pública equivale a se livrar de um fardo. É como declara Gabriel Comicholi no filme: “Um dia, conversando com um amigo, contei que era soropositivo. E ele reagiu dizendo: ‘Nem parece!’. E eu pensei: ‘O que é parecer?’”. Foi o que moveu o rapaz a romper o silêncio.

“Deu positivo” fala diretamente ao público jovem, com linguagem leve.

Fonte: AGENCIA NOTICIA DA AIDS 

 


sexta-feira, 3 de abril de 2020

Especialistas recomendam cuidados para pessoas com HIV se prevenirem do coronavírus



Autoridades de saúde pública dos Estados Unidos e da China esclareceram dúvidas sobre o coronavírus e HIV na última Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI 2020), que aconteceu virtualmente. Segundo os especialistas disseram que, embora ainda não existam dados consistentes sobre o coronavírus em pessoas com HIV, o risco pode ser elevado naqueles com baixa contagem de CD4 e naqueles sem acesso consistente ao tratamento para o HIV.
Embora a maioria das pessoas infectadas com o novo coronavírus – oficialmente chamado SARS-CoV2 – tenha doenças leves, cerca de 20% desenvolvem doenças mais graves. Pessoas idosas, indivíduos com condições de saúde subjacentes e pessoas com sistema imunológico comprometido correm maior risco de desenvolver complicações graves.
Epidemiologia na China
O Dr. Zunyou Wu, do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CCDC), forneceu uma visão geral da linha do tempo do surto em Wuhan, China, onde a epidemia surgiu pela primeira vez.
Onze dias após três casos incomuns de pneumonia na mesma família foram notificados ao CCDC em 27 de dezembro, o SARS-CoV2 foi identificado e, em poucos dias, o vírus foi sequenciado e os primeiros kits de teste foram distribuídos. A cidade de Wuhan foi fechada em 23 de janeiro, seguida por um ‘cordão sanitário’ da província de Hubei, que cobria 59 milhões de pessoas.
“Era um vírus novo e não tínhamos imunidade, tratamento, vacina ou maneiras mágicas de controlá-lo”, disse Wu. “Tudo o que usamos foram medidas fundamentais de saúde pública”. Ele estimou que esses esforços impediram pelo menos um milhão de casos na China.
A maioria dos casos no surto de Wuhan surgiu de contato próximo e freqüentemente ocorreu em grupos de famílias, informou Wu. A febre é o sintoma mais comum, ocorrendo em cerca de 80% dos pacientes, enquanto cerca de 40% desenvolvem tosse. Muitas pessoas com doenças leves têm poucos sintomas, embora Wu tenha dito que a verdadeira infecção assintomática “parece ser rara”.
Entretanto, conforme descrito por Ralph Baric, da Universidade da Carolina do Norte, o COVID-19 pode progredir para a síndrome do desconforto respiratório agudo, que ocorre quando os sacos de ar danificados (alvéolos) nos pulmões não conseguem mais trocar adequadamente o oxigênio, potencialmente levando à hipóxia (baixa níveis de oxigênio), falência de órgãos e morte. Além disso, lesões pulmonares adicionais são causadas pela resposta do sistema imunológico à infecção. A fibrose pulmonar, ou o desenvolvimento de tecido cicatricial, pode causar danos duradouros mesmo depois que uma pessoa se recupera da infecção.
Respondendo a perguntas da platéia virtual, Baric disse que ainda não está claro se as pessoas infectadas desenvolvem imunidade (e, em caso afirmativo, quanto tempo dura), se o vírus estabelece reservatórios duradouros no corpo ou se pode ocorrer reinfecção.
Para quem vive com HIV 
John Brooks, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, discutiu a disseminação do coronavírus para fora da China. “A rápida disseminação generalizada em nosso mundo hiperconectado cria desafios em tempo real” quando se trata de prever o curso da epidemia, disse ele.
Novos casos de COVID-19 atingiram o pico na China no início e meados de fevereiro e depois caíram drasticamente. A epidemia começou então a aumentar em outras partes do mundo.
Brooks discutiu a transmissão do SARS-CoV2, observando que a infecção se espalha principalmente através de gotículas respiratórias no ar – como as liberadas quando uma pessoa tosse ou espirra – que caem nas superfícies. O vírus pode ser transmitido quando alguém toca essas superfícies e o transfere para a boca, nariz ou olhos. O vírus é detectável nas fezes, mas a disseminação fecal é “improvável no momento”, segundo Brooks. A transmissão perinatal não foi observada e o vírus não foi detectado no líquido amniótico ou no leite materno.
Até o momento, não há dados específicos sobre o COVID-19 em pessoas imunocomprometidas, mas por analogia com outros vírus respiratórios, é mais provável que essas pessoas desenvolvam a doença de forma grave.
“Entre as pessoas que vivem com HIV – muitas com 50 anos ou mais e com condições coexistentes – é provável que o risco seja maior para aqueles com baixa contagem de células CD4 e para aqueles que não fazem terapia antirretroviral com supressão viral total”, disse Brooks. . No entanto, ele aconselhou que todas as pessoas com HIV tomem precauções, pois este é um vírus novo e ainda há muito a ser aprendido.
As recomendações de Brooks incluem garantir o fornecimento de pelo menos um mês de medicamentos, manter-se atualizado com as vacinas contra a gripe e a pneumonia pneumocócica e estabelecer um plano de atendimento clínico se isolado ou em quarentena. Por fim, ele aconselhou: “Manter uma rede social, mas remotamente – o contato social nos ajuda a permanecer mentalmente saudáveis ​​e a combater o tédio”. Ele também instou a comunidade de HIV a usar sua experiência para combater o estigma agora emergente em torno do coronavírus.

domingo, 22 de dezembro de 2019

RNP+RN É HOMENAGEADA EM SESSÃO SOLENE EM ALUSÃO AO DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS EM NATAL



Durante sessão solene em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a AIDS  em Natal  a RNP+RN foi homenageada por sua relevante contribuição no estado.  O encontro foi realizado na terça-feira (3-12), às 18h30, no plenário da Câmara Municipal e foi proposto pelo Vereador Ney Lopes Jr. O evento reuniu autoridades e representantes de instituições ligadas à causa.
A solenidade abre o Dezembro Vermelho, campanha que intensifica ações na luta contra a AIDS e transmite compreensão, solidariedade e apoio às pessoas vivendo com HIV e AIDS. Na ocasião, foram debatidas as principais necessidades das pessoas em tratamento, importância das políticas públicas ligadas à doença, a linha de cuidados e a necessidade de lutar contra estigma, preconceito e discriminação.
O vereador falou sobre a importância da divulgação de informações no combate ao preconceito e que “o Dia Mundial de Luta Contra a Aids é uma campanha internacional que lembra a união e solidariedade  na luta contra a doença. Um momento voltado para que toda a sociedade olhe para a questão. A informação é uma de nossas principais armas nesta luta”, explicou.
Marcos Belarmino, representante estadual da RNP+BRASIL no Rio Grande do Norte, recebeu essa justa homenagem e na oportunidade foi mostrado um vídeo com o depoimento de sua trajetória de luta, vida, militância e ações desenvolvidas no Estado, como a ação do 1° de Dezembro realizada na Praia do Meio, em Natal, junto com outros  parceiros do movimento como: Articulação AIDS do RN e Fórum de ONG AIDS Potiguar. Em nome do Movimento das Cidadãs Posithivas, Giselle Dantas, também contribuiu com seu relato pessoal.
Por fim,  foi citado o descaso por parte da SESAP/RN – Secretaria Estadual de Saúde Pública do Estado do RN por não apoiar o Encontro Estadual da RNP+RN, AVIP e ações desenvolvidas no Estado, como a da Praia do Meio em Natal em alusão ao 1° de Dezembro .  Lembrando que em dez anos o Rio Grande do Norte teve um aumento de 81,7% de 2008 à 2018 o maior em termos proporcionais em todos os Estados, ou seja no país.

domingo, 24 de novembro de 2019

OMS faz alerta sobre a saúde dos adolescentes

Atividade física

Quatro em cada cinco adolescentes no mundo são sedentários, especialmente as meninas, informa estudo revelado nesta sexta-feira (22) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), elaborado entre 2001 e 2016, em 146 países. No Brasil, a situação é pior: 84% de jovens entre 11 e 17 anos não praticam uma hora diária de atividade física, conforme recomendação da OMS.
De acordo com o estudo, uma das causas desta tendência é a “revolução digital”. O documento foi publicado pela revista The Lancet Child & Adolescent Health.
Para calcular o número de adolescentes sedentários, a OMS analisou pela primeira vez dados reunidos entre 2001 e 2016, envolvendo 1,6 milhão de estudantes de 146 países. Em todo o mundo, 81% dos jovens entre 11 e 17 anos escolarizados não cumpriram a recomendação de uma hora diária de atividade física em 2016, registrando uma ligeira queda em relação a 2001 (82,5%). A situação atual é muito mais preocupante entre as meninas, 85%, do que entre os meninos, 78%.
Os primeiros dados sobre tendências globais em termos de atividade física insuficiente entre adolescentes mostram a necessidade de medidas urgentes para aumentar os níveis de atividade física entre meninas e meninos dos 11 aos 17 anos de idade. O documento conclui que mais de 80% dos adolescentes em idade escolar em todo o mundo - especificamente, 85 % de meninas e 78% de meninos - não atingem o nível mínimo recomendado de uma hora de atividade física por dia.
A diferença entre a porcentagem de meninos e meninas que atingiram os níveis recomendados em 2016 excedeu 10 pontos percentuais em aproximadamente um em três países (29%, ou seja, em 43 dos 146 países), e as maiores diferenças foram registradas nos Estados Unidos da América e na Irlanda (mais de 15 pontos percentuais). Na maioria dos países considerados no estudo (73%, ou seja, em 107 de 146), observou-se um aumento nessa diferença de gênero entre 2001 e 2016.
Atividade física
De acordo com o documento, os níveis de atividade física insuficiente observados entre os adolescentes permanecem extremamente altos e isso representa um perigo para sua saúde atual e futura. "É necessário adotar medidas regulatórias urgentes para aumentar a atividade física e, em particular, promover e manter a participação das meninas", diz a Dra. Regina Guthold (OMS), autora do estudo.
Dentre os benefícios à saúde de um estilo de vida fisicamente ativo na adolescência, vale destacar a melhora da capacidade cardiorrespiratória e muscular, a saúde óssea e cardiometabólica e os efeitos positivos no peso. Da mesma forma, há evidências crescentes de que a atividade física tem um efeito positivo no desenvolvimento cognitivo e na socialização. Os dados atualmente disponíveis indicam que muitos desses benefícios permanecem até a idade adulta.
Para alcançar esses benefícios, a OMS recomenda que os adolescentes pratiquem atividade física moderada a intensa por uma hora ou mais por dia.

HIV: alimentação ajuda diminuir efeitos colaterais do tratamento



A terapia antirretroviral consiste no tratamento e tentativa de eliminação do retrovírus. O objetivo é retardar a progressão da imunodeficiência e restaurar a imunidade, aumentando a qualidade de vida do paciente. Porém ela causa efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreias, sintomas constantes e diários, que muitas vezes causam o abandono do tratamento.
Para a nutricionista Valeska Pasinato, do Plunes Centro Médico, referência na capital paranaense, a alimentação pode ser uma forte aliada no tratamento das pessoas com HIV ou Aids. “As pessoas vivendo com HIV e Aids, por sua condição de imunodeficiência, se encontram mais vulneráveis. Uma alimentação saudável contribui para o aumento dos níveis dos linfócitos T CD4, melhora a absorção intestinal, diminui os agravos provocados pela diarreia, perda de massa muscular, Síndrome da Lipodistrofia e todos os outros sintomas que podem ser minimizados ou revertidos por meio de uma alimentação balanceada”, detalha.
As pessoas vivendo com HIV e Aids precisam dar atenção à condição higiênico-sanitária dos alimentos, pois um produto contaminado pode afetá-las em maior proporção do que em pessoas sem a doença. “Várias doenças oportunistas têm a boca como porta de entrada, tanto através do alimento contaminado quanto do contato com as mãos e utensílios não higienizados”, explica a nutricionista.
As diarreias, por exemplo, comuns no contexto do HIV e Aids, muitas vezes estão associadas a contaminações alimentares. A má absorção intestinal decorrente das patologias gastrointestinais deve ter uma terapia nutricional adequada, de forma que os carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais, que são nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo, sejam ingeridos em quantidades adequadas.
Alívio dos sintomas
A ingestão de água é outro fator determinante para a regulação das funções vitais do organismo, como a digestão, temperatura corporal, a eliminação de metabólitos, entre muitas outras funções. Especialistas recomendam a ingestão de dois a três litros de água por dia. Outro ponto de atenção no tratamento é o consumo de fibras alimentares, que regulam o volume de fezes, reduzem o tempo de trânsito intestinal e atua favoravelmente sobre a microbiota intestinal.
“Medidas simples podem trazer conforto imediato. As náuseas matinais, por exemplo, podem ser atenuadas com a ingestão de biscoitos de água e sal ou até mesmo chupando pedras de gelo”, conta. Pequenas refeições durante o dia, evitar tomar líquidos durante as refeições, optar por alimentos frios ou em temperatura ambiente também ajudam no combate as náuseas.
Com relação aos vômitos, tomar pequenas quantidades de soro caseiro ou de reidratação oral, cerca de uma colher de sopa a cada cinco ou dez minutos, evita a desidratação. Outra dica é não deitar após as refeições, o que pode facilitar o vômito.
Os suores noturnos são minimizados com o consumo de pelo menos três litros de líquidos diariamente. O consumo de frutas frescas, água de coco e sucos vegetais também é recomendado e ajuda a repor os minerais perdidos durante os episódios de suor.
Muitas pessoas com HIV ou Aids sofrem com dificuldade de digestão e a ingestão de gorduras contribui diretamente para o mal estar. “É melhor optar por carnes brancas e evitar líquidos durante as refeições. Os chás digestivos, como chá verde, são muito bem-vindos”, diz a nutricionista.  “O ideal é sempre buscar orientação médica e fazer acompanhamento constante da evolução da doença. Hoje é possível levar uma vida tranquila e são inúmeros os casos de pessoas com HIV ou Aids com altíssima qualidade de vida”, finaliza.

Fonte: Noticias ao Minuto

  CNS discute desafios para garantir direito universal à Saúde em tempos de negacionismo, durante debate na UFRGS 14 de fevereiro de 2022 O ...