quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Diário de Pernambuco’: Gestos diz que está faltando comida para pacientes da ONG


Fome. Essa é a situação de um grupo de soropositivos atendidos pela ONG pernambucana Gestos, que oferece atendimento multidisciplinar voltado aos pacientes que lutam contra HIV/aids. A ONG, fundada em 1993, atende semanalmente 100 pessoas em condição de vulnerabilidade social.
O fato de os pacientes não se alimentarem satisfatoriamente vem impactando diretamente no tratamento, segundo o jornal “Diário de Pernambuco”, já que muitos só fazem uso da medicação durante as refeições. "Os que não aderem à terapia geralmente são os mais necessitados. O efeito colateral do remédio faz com que a maioria prefira se medicar durante a alimentação. Porém, muitos não chegam sequer a ter o que comer", afirma a advogada Kariana Guéiros.
De acordo com a instituição, grande parte dos atendidos está fora do mercado de trabalho e não possui atividade remunerada, tendo como principal "fonte de renda" as doações da família. A situação geral dos pacientes da ONG não é muito melhor: 33% do público atendido têm o ensino médio completo e a maior parte vive com um salário mínimo.
Sem o básico
Para a assistente social da Gestos, Fabrícia Moura, uma boa alimentação é condição imprescindível para o tratamento. "Os pacientes que têm uma segurança alimentar respondem à terapia com uma melhor adesão aos medicamentos (que possuem diversos efeitos colaterais). Assim, pode-se garantir uma boa qualidade de vida aos portadores do HIV/aids".
A ONG se mantém por meio de financiamentos de cooperação internacional, por meio de licitação, e de doações da sociedade. Mas a demanda com os pacientes em vunerabilidade social tem aumentado e os recursos estão insuficientes para todas as necessidades.
A Gestos disponibilizou sua conta bancária para quem quiser ajudar: Banco do Brasil, agência: 3108-9, conta 9071-9. Quem preferir, também pode doar cestas básicas e/ou materiais de higiene, indo até a instituição, localizada na Rua dos Médicis, 68, bairro da Boa Vista, no Recife.

Fonte : Diário de Pernambuco

Mopaids discute controle social e agenda para 1º de dezembro


Nesta quarta-feira (26), durante a penúltima reunião do ano do Mopaids (Movimento Paulistano de Luta Contra a Aids), os ativistas retomaram a pauta a respeito da fragilidade dos conselhos gestores, nos serviços de aids da cidade de São Paulo (leia aqui). Desta vez, as supervisões, coordenadorias regionais de saúde e Programa Municipal de DST/Aids participaram das discussões e receberam um documento com o Levantamento de Atuação do Controle Social Local nos Serviços de HIV/Aids no Município de São Paulo (Conselho Gestor).
Esse documento é resultado das visitas que os ativistas fizeram nos serviços da capital paulista, junto com gestores de aids, durante dois meses. A ação se deu após o movimento receber diversas reclamações de que o Conselho Gestor de alguns desses serviços não estão funcionando ou não existem.
“O que a gente espera é que vocês [coordenadores regionais de saúde] atuem junto com as gerências para que os problemas apresentados sejam solucionados”, disse Américo Nunes, coordenador do Mopaids.
No entanto, com o resultado das eleições deste ano, haverá mudanças na Prefeitura de São Paulo e, com isso, acredita-se em alterações de gestores também, o que pode impactar nos próximos passos do fortalecimento dos conselhos gestores.  “Porém, mesmo com as mudanças, temos de continuar nosso trabalho, porque os problemas existem e precisam de soluções”, afirmou Américo.
Preocupados com este tema e fortalecimento no controle social, o Mopaids realizará um seminário, no dia 12 de dezembro. Já no dia 30 de novembro, em alusão o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro, fará um seminário com foco na população jovem, na Universidade de Santo Amaro (Unisa).

Dica de entrevista
Mopaids

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Saiba sobre as DSTs que desenvolveram resistência a medicamentos


A clamídia, a gonorreia e a sífilis estão mais fortes do que nunca e em crescente resistência aos antibióticos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) até divulgou um alerta sobre isso. As três são infecções sexualmente transmissíveis causadas por bactérias e geralmente curáveis com antibióticos. Mas a falta de diagnóstico, o mau uso de medicamentos e a prescrição excessiva dos mesmos remédios resultaram na resistência aos efeitos dos antibióticos e reduziram as opções de tratamento, informa o portal UOL.
Para entender o fortalecimento das bactérias, imagine a situação: você fica doente e centenas de bactérias aparecem no seu organismo. Ao tomar antibiótico você mata as bactérias. Mas algumas vezes, antes do fim dos dias do remédio você já se sente melhor e para de tomá-lo. Ao interromper o uso você pode deixar de matar algumas bactérias. As "teimosas" sobreviventes se tornam resistentes ao antibiótico.
"E não é porque você nunca tomou um antibiótico errado na vida que não precisa se preocupar. Você pode ser infectado de primeira por bactérias mais resistentes que foram selecionadas em outro organismo", afirma Ana Cristina Gales, infectologista e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
E agora, como enfrentar as DSTs?
A estimativa da OMS é de que, a cada ano, 131 milhões de pessoas são infectadas com clamídia; 78 milhões com gonorreia; e 5,6 milhões com sífilis.
Das três doenças, a gonorreia foi a que desenvolveu a maior resistência aos medicamentos. Foram identificadas cepas de N. gonorrhoeae multirresistentes que não reagem diante de nenhum dos antibióticos existentes. No caso da sífilis, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu que o Brasil está vivendo uma epidemia.
Para tentar conter o avanço, a solução sugerida no guia da OMS é o uso de antibióticos mais eficazes e reforçar a necessidade do paciente usar na dosagem correta, pelo período correto e no horário determinado.
"Um remédio mais eficaz vai resolver o problema agora. Mas podemos entrar em um ciclo vicioso", explica Gales. Os antibióticos mais comuns deixarão de ser usados já que não matam mais as bactérias. Assim, os medicamentos mais eficazes serão distribuídos em larga escala e daqui alguns anos as bactérias também podem ficar resistentes a eles. E então será preciso outro antibiótico ainda mais eficaz.
"Todos os tratamentos com antibióticos em doenças bacterianas favorecem para uma seleção de bactérias mais resistentes. Para acabar com as DSTs não temos que discutir sobre um remédio melhor e sim sobre a prevenção", afirma Gales.
Para a infectologista, o melhor caminho para prevenir e frear infecções sexualmente transmissíveis é lembrar daquele famoso conselho: use camisinha.
"Parece que todo mundo já sabe da importância do preservativo, mas precisamos repetir para que todos realmente usem. Em um cenário em que bactérias estão ficando resistentes aos antibióticos a camisinha impede a infecção e pode pôr um fim na transmissão", disse a médica.
Outra ajuda no controle da infecção é a criação de uma base de dados para as DSTs.
A professora afirma que antigamente o Ministério da Saúde não recomendava que os médicos fizessem exames mais aprofundados nos pacientes. Caso apresentassem os sintomas da DST, deviam receber o medicamento direto.
"O esquema antigo impediu a criação de um banco de dados para analisar a resistência das bactérias. Porém, o novo protocolo de 2016 recomenda o exame físico e teste laboratorial. Com isso conseguiremos criar um dado nacional para acompanhar de perto a resistência das bactérias", explica. Assim, será possível saber quais bactérias estão circulando no país e quais são resistentes a que remédios.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Aids: o número de novos casos voltou a crescer no Brasil, destaca Veja.com


Precisamos, mais do que nunca, falar sobre aids. Enquanto progressos significativos têm sido feitos para eliminar infecções pelo HIV entre crianças, o número de novas contaminações entre adultos cresce. O mais recente relatório da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) mostra que a prevenção do HIV precisa ser expandida urgentemente nessa faixa etária.
O Brasil foi um dos primeiros países, entre os de baixa e média renda, a fornecer tratamento gratuito para pessoas que viviam com aids. Isso ocorreu em 1996, graças ao SUS (Sistema Único de Saúde). Em consequência dessa política de acesso universal, o Brasil teve uma queda acentuada na taxa de mortalidade associada à aids. O país hoje conta com uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV) entre os países de média e baixa renda: mais da metade (64%) das pessoas que vivem com HIV recebe TARV, enquanto a média global em 2015 foi de 46%.
Mas o problema continua. Os dados da Unaids mostram que em 2010 cerca de 43 mil novos casos de aids haviam sido registrados no Brasil. Já em 2015, esse número subira para 44 mil. O país responde por mais de 40% das novas infecções por aids na América Latina, segundo a pesquisa.

O estudo revela ainda que aumentou o número de pessoas que vivem com aids no Brasil. Entre 2010 e 2015, essa população saltou de 700 mil para 830 mil pessoas. O aumento foi de 18%. Hoje, a doença é a causa de 15 mil mortes por ano no país.
Para o Unaids, os brasileiros que viram a epidemia avançar não estão se prevenindo como deveriam; ressalte-se que os jovens compõem o grupo em que se evidencia crescimento mais expressivo no número de novos casos da infecção. Coincidentemente, é o grupo no qual se constata também alarmante aumento no número de casos de sífilis, gonorreia e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Outro dado da pesquisa demonstra um fato preocupante: apenas 55% dos brasileiros que vivem com aids hoje recebem o tratamento à base de medicamentos (lembremos, mais uma vez, que esse número era de 64% em 2015).
Esses dados ressaltam a necessidade de nos mantermos atentos. A prevenção da aids tem como principais pontos a ser levados em consideração:
1) - Uso de preservativos em todas relações sexuais (pesquisas mostram que menos de 40% dos nossos jovens o fazem); temos visto a expressiva associação entre uso de drogas (lícitas e ilícitas) como fator de “esquecimento” do uso do preservativo;
2) - Diagnóstico e tratamento do paciente infectado pelo HIV o mais precocemente possível; há abundantes evidências científicas que comprovam que quando a pessoa infectada pelo HIV é submetida a tratamento eficaz contra o vírus, o risco de transmissão para o parceiro sexual pode ser reduzido em mais de 99%. Lembremos que há pelo menos 750 mil brasileiros com infecção pelo HIV que não estão sendo tratados;
3) - Devemos enfatizar a necessidade de manter a sociedade informada acerca do risco de aquisição do HIV e das consequências futuras desse fato. A infecção pelo HIV vem sendo menosprezada, principalmente pelos jovens, resultando no panorama sombrio acima detalhado.

Ações da Interfarma são divulgadas durante a 4ª Jornada de Responsabilidade Social da associação


“A indústria farmacêutica, em primeiro lugar, é um negócio. Por ser um negócio, ela tem de buscar o lucro. Se não tem lucro, não tem como começar uma pesquisa”, disse Antônio Brito, presidente executivo da Interfarma Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, na manhã desta segunda-feira (24), durante a 4ª Jornada de Responsabilidade Social da entidade. A conversa foi conduzida por meio das perguntas dos jovens que participam do Projeto Geral na Saúde, uma ação social apoiada pela Interfarma, na qual adolescentes discutem saúde e escrevem sobre o tema. A programação contou com a participação do secretario municipal da Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha.  
“O setor farmacêutico não existe sem o lucro, mas ele não pode se esgotar no lucro porque é preciso se lembrar da direção extremamente ética da relação de dor e do sofrimento da doença dos outros”, continuou Antônio Brito. Segundo ele, a relação que a indústria farmacêutica tem com o consumidor é diferente de outros setores econômicos, porque nesta a empresa “está mexendo com a vida das pessoas”.
Dentre os exemplos apresentados por Antônio Brito sobre a sustentabilidade nesse ramo, ele citou a necessidade de um “compromisso extraordinário com a ciência para tratar com dignidade o paciente”. Disse também que é preciso ter uma postura ética para tentar contribuir com os governos para que os medicamentos cheguem aos pacientes. “A indústria não pode dar os remédios de graça, mas os governos não têm dinheiro para pagar e as pessoas muito menos. Então, a indústria tem que contribuir para que se encontrem formas de acesso aos remédios.”
Economia no mercado
De acordo com Fernando Almeida, presidente da Chiesi, a indústria farmacêutica movimenta muito a economia interna do país. “Esse é um mercado que cresce todos os anos porque cada vez mais pacientes precisam de medicamentos. A população brasileira está envelhecendo e,  consequentemente, isso aumenta o número de doenças crônicas”, afirmou.
 No Brasil, conforme Brito, somente as empresas associadas da Interfarma empregam cerca de 29 mil pessoas, sendo que de 60% a 70% delas têm  nível superior de escolaridade.
Ainda, conforme explicou Almeida, 25% dos remédios produzidos no Brasil são exportados para a Europa e países da África.  “A gente precisaria de um potencial humano para exportar mais. Tecnologia e potencial nós temos, porém temos pouco incentivo. Poderíamos ter um beneficio muito maior se tivéssemos um custo mais adequado para exportação”, destacou.
Crise econômica
A crise econômica e os possíveis cortes na saúde também fizeram parte das discussões. Na mesa final, com Alexandre Padilha, Cristina Moscardi, diretora da Expression Comunicação, Gustavo San Martin, fundador da Associação Amigos Múltiplos pela Esclerose, o secretário municipal da Saúde alertou: “Um dos grandes erros que um país pode ter em período de crise é reduzir investimentos na saúde. (...) Hoje o SUS [Sistema Único de Saúde] investe mil reais por habitante anualmente. Como deixar de investir na saúde por 20 anos se as pessoas continuam nascendo e envelhecendo? (...) Eu não tenho dúvida que se essa medida [a PEC 241] for aprovada, ela será revertida, porque a sociedade vai sentir o impacto dela e vai brigar.”
Números
Durante o evento foi lançado o Relatório de Sustentabilidade da Interfarma, que neste ano conta com quase 6.500 ações de responsabilidade social corporativa, todas declaradas pelas farmacêuticas associadas. “Esse relatório mostra como as empresas se organizaram mesmo num ano de crise”, disse Maria José Delgado, diretora da Interfarma.
Segundo Delgado, só em 2016, entre os investimentos realizados pela associação, R$ 4 bilhões foram para ações relacionadas à sustentabilidade para todos os públicos, R$ 86 milhões para inovação, R$ 30 milhões para  investimentos sociais e R$ 18 milhões para doações de medicamentos e vacinas para governos e organizações autorizadas a receberem legalmente. 
Homenagem
Neste ano, também aconteceu a entrega do prêmio “Compromisso com a Vida”, que tem o objetivo de contemplar os esforços voltados à promoção da saúde e da qualidade de vida. O homenageado  foi o médico Gonzalo Vecina Neto (foto), professor da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Essa área de responsabilidade social tem de ser melhor vista, principalmente nesse momento que vivemos. Responsabilidade social não é caridade, uma sociedade moderna não vive de caridade. Obrigada por premiar minhas tentativas de transformar o mundo para o melhor”, disse o dr. Vecina, muito  emocionado. 

Dica de Entrevista
CDN – Comunicação Corporativa

Pessoas com HIV desabafam sobre preconceito na família e entre amigos, em evento da ONG Bem-Me-Quer


“É inaceitável que nos dias de hoje ainda vemos meninos sofrendo o mesmo tipo de preconceito que vivemos há 35 anos”, disse José Roberto Pereira, o Betinho, vice-presidente do Projeto Bem-Me-Quer, no encerramento do seminário que marcou os 20 anos da ONG, nesta sexta-feira (21), em São Paulo. Minutos antes, a professora Nair Brito (foto acima) fez uma palestra, que chamou de Metanoia (meta=além e noia = pensamento), na qual pediu à plateia para falar sobre preconceito. “Que tipo de preconceito vocês sofrem?”
“Eu morava com uma amiga, na casa dela, quando tive o diagnóstico do HIV. Uma outra amiga dela, que foi me buscar no hospital onde estive internado, abriu meus exames sem eu permitir, viu, e contou para ela. Ela veio me perguntar se era verdade. Eu disse que sim e ela me botou para fora  de casa na hora”, revelou um garoto de 20 anos.
Um outro contou que todos os amigos se afastaram dele assim que ele revelou ser soropositivo. Uma professora de educação infantil disse que na escola onde dá aulas todos os educadores defendem que o colégio tem de saber se a criança tem HIV para poderem tomar cuidado e não deixá-la infectar os outros. Uma mulher contou que adora cozinhar, tem vontade de reunir os parentes num almoço, mas eles se recusam a comer na casa dela desde que ela descobriu ser soropositiva. Outra, que os filhos tentam impedi-la de sair para se divertir. E assim foi.
Nair Brito, uma das criadoras do MNCP (Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas), ao encerrar sua apresentação,  falou da importância de se viver em sociedade  e do quanto o preconceito faz vítimas mortais.  “Ele destrói o indivíduo, consequentemente destrói a sociedade, porque cada um de nós é uma extensão do outro.”
A professora  se disse feliz por ter atingido o objetivo de inquietar e trazer novas formas de reflexão para o movimento de aids “Saio daqui junto e misturada com vocês”, disse ela, sob aplausos.
“Vamos nos unir e ver como podemos  avançar na nossa resposta contra esse tipo de coisa”, convocou Betinho.
Roseli Tardelli, diretora da Agência de Notícias da Aids, sugeriu que é preciso falar mais sobre HIV/aids para desmistificar. Citou como exemplo a sua experiência própria. "Quando meu irmão morreu em consequência da doença, em 1994, nossa família não escondeu, os vizinhos souberam e hoje aceitam bem o projeto Lá em Casa [de convivência e reabilitação física para pessoas carentes com HIV] que funciona na casa onde morávamos."
Resistência
Nair falou num painel filosófico do qual participou o também professor e psicólogo Ronaldo Neves (na mesa, na foto principal), que atuou durantes seis anos no Programa de Aids de Diadema, na Grande São Paulo. Ele abordou o tema “O moralismo e suas representações através da história”.  Ronaldo questionou exatamente por que, apesar dos avanços dos tratamentos, o preconceito  ainda é grande e as pessoas continuam se infectando.
Ele defendeu que todo esse contexto de estigmas e comportamentos passam pela questão política. Falou das regras impostas às pessoas desde o nascimento e da normatização que  “coloca cada um no seu quadrado”. Disse que, para se viver bem, é preciso resistir. E citou alguns exemplos de resistência. Um deles, o escritor e ativista Beto Volpe. “Um cara fabuloso, que desconstrói tudo aquilo que as pessoas esperam de alguém vivendo com HIV.”
Outro exemplo de resistência foi a ONG Bem-Me-Quer. “Nasceu de uma congregação irlandesa, de freiras velhinhas, que vieram para o Brasil e aqui morreram. Ficou uma delas [ a irmã Helena], que seguiu lutando, e deixou a maior herança que poderia ter deixado às pessoas em torno dela. Essas pessoas deram continuidade ao trabalho.”
Por que?
Ainda no seminário comemorativo aos 20 anos da Bem-Me-Quer, Mário Scheffer (na mesa, com Artur Kalichman) , professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP,  chamou à reflexão sobre por que os casos de aids estão crescendo tanto, especialmente entre os jovens, se temos todas as ferramentas para evitar esse quadro. “Não basta fazer mais do mesmo, a resposta tem de ser mais diversificada”, disse.
Scheffer considerou que o Departamento de HIV, Aids e Hepatites Virais fez uma “péssima gestão” nos últimos anos e as esferas estaduais e municipais também nada acrescentaram às políticas de aids no Brasil.
“A ascenção de forças políticas conservadoras certamente ameaçou a prevenção. Elas sempre estiveram aí, mas agora está ficando muito mais sério [o cenário político] e vai exigir dos ativistas da aids uma aproximação com outros movimentos. Temos de encontrar formas de enfrentar os retrocessos. É hora de um novo ativismo.”
Outro grande obstáculo que está ficando maior, apontou Mário Scheffer, é o desmonte do SUS (Sistema Único de Saúde) e as péssimas perspectivas que se avistam caso seja aprovada a PEC 241, de congelamento dos gastos públicos. “Não há possibilidade de avançar senão dentro do SUS e não haverá mais recursos para ele.”
Números do estado
O médico Artur Kalichman, coordenador adjunto do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, mostrou gráficos em que o aumento de casos de aids aparece especialmente nos estados do norte e do nordeste. Há uma queda na região sudeste, mas não em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Com isso,  ele respondeu à pergunta que a mesa propôs: As novas tecnologias estão ao alcande de todos?
“Não, elas não estão. Principalmente não estão ao alcance das populações mais vulneráveis”, disse Kalichman. Lembrou que em São Paulo é assustador o aumento de casos na população entre 15 e 24 anos de HSH (homens que fazem sexo com homens). E disse que o grande desafio hoje é preparar os profissionais de saúde e organizar os serviços para que eles possam atuar na prevenção combinada.
O médico destacou que o incentivo ao uso da camisinha continuará sendo a principal estratégia de prevenção. “É barata, não precisa de médico, nem de enfermeira, pode ir onde o povo está. Em São Paulo, são distribuídas cerca de seis milhões de camisinhas ao mês.”
 Quanto à PEP (profilaxia pós-exposição), Kalichman alertou que ela precisa ser feita no serviço de saúde em até 72 horas após o risco à exposição e durante 28 dias. Consiste no uso de antirretroviral por pessoas que correram o risco de infecção por meio do sexo ou acidentes, como os de trabalho.
Em 2011, ano em que a tecnologia foi adotada, o estado de São Paulo dispensou 547 PEPs. Em 2015, foram 7.535. Em 2014, 3.632. “Ano a ano, o crescimento é de  100% e a PEP sexual é a que mais aumenta.”
Os testes rápidos estão  em 548 unidades básicas do estado disse o médico ao falar sobre  testar e tratar. Ele destacou a importância do tratamento como prevenção. “A carga viral indetectável tem a mesma eficiência da camisinha, de mais de 90%. Ou seja, o risco de transmissão do HIV é muito baixo. Por isso, o tratamento é importante tanto para o bem individual como o coletivo.”
O gestor citou que a chegada do inibidor de integrasse dolutegravir à primeira linha de tratamento é uma esperança de melhorar a adesão, levando em conta que o remédio promete bem menos efeitos colaterais. E terminou dizendo que é essencial garantir espaços para a discussão da sexualidade, assim como  garantir e respeitar as escolhas individuais.
Mais números
258 mil pessoas vivem com HIV no estado de São Paulo
205 mil estão diagnosticadas
170 mil chegaram ao serviço de saúde
155 mil continuam no serviço
160 mil estão com carga viral indetectável
109 mil estavam em tratamento nos últimos cem dias.

É dia de festa
No fim, Betinho fez uma homenagem a algumas entidades, ONGs e à Agência de Notícias da Aids. “São nossos parceiros nesses 20 anos de luta”, disse, chamando ao palco um a um para receber a placa de menção honrosa. Em seguida, teve o “Parabéns a você” e foi cortado o bolo, há 20 anos feito por Lúcia Aparecida Tavares Felício, responsável, no projeto Bem-Me-Quer, pela oficina de confeitaria. Veja a seguir uma galeria das fotos da entrega dos prêmios:

Américo Nunes Neto é homenageado em nome do Instituto Vida Nova
Artur Kalichman: homenagem pelo Programa Estadual de DST/ Aids de São Paulo
Eliana Gutierrez: pelo programa Municipal de DST/ Aids de São Paulo
Cláudio Pereira e Américo Nunes Neto recebem homenagem em nome do Mopaids
Maria Hiroko e Mário Scheffer: premiados pelo trabalho do Pela Vidda
Lúcia Aparecida Tavares Felício (de azul); pelo trabalho na oficina de confeitaria da Bem-Me-Quer



Luciana Montagneiro recebe o prêmio em nome dos usuários da ONG






 Roseli Tardelli e Fátima Cardeal:  pelo trabalho da Agência de Notícias da Aids
Lucila: pelo Fórum de Ongs/Aids do Estado de São Paulo

G1: Brotas (SP) é a primeira cidade da região a ter o pré-natal para homens


Brotas (SP) é a primeira cidade da região a oferecer o pré-natal do homem gratuitamente. O programa da Secretaria de Estado da Saúde é realizado em 45 municípios paulistas. A adesão masculina não para de crescer e, hoje, de cada dez pais, seis já participam das consultas.
Assim como as gestantes, os homens também passam por uma série de exames gratuitos. “O objetivo é diagnosticar doenças sexualmente transmissíveis, como  hepatite, sífilis e HIV, prevenindo assim que se transmita para o bebê”, afirmou a enfermeira Eunice de Cerqueira Leite.
Em Brotas, o monitor desportivo Marcelo Apolinário de Oliveira acompanha há quatro meses a esposa, a costureira Alexsandra Silva, em todas as consultas de pré-natal.
A mamãe de primeira viagem sabe da importância do marido também fazer o pré-natal. “Para prevenir que a criança não venha com nenhum tipo de doença, então você já fica segura de que o bebê está com saúde e vai nascer com saúde”, disse.
Marcelo disse que não abre mão de estar junto dela e do bebê. “Acompanho cada etapa da gestação. Se ela engorda, eu também engordo um pouquinho. Então a gente vai ajudando e acompanhando e isso que é mais importante e mais legal”, destacou.
As futuras mães apoiam a participação dos parceiros. “Não é só fazer, tem que acompanhar também. Porque a gente fica mais sensível, mais insegura e quando sente o companheirismo, a gente se sente mais confiante”, afirmou a auxiliar de serviços gerais Carla Gracieli da Silva.

Fonte : G1

Teste de HIV é vendido em máquina automática, na China, informa portal Terra


Uma universidade da China começou a vender testes de diagnóstico de HIV em máquinas automáticas do campus, ao lado de bebidas e doces, o que gerou certa polêmica nas redes sociais do país.
A iniciativa, promovida pela Associação Chinesa para a Prevenção do HIV e de Doenças Sexualmente Transmissíveis, começou na Universidade Petrolífera do Sudoeste, na cidade de Nantong, na província central de Sichuan.
Desde que as imagens dessas máquinas começaram a ser divulgadas em plataformas como o Weibo, o equivalente chinês do Twitter, a medida se transformou em um dos assuntos mais comentados nas redes sociais chinesas, onde a surpresa não ficou apenas na forma de venda, mas também no baixo preço dos testes.
Nas máquinas da universidade, os testes são vendidos a cerca de 30 iuanes (US$ 4,4), um preço dez vezes menor que o original, por isso alguns usuários das redes sociais manifestaram seu temor de que os estudantes possam comprar testes em grandes quantidades para revendê-los na internet.
Além disso, os críticos à iniciativa enfatizam que esta não é a forma mais adequada para promover a prevenção.
"Qual é a utilidade disto? É melhor reduzir o risco de contrair HIV sendo mais cuidadoso com as relações sexuais", destacou um usuário do Weibo, enquanto outros defenderam a medida, alegando que a mesma serviria para ajudar a combater o problema da falta de conscientização.
"O HIV está em ascensão na China, pois existem muitos portadores do vírus que não sabem que estão infectados e, por isso, não recebem tratamento. Há certa vergonha e rejeição social", destacou outro usuário para defender a venda do teste em lugares pouco ortodoxos.
A iniciativa de comercializar testes de HIV em máquinas automáticas acontece um mês depois da divulgação de um estudo nos veículos de imprensa oficiais chineses, que alertou para o forte aumento dos casos de infecção do vírus entre estudantes adolescentes e jovens, que se transformaram em um grupo de risco.
Segundo o Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS), pelo menos 500 mil pessoas são portadoras do vírus na China e, embora a incidência de HIV seja relativamente baixa em um país tão populoso, ainda preocupa a falta de conscientização entre determinados grupos de risco, como dependentes químicos e jovens.


Fonte : Terra

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Ministério da Saúde lança ação nacional de combate à sífilis

O Ministério da Saúde contará com o apoio das sociedades médica e civil para combater a sífilis no Brasil. Nesta quinta-feira (20), durante a Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), foi assinada, com 19 associações e conselhos de saúde, uma carta-compromisso estabelecendo ações estratégicas para a redução da sífilis congênita no país. O foco é detectar precocemente a doença no início do pré-natal e encaminhar imediato tratamento com penicilina. Na ocasião, também foi apresentada uma campanha publicitária chamando atenção para ações de prevenção da sífilis e o Boletim Epidemiológico com números de casos no país.
Coordenada pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, as ações terão prazo previsto de realização de um ano. O prazo corresponde ao intervalo entre o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado no terceiro sábado de outubro (15), e a data do próximo ano. Estão previstos o incentivo à realização do pré-natal precoce, ainda no primeiro trimestre da gestação; ampliação do diagnóstico (por meio de teste rápido); tratamento oportuno para a gestante e seu parceiro; e incentivo à administração de penicilina benzatina, considerada o único medicamento seguro e eficaz na prevenção da sífilis congênita. Também haverá ações de educação permanente para a qualificação de gestores e profissionais de saúde.
“Nosso objetivo é reunir a sociedade no esforço de combate à sífilis. Assim poderemos incentivar a testarem principalmente as grávidas para evitar a transmissão vertical da doença. Trazemos soluções factíveis no compromisso que assinamos hoje”, enfatizou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
 A detecção da sífilis é feita por meio de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, o Ministério da Saúde aumentou em mais de quatro vezes a quantidade de testes distribuídos a estados e municípios, passando de 1,1 milhão em 2001 para 6,1 milhões de testes em 2015. Para as gestantes, a indicação da realização dos testes rápidos é feita já na primeira consulta do pré-natal – e daí a importância da conscientização de mães e seus parceiros, para iniciar o pré-natal ainda no primeiro trimestre da gravidez.
 “Um grande desafio é o início precoce, já que culturalmente as mulheres tendem a procurar o médico apenas quando a barriga aparece, o que diminui as chances de cura da sífilis para a mãe e facilita a transmissão da doença para o bebê”, explica a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken.
 Outra ação do Ministério para orientar e subsidiar os profissionais de saúde na realização da testagem na atenção básica é o Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis, lançado durante o evento. O Manual apresenta fluxogramas para o diagnóstico seguro da infecção; profissionais e serviços de saúde poderão selecionar aquele que mais se adequa à realidade local.
Para ampliar o acesso aos testes rápidos, o Ministério da Saúde articulou com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) a edição de um parecer normativo que possibilitou a aplicação dos testes rápidos também por técnicos e auxiliares, sob supervisão de enfermeiro.
Boletim epidemiológico
Todos os tipos de sífilis – adulto, em gestantes e congênita (em bebês) – são de notificação obrigatória no país há pelo menos cinco anos. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%; a sífilis em gestantes, de 20,9%; e a congênita, de 19%.
Em 2015, o número total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878. No mesmo período, a taxa de detecção foi de 42,7 casos por 100 mil habitantes – a maioria, em homens: 136.835 (60,1%). No período de 2010 a junho de 2016, foi registrado um total de 227.663 casos de sífilis adquirida.
Em gestantes, no ano de 2015, a taxa de detecção da sífilis foi de 11,2 casos em gestantes a cada mil nascidos vivos, considerando o total de 33.365 casos da doença. Já de janeiro de 2005 a junho de 2016 foram notificados 169.546 casos. Com relação à sífilis congênita, em 2015 foram notificados 19.228 casos da doença –uma taxa de incidência de 6,5 por mil nascidos vivos. De 1998 a junho de 2016, foram notificados 142.961 casos em menores de um ano. O incremento entre os anos de 2013 e 2014 foi de 26,77%; entre os anos de 2014 e 2015, foi de 20,91% no número absoluto de casos novos diagnosticados.
 Acesso ao medicamento
Além do incentivo ao pré-natal precoce, o plano de ação reforça a necessidade do tratamento oportuno e adequado tanto da gestante como de suas parcerias sexuais. Para isso, o Ministério da Saúde tem promovido sensibilização de profissionais na administração de penicilina benzatina, medicamento seguro e eficaz no combate à sífilis e reconhecido na Assembleia Mundial da Saúde como essencial para o controle de sua transmissão vertical.
Desde 2014, países de todo o mundo enfrentam o desabastecimento de penicilina benzatina, devido à falta de matéria-prima para a sua produção. Neste ano, o governo brasileiro adquiriu, em caráter emergencial, 2,7 milhões de frascos de penicilina benzatina, com prioridade na prescrição para grávidas e seus parceiros. Além disso, o Ministério já iniciou a compra de 230 mil ampolas de penicilina cristalina.
Segundo o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), em 2013/2014, 55% das unidades da federação aplicam penicilina benzatina na Atenção Básica. Para assegurar esse tratamento às grávidas, o Ministério da Saúde publicou a Resolução nº 3161/2011, orientando os profissionais sobre a administração de penicilina nas unidades de saúde e permitindo que essa administração seja feita pela equipe de enfermagem.
Campanha
Neste ano, a campanha de combate à sífilis terá como foco as gestantes jovens e seus parceiros sensibilizando-os para a realização do teste de sífilis no início da gestação e também incentivando o parceiro a fazer o teste, evitando a reinfecção. A campanha inclui peças gráficas (cartaz e folheto); filme publicitário e um minidocumentário – Gestação Segura, Criança Saudável – a serem veiculados nas redes sociais até 30 de outubro.
Entidades
Ao todo, assinaram a carta-compromisso a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); a Aids Healthcare Foundation (AHF); a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn); a Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF); a Associação Médica Brasileira (AMB); o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen); o Conselho Federal de Farmácia (CFF); o Conselho Federal de Medicina (CFM); o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass); o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems); a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas); a Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis (SBDST); a Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia da Infância e Adolescentes (Sogia); a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI); a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC); a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT); e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Confira abaixo a apresentação feita durante a Reunião e a campanha publicitária que alerta sobre a importância de iniciar o pré-natal precocemente.

Na Europa, infecção hospitalar ameaça mais que aids, diz estudo


Pesquisa sugere que risco de infecção hospitalar para população na Europa é maior que o representado por HIV, gripe e tuberculose juntos. Segundo a agência Dagmar Breitenbach, muitos custam a acreditar, mas seis infecções associadas ao sistema de saúde são um problema maior em hospitais do que gripe, aids e tuberculose juntos. As chamadas "seis grandes" são pneumonia, infecções do trato urinário e incisional, clostridium difficile (bacilo responsável por doenças gastrointestinais associadas a antibióticos), sepse neonatal e infecções primárias da corrente sanguínea. E todas elas podem ser contraíras durante um tratamento hospitalar. Essa é a conclusão de um estudo divulgado nesta terça-feira (18) na revista científica “PLoS Medicine”, publicada, sob o sistema de acesso aberto peer-reviewed, pela Biblioteca Pública de Ciência, sediada em São Francisco (EUA).
Infecções hospitalares são "a maioria dos eventos adversos frequentes na prestação de cuidados de saúde em todo o mundo", de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com milhões de pacientes afetados a cada ano. A UE e o Espaço Econômico Europeu enfrentam mais de 2,5 milhões de casos de infecções hospitalares por ano, avalia o estudo. A estimativa é que elas resultam na perda dessa mesma quantidade de anos de expectativa de vida corrigida pela incapacidade (EVCI) – como são chamados os anos de uma vida saudável, ou seja, sem limitações ou incapacidades.
O termo é usado para medir o impacto das doenças sobre a saúde de uma população. Doenças transmissíveis Infecções hospitalares são uma complicação comum e, em grande parte, possível de prevenir na hospitalização e na cirurgia. Elas afetam até um em cada 20 pacientes, conforme o estudo. Elas estão associadas ao aumento da morbidade, da mortalidade e de custos de saúde.
Os autores do estudo argumentam que a redução de infecções associadas aos cuidados de saúde na UE e no Espaço Econômico Europeu deve ser "uma meta capaz de ser alcançada". O estudo utiliza dados de uma pesquisa realizada entre 2011 e 2012 pelo Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), de Estocolmo, sobre infecções associadas aos cuidados de saúde em hospitais europeus para casos agudos.
A pesquisa é, de acordo com seus autores, "uma sólida primeira tentativa" em estimar a carga representada pelas infecções hospitalares, incluindo o papel da comorbidade – a coexistência de múltiplas doenças. Eles salientam "a necessidade de se intensificar esforços para prevenir e controlar essas infecções, visando tornar os hospitais europeus mais seguros".

Fonte : UOL

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