quarta-feira, 14 de junho de 2017

Parada Gay de SP terá Anitta, Daniela Mercury e Naiara Azevedo neste domingo



A 21ª edição da Parada Gay de São Paulo, que acontece entre as 12h e as 18h deste domingo (18), na região central da capital paulista, vai contar com a participação de Anitta, Daniela Mercury, Naiara Azevedo, entre outros artistas. O anúncio das atrações musicais foi feito nessa terça-feira (13), na sede da Prefeitura.
A estimativa da administração municipal é de que cerca de 3 milhões de pessoas passem pelo evento, que vai percorrer a Avenida Paulista, seguir pela Rua da Consolação e terminar com um show no Vale do Anhangabaú.

A expectativa de público foi dada pelo prefeito João Doria (PSDB), com ressalva: "se o tempo estiver bom". Na Virada Cultural, o prefeito culpou São Pedro pelo baixo número de espectadores.
Ao todo, 19 trios elétricos vão integrar a festa, patrocinados por instituições e empresas parceiras. A Prefeitura, por sua vez, vai investir aproximadamente R$ 1,5 milhão na infraestrutura do evento - a quantia é a mesma disponibilizada para a edição do ano passado, segundo a gestão Doria.
Anitta e Naiara Azevedo vão se apresentar no trio patrocinado por uma empresa de transporte individual de passageiros. Junto com elas, na festa batizada de Chá da Alice, estarão Márcia Freire, ex-vocalista da banda Cheiro de Amor, e a cantora amazonense Lorena Simpson. A patrocinadora ainda promete uma atração especial, que só será divulgada no sábado, véspera da Parada.
Prefeitura divulga detalhes da Parada do Orgulho LGBT de 2017
Apesar da concorrência, para o prefeito João Doria, a principal atração musical do evento é Daniela Mercury, que estará em outro trio, patrocinado por uma marca de cerveja. "Fico muito feliz que ela tenha aceitado o convite para ser uma das principais, na verdade, posso dizer que, do ponto de vista musical, a principal atração da Parada LGBT", afirmou o tucano.
Doria, porém, não acompanhará a apresentação da cantora baiana. Assim como na Virada Cultural, o prefeito não vai participar da festa. Desta vez, por conta de uma viagem –a primeira não-oficial desde que assumiu a Prefeitura. O tucano estará em Porto Rico com a família para celebrar os 15 anos da filha Carolina.
"Quem tem filha sabe o drama que é o negócio de 15 anos. Prometi à minha filha, há dois anos, eu nem candidato era. Imagina se depois de dois anos eu ia dizer para minha filha: 'Seu pai não vai, você vai comemorar seus 15 anos sem seu pai'. Eu amanheceria boiando no Rio Tietê, mortinho. Minha filha é brava", brincou.
Economia
A Prefeitura estima que 20% do público da Parada seja composto por turistas. Cerca de 600 mil pessoas que devem sair de outras cidades, estados e até países para participar do evento e movimentar a economia da capital paulista em aproximadamente R$ 45 milhões, conforme projeção de Doria. "Isso se traduz obviamente em renda, emprego e impostos", disse.
De acordo com o prefeito, considerando também o consumo de residentes da Grande São Paulo, a Parada deve girar um valor ainda maior. E já a partir do início do feriado prolongado, na quinta-feira (15): "100 milhões de reais de impacto direto na economia da nossa cidade, o que é um valor absolutamente expressivo, considerando o tempo de realização do evento e o período que o antecede", completou.

Fonte : G1

Homofobia tem 465 vítimas em dez anos, em São Paulo



O G1 fez um levantamento sobre os casos de homofobia em São Paulo, a reportagem especial foi publicada nesta terça-feira (13) – leia aqui. São 465 vítimas de homofobia em 10 anos, ampliando para todo o Brasil, a cada 25 horas uma pessoa é agredida ou morta por causa de sua orientação sexual. O “Bom Dia Brasil”, da “TV Globo”, conversou com ativistas, especialista e uma vítima da homofobia em São Paulo sobre esses dados, na manhã desta quarta-feira (14).
O mapeamento mostra todos os casos registrados na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) motivados por homofobia. No mapa, é possível ver detalhes de cada vítima e o respectivo boletim registrado, com o ano, a localidade, a natureza da ocorrência, o sexo e a idade. O levantamento inédito permite identificar onde ocorrem os casos de homofobia na Grande São Paulo.
“Num cenário pacato, de uma cidade pequena perto de São Paulo, o rapaz foi vítima de uma cena dignada de gente de cabeça pequena”, afirmou o repórter Pheline Siani.
“Eu tava parado e passaram dois rapazes e um deles começou a mexer, começou a falar coisa, tipo: ‘bicha.’ Naquela hora eu já senti medo e tal. Depois eu vi que um falou pro outro: ‘vamos quebrar essa bicha no meio?’ Quando eu vi, eles começaram a vir, eu acelerei o passo para sair dali”, contou a vítima que por medo não quis ser identificado na matéria.
O jovem não diz que não fez nada que pudesse provocar os agressores e mesmo assim foi agredido verbalmente e fisicamente. A vítima foi espancada até desmaiar, “simplesmente porque estava na rua e era gay”, explica o repórter.
Segundo o ativista LGBT Agripino Magalhães, os dados de crimes relacionados à homofobia é muito maior, pois a maioria das vítimas temem denunciar: “tem medo de não ter justiça e os órgãos que deveriam receber esses LGBTs não recebem. [Temem] por causa da família, da religião ou do trabalho.”
Do total de boletins de ocorrência feitos de 2006 a 2016, 219 viraram inquérito na delegacia especializada – 55% do total. Não há, no entanto, casos de homicídio mapeados, já que a motivação desse tipo de crime só é conhecida durante a investigação.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Para reduzir erros diagnósticos, grupo da USP investiga como os médicos pensam. Estudo foi publicado na “Scientific Reports”



As tarefas de diagnosticar uma doença e de prescrever um tratamento com base em informações escritas ativam no cérebro dos médicos os mesmos circuitos neuronais usados por qualquer pessoa para nomear objetos ou animais.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) chegaram a essa conclusão após avaliar o funcionamento cerebral de 31 clínicos por meio de exames de ressonância magnética funcional – tecnologia que permite detectar variações no fluxo sanguíneo em resposta à atividade neural.
Os resultados da pesquisa, apoiada pela Fapesp, foram publicados em maio na revista "Scientific Reports", do grupo Nature.
“Também identificamos neste trabalho mecanismos que podem levar a uma conclusão diagnóstica prematura. Esse tipo de informação pode contribuir para o desenvolvimento de ferramentas capazes de reduzir esse tipo de erro na prática médica”, disse Marcio Melo, pesquisador do Laboratório de Informática Médica da FMUSP e primeiro autor do artigo.
Como relatou o cientista, os participantes do estudo foram submetidos a dois diferentes experimentos. No primeiro, um conjunto de sintomas era apresentado por escrito e o médico tinha de identificar a doença a ele relacionada (os sintomas febre, tosse produtiva e condensação pulmonar, por exemplo, deveriam levar à conclusão de que se tratava de um caso de pneumonia). Como comparação, eram exibidas informações sobre animais ou objetos a serem nomeados (miau, animal doméstico e pelo preto, por exemplo, sugeririam se tratar de um gato).
No segundo experimento, as telas mostravam o nome de doenças e a tarefa consistia em prescrever o tratamento mais adequado.
As informações escritas foram apresentadas por meio de um sistema de espelhos enquanto os participantes do estudo estavam posicionados dentro do equipamento de ressonância magnética. À medida que eles executavam as tarefas, imagens do cérebro eram coletadas e as respostas, gravadas.
“Nossa análise mostra uma notável semelhança na atividade cortical durante as três tarefas – diagnóstico, prescrição e nomeação de objetos ou animais –, o que corrobora a nossa hipótese inicial”, disse Melo.
Como ressaltou o pesquisador, os achados vão ao encontro dos resultados de um estudo anteriormente publicado pelo grupo na revista “PLoS One” – no qual o processo diagnóstico foi investigado no âmbito visual. No experimento anterior, radiologistas tinham como tarefa diagnosticar lesões ou identificar animais inseridos em radiografias do tórax. Como agora, observou-se que as áreas cerebrais ativadas durante o diagnóstico foram muito semelhantes àquelas acionadas quando se nomeava animais (Leia mais aqui).
“É importante salientar que, no estudo atual, respostas com mais de um diagnóstico foram evocadas por 80,7% dos participantes pelo menos uma vez durante a execução das tarefas. Em resposta ao sintoma desânimo, por exemplo, um participante respondeu ‘depressão’ e ‘hipotireoidismo’. Isso mostra que um processo complexo, como a evocação de diagnósticos diferenciais, pode ocorrer em poucos segundos”, comentou.
Excesso de certeza pode ser ruim
Tanto o ato de diagnosticar uma doença como o de prescrever um tratamento são considerados pelo grupo da USP um processo de tomada de decisão. A incerteza é grande no início, porém, à medida que as evidências vão se acumulando, um limiar de confiança é atingido e a decisão é tomada pelo médico.
No experimento realizado, a tomada de decisão correspondia ao momento em que o médico vocalizava o diagnóstico ou o tratamento.
Como contou Melo, as imagens de ressonância mostraram que quando os médicos deparavam com informações diagnósticas inespecíficas (que podem estar associadas a diversas doenças, como a febre) aumentava a atividade em um sistema cerebral conhecido como rede atencional fronto-parietal (RAFP). Porém, se logo no início da tarefa era apresentada ao participante uma informação fortemente associada a uma doença – como um exame HIV positivo, por exemplo –, o monitoramento atencional pela RAFP era reduzido.
De acordo com o pesquisador, esses dados dão suporte para a hipótese de que a redução no grau de incerteza – sinalizada pela redução de atividade na RAFP – estaria envolvida no disparo da tomada de decisão.
“Nossas análises sugerem, portanto, que a tomada de decisão pode ocorrer de forma prematura caso o médico, logo de início, tenha contato com uma informação de alto poder diagnóstico. Um exame que indica uma baixa dosagem de tiroxina, por exemplo, poderia levar o médico a diagnosticar corretamente hipotireoidismo. A certeza diagnóstica, por outro lado, pode levar a uma interrupção prematura da investigação impedindo a detecção de uma depressão associada. A conclusão diagnóstica prematura é uma causa importante e frequente de erros médicos”, disse Melo.
Para o pesquisador, uma maneira de prevenir o encerramento prematuro da investigação seria apresentar ao médico, logo no início, uma lista de opções diagnósticas por meio de um sistema de suporte computadorizado – que poderia estar acoplado ao prontuário eletrônico, por exemplo. “Isso aumentaria o grau de incerteza e, consequentemente, a atenção no processo de avaliação”, opinou.
Outra conclusão importante do artigo é que, aparentemente, os médicos só tomam consciência de sua decisão quando começam a verbalizá-la.
Segundo Melo, as imagens revelaram uma “inesperada e dramática” mudança na atividade cerebral entre os períodos decisório e o início da vocalização das respostas. “No início da fala foi detectado um forte aumento de atividade em uma ampla rede de estruturas cerebrais envolvidas com a consciência e, concomitantemente, com áreas engajadas no monitoramento auditivo”, contou.
Esse achado, que ocorre em frações de segundo, só foi possível de ser detectado graças a uma nova metodologia desenvolvida pelo grupo da FMUSP, que permitiu aumentar a resolução temporal da análise dos dados de ressonância magnética funcional. No estudo, uma imagem composta pela superposição de 43 fatias do cérebro com cerca de 3 milímetros cada foi coletada a cada 2,3 segundos.
“Pelo modelo tradicionalmente usado, a análise seria baseada na média da atividade cerebral nessas 43 fatias. A inovação consistiu em introduzir no modelo matemático de análise dos dados a atividade em cada uma das 43 fatias. Isso permitiu a investigação da atividade cerebral em períodos de 400 milissegundos”, contou Melo.
Os resultados, acrescentou, indicam que os médicos participantes do estudo necessitavam escutar as próprias respostas para tomar consciência das suas conclusões diagnósticas.
“Precisaríamos nos ouvir falando, em voz alta ou na imaginação, para sabermos o que estamos pensando. Essa ideia já havia sido proposta anteriormente, porém, agora apresentamos a primeira evidência experimental dessa hipótese. Esse indício ainda precisa ser corroborado por experimentos que abordem especificamente essa questão e pode ter uma implicação mais ampla, ajudando a entender como as pessoas de forma geral tomam consciência do que estão pensando”, concluiu.
O artigo “How doctors diagnose diseases and prescribe treatments: an fMRI study of diagnostic salience” pode ser lido em inglês aqui.

Fonte : Revista Fapesp

Em reportagem especial, G1 mapeia casos de homofobia em São Paulo



Em dez anos, 465 vítimas – uma a cada semana, em média – procuraram ou foram encaminhadas à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) para registrar uma queixa de crime motivado por homofobia em São Paulo. Esses são dados exclusivos obtidos pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação que revelam a radiografia dessas denúncias. 
O mapeamento mostra todos os casos registrados na Decradi motivados por homofobia. No mapa, é possível ver detalhes de cada vítima e o respectivo boletim registrado, com o ano, a localidade, a natureza da ocorrência, o sexo e a idade. O levantamento inédito permite identificar onde ocorrem os casos de homofobia na Grande São Paulo.
O trabalho em parceria com a delegacia durou mais de quatro meses. Isso porque foram fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública à equipe do G1, após o pedido via Lei de Acesso, todos os boletins de ocorrência da Decradi (quase mil), sem diferenciar qual tinha a homofobia como motivação. Por meio desse material foi feito um trabalho minucioso para chegar a cada caso envolvendo o público LGBT na década. 
Do total de boletins de ocorrência feitos de 2006 a 2016, 219 viraram inquérito na delegacia especializada – 55% do total. Não há, no entanto, casos de homicídio mapeados, já que a motivação desse tipo de crime só é conhecida durante a investigação.
Um outro agravante (também para as estatísticas) é que a homofobia ainda não é crime no Brasil. Ou seja, as denúncias são enquadradas de acordo com a tipificação do crime correlato. São casos e mais casos de injúria, ameaça, lesão corporal, constrangimento ilegal, entre outros.
Entre as vítimas, há desde um adolescente de 17 anos até um homem de 77 anos. Os principais casos estão circunscritos à região central, onde estão as ruas Augusta e da Consolação e a República e o Largo do Arouche, locais bastante frequentados pelo público LGBT.  Em dez anos, o perfil dos agressores mudou. Antes eram vizinhos, colegas de trabalho e até parentes. Agora são anônimos que atacam principalmente pela internet, dizem os responsáveis pela Decradi.
O que não se altera, ao longo do tempo, é o teor das ofensas à população LGBT. Os boletins de ocorrência revelam casos de agressões gratuitas, de xingamentos e provocações sem sentido em locais públicos, de humilhações dentro de casa e no meio da rua. A equipe de reportagem coletou algumas das frases ditas pelos agressores com o contexto em que elas foram pronunciadas.
A Decradi é a delegacia especializada para coibir e apura todos os delitos relacionados à intolerância e aos delitos de preconceito. Toda forma de preconceito é coibida, apurada e penalizada”, diz a delegada Kelly Andrade, da Divisão de Proteção à Pessoa do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
De 20 a 30 policiais atuam na delegacia especializada. “O número exato é flutuante”, despista Kelly, que aponta quais têm sido os maiores desafios nesses últimos anos: “Eles são diários e eternos. Nos dez anos, eu acho que o maior é estar sempre à frente da tecnologia. Porque hoje a maioria desses crimes é praticada por meios eletrônicos”.
Quando o assunto é o combate à intolerância LGBT, algumas vítimas fazem questão que as motivações levem em conta suas identidades sexuais.

Ação de testagem do HIV no Masp atraí pessoas interessadas em PrEP e PEP



Centenas de pessoas participaram nesta segunda e terça-feira, 12 e 13 de junho, da ação de testagem para o HIV no Vão Livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na Av. Paulista. Até o inicio desta tarde, a equipe do CRT DST/Aids-SP (Centro de Referência e Treinamento) realizou 600 exames, com 10 resultados positivos. “O dia está chuvoso, mas a ação está sendo um sucesso. É preciso continuar ofertando oportunidades de testagem para a população. A atividade no Masp, na semana da Parada LGBT de São Paulo, é estratégica e já virou um marco", declarou Artur Kalichman, coordenador-adjunto do Programa Estadual DST/Aids de São Paulo.
Quem passou pelo local também teve acesso aos insumos de prevenção gratuitos. Nestes dois dias de ação, o CRT disponibilizou 34 mil preservativos masculinos, 3 mil camisinhas femininas, 8 mil saches de gel lubrificante e 8 mil folders. A ação acontece em parceria com a ONG  AHF (Aids Healthcare Foundation) e contou com a atuação do Esquadrão das Drags.
“O diferencial deste ano é que muitas pessoas vieram nos procurar em busca da PrEP [profilaxia pré-exposição ao HIV]. A pílula que previne o HIV ainda não está disponível, mas indicamos outras possibilidades de prevenção. Alguns, por exemplo, tinham se exposto ao vírus há menos de 72 horas, então, falamos da PEP [profilaxia pós-exposição ao HIV]", contou Ivone de Paula, gerente de prevenção do Programa de Aids. Ainda segundo ela, muitos jovens participaram da ação e fizeram o teste pela primeira vez: "a testagem é considerada uma estratégia de prevenção, para as pessoas que descobriram que estão infectadas é indicado o tratamento", disse.
"Transei recentemente sem camisinha e há dias não durmo pensando se contraí o vírus. Decidi fazer o exame para acabar com este mistério", contou o estudante XX, de 20 anos. "Ufa, o teste deu negativo, agora vou ficar mais atento ao uso da camisinha", disse aliviado.
Carlos Donatelo, 32 anos, também recebeu o resultado negativo. “Vim fazer porque moro aqui perto. É a terceira vez que faço o exame”, contou.
A dona Teresa, de 72 anos, aproveitou para levar alguns preservativos para os netos. "Não quis fazer o teste porque já fiz em outra oportunidade, além disso, a minha saúde está ótima."
Somente na segunda-feira (12) foram realizados 486 testes, com oito resultados positivos. Esses pacientes foram encaminhados para tratamento em serviços de referência, como o próprio CRT DST/Aids.
Os testes rápidos são feitos por meio de fluído oral (coleta de saliva) e fornecem resultados em 30 minutos. "É simples, rápido, indolor e realizado com total privacidade e sigilo", explicou Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual.
Nessa ação, a estrutura conta com seis tendas onde é feito o acolhimento por psicólogos e assistentes sociais. Seja negativo ou positivo são esses profissionais que dão o resultado. Também há quatro estações para recolher o fluido oral e vários agentes orientando sobre o teste e tirando dúvidas sobre HIV/aids e outras DSTs.
Este é o terceiro ano consecutivo em que acontece a ação na Avenida Paulista com apoio da Aids Healthcare Foundation. "A AHF é uma grande entusiasta da testagem comunitária do HIV pelo mundo. Muitas pessoas não vão aos serviços de saúde, então apostamos em mobilizações contra a aids de forma divertida e descontraída", destacou o gerente de dados da AHF no Brasil, Renato Chuster.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Agência Nacional de Saúde Suplementar suspende a comercialização de 38 planos de saúde



A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou a suspensão da comercialização de 38 planos de saúde de 14 operadoras . Os motivos são reclamações  de usuários envolvendo negativa e demora no atendimento, apresentadas no primeiro trimestre de 2017. A medida entra em vigor no dia 9. Segundo a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Karla Santa Cruz Coelho, a medida protege os beneficiários dos planos e incentiva as operadoras a melhorarem o atendimento.
“Ao proibir a venda dos planos que estão sendo alvo de reclamações recorrentes sobre cobertura, a ANS obriga as operadoras a qualificarem o serviço para atender com eficácia aos usuários. Somente mediante a adequação do atendimento essas operadoras poderão receber novos clientes”, explica. “Neste ciclo, mais de 739 mil consumidores estão sendo protegidos .”
A ANS recebeu 14.537 reclamações de natureza assistencial em seus canais de 1 de janeiro a 31 e março de 2017. Desse total, 12.360 queixas foram levadas a análise pelo programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento. A medida, segundo a agência, é preventiva e perdura até a divulgação do próximo ciclo. Além de terem a comercialização suspensa, as operadoras que negaram indevidamente cobertura podem receber multa que varia de R$ 80 mil a R$ 250 mil. 
Acesse a lista de planos com comercialização suspensa.

Ministro da Saúde diz ter um atalho para aprovação de drogas na Anvisa, destaca o jornal "Folha de S. Paulo"



O ministro Ricardo Barros (PP-PR) disse que existe um caminho "super-rápido" para o registro de novos produtos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), inclusive no caso de equipamentos hospitalares e de novos remédios –basta dar um bom desconto para o governo.
A afirmação foi feita durante a sessão Saúde e Biotecnologia do Fórum de Investimentos Brasil 2017 (BIF), realizada no fim da tarde da última quarta-feira (31), em São Paulo –evento direcionado ao setor empresarial e que contou com a participação de ministros, do presidente Michel Temer e dos líderes do Legislativo.
O painel contou também com a participação de executivos de empresas da área da saúde. Barros foi questionado sobre a necessidade de haver um caminho mais rápido o registro de novos medicamentos para doenças –para drogas capazes de salvar vidas. O ministro respondeu:
"Fast track existe, mas tem tanta gente que é outra fila interminável. O que nós precisamos e o que tem funcionado é o que eu tenho dito aos senhores, [que são] do mercado: mandem para mim uma carta dizendo que vocês tem um [produto para] registro na fila da Anvisa. E que, quando aquele registro for aprovado, que vocês vão praticar 30%, 40% desconto no preço que nós estamos pagando hoje [em relação um remédio que trate a mesma condição], que eu consigo um 'super fast track'."
A afirmação foi recebida com surpresa pelos poucos executivos que estavam na sessão, uma das últimas do fórum. Continuou o ministro:
"Dá para fazer uma coisa 'correndo' porque eu tenho uma justificativa: nós vamos economizar recursos públicos com o registro desses novos medicamentos. Já temos várias coisas andando na Anvisa neste modelo e ele me permite, realmente, pedir a 'prioridade da prioridade' porque, aprovado o registro, no dia seguinte passamos a comprar mais barato e atenderemos mais pessoas com o mesmo recurso, aumentando o acesso [da população a tratamentos]."
Via expressa
Segundo Jarbas Barbosa, diretor-presidente da Anvisa, entre os critérios usados na priorização de registro de produtos está a possibilidade de inclusão da droga em programas do Ministério da Saúde e no SUS.
Ele cita como exemplo de análise prioritária a de medicamentos para tratamento da hepatite C (sufosbuvir e daclatasvir), que foram avaliados e registrados em quatro meses. Em média, o tempo que leva para uma droga ser registrada é de um ano. Essas drogas ampliam a chance de cura de cerca de 40% para mais de 90%.
Outra análise que foi priorizada foi a do Truvada, combinação de duas drogas usada para a profilaxia pré-exposição (Prep) ao HIV. O medicamento é a grande estrela de um programa anti-Aids do governo.
Mas ainda não é tudo tão preto no branco na hora de saber o que é "prioridade": após a lei 13.411/2016 ser sancionada, a Anvisa acabou cancelando a RDC (resolução de diretoria colegiada) que versava sobre o tema.
A lei define que existem os medicamentos devem ser avaliados como prioritários ou ordinários. Os prazos definidos para decisão final no processo de registro são de 120 dias e 365 dias, respectivamente
O que falta, explica Jarbas Barbosa, é que uma nova RDC seja aprovada já nos termos da nova lei. Ele mesmo é o relator (a escolha é feita por sorteio) e estima que o texto seja colocado em consulta pública daqui a mais ou menos três semanas.
"Existe um debate em todo o mundo de como tentar fazer o processo andar mais rápido. Americanos, japoneses e europeus também estão trabalhando nisso", diz Barbosa.
"Com as novas tecnologias, há uma disponibilidade de medicamentos que aumenta a sobrevida de maneira inimaginável, como no caso de algumas droga para câncer. Existem doenças que há 40 anos não tinham nenhum medicamento novo e, de repente, surge um que pode mudar a história. Isso é bem diferente de quando pedem registro da 30ª nova apresentação de uma mesma droga –aí é algo mais interessante para a empresa do que para a sociedade."
Outro caso em que a priorização é certa é o registro da primeira droga genérica, após o término da vigência da patente da droga-referência. Os genéricos devem custar no mínimo 35% menos e o fabricante que pedir primeiro o registro ganha automaticamente um lugar privilegiado na fila. 

Fonte : Folha de S. Paulo

Departamento de Aids restringe exame de carga viral no País



sexta-feira, 2 de junho de 2017

Taiwan é o primeiro país da Ásia a reconhecer casamento gay



Tribunal da ilha declara que pessoas do mesmo sexo têm direito de se casar e concede prazo de dois anos para que governo aprove emenda à constituição. Ativista que entrou com queixa na Justiça comemora decisão.O Tribunal Constitucional de Taiwan decidiu nesta quarta-feira (24/05) que casais homossexuais têm o direito de se casar legalmente, tornando a ilha o primeiro país da Ásia a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"A necessidade, a capacidade, a vontade e o anseio, tanto no sentido físico como psicológico, de se criar tais uniões permanentes de natureza íntima e exclusiva são igualmente essenciais tanto para homossexuais como para heterossexuais, dada a importância da liberdade de casamento para o desenvolvimento sadio da personalidade e para a proteção da dignidade humana", diz a decisão.
Composto por 14 juízes, o tribunal de Taiwan declarou inconstitucional um trecho da lei sobre matrimônio que afirma que a união entre "pessoas do mesmo sexo não constitui um casamento legal", concedendo ao governo um prazo de dois anos para aprovar uma emenda à constituição.
A decisão da mais alta corte do país responde a um pedido apresentado em 2015 por Chi Chia-wei, um veterano ativista dos direitos dos homossexuais no país, com apoio do governo da cidade de Taipé, capital de Taiwan, para que a Justiça revisasse a constitucionalidade da atual lei matrimonial.
Chia-wei rompeu barreiras em 1986 ao anunciar que era homossexual, episódio que lhe rendeu 162 dias de prisão. Quinze anos mais tarde, ele desafiou as leis que impediam o casamento gay e pediu, sem sucesso, o registro legal da união com seu parceiro de longa data.
Em 2015, após uma nova tentativa fracassada, Chia-wei pediu uma consulta de interpretação à Suprema Corte por considerar que a proibição ao casamento gay viola os artigos 7 e 22 da Constituição de Taiwan, que estabelecem que todas as liberdades e direitos que não prejudiquem a ordem social ou o conforto público estão garantidos ao povo.
"Tornou-se realidade um sonho que estou esperando há mais de 16 anos", afirmou o ativista nesta quarta-feira, quando tomou conhecimento da resposta a sua queixa. A decisão também foi comemorada por vários grupos de direitos humanos que aguardavam a sentença.
No campo político, tanto a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, como a maioria dos parlamentares de sua legenda, o Partido Democrata Progressista, já se manifestaram a favor do casamento gay.
De opinião contrária, grupos religiosos e conservadores receberam com protesto e consternação a decisão, que segundo eles é um golpe à tradição chinesa de Taiwan e à família tradicional.
Embora a defesa aos direitos LGBT ainda seja um tema tabu em partes da Ásia, vários países do continente são signatários da declaração das Nações Unidas sobre o assunto, incluindo Mongólia, Japão, Coreia do Sul, Nepal, Tailândia e Timor Leste. No Japão, a união entre pessoas do mesmo sexo é reconhecida em alguns municípios.

Fonte : Terra

Ativistas denunciam falta de camisinhas e testes rápidos de HIV no Brasil. Governo responde que situação está sendo regularizada



“Faltando poucos dias para as Festas Juninas, segunda maior comemoração nacional, estamos trabalhando com estratégia de alerta nas ações de HIV/aids”, conta José Cândido, representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/aids em Pernambuco (RNP+PE). Segundo nota emitida pelos Fóruns de ONGs/Aids do Estado de São Paulo (Foaesp) e do  Rio Grande do Sul e pela RNP de São Paulo (RNP+SP), faltam camisinhas masculinas e testes rápidos de HIV em diversos municípios brasileiros. A Agência de Notícias da Aids entrou em contato com ativistas e gestores estaduais e municipais de diferentes regiões que confirmaram a denúncia. O Departamento de IST, HIV, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde informa que teve problemas com os respectivos fornecedores e que a situação está sendo regularizada.
“Desde a semana passada que o Foesp, a RNP+SP e o Fórum de ONG/Aids do RS vêm recebendo denúncias da falta de preservativos masculinos e  testes rápidos para a detecção do HIV, tanto de ativistas do Estado de São Paulo e do Rio Grande do Sul, quanto das demais unidades da federação brasileira. Em algumas regiões do país os estoques de preservativos masculinos estão zerados. Em consulta informal feita com o movimento social de luta contra a aids nacional também verificamos que outros Estados estão com os mesmo problemas,” diz a nota. 
A camisinha é considerada por especialistas o método mais eficaz para a prevenção do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além de evitar uma gravidez não planejada. Já a testagem rápida do HIV possibilita que o país amplie suas estratégias de prevenção e acesso ao diagnóstico precoce.
“O preservativo masculino está na base da política de prevenção ao HIV e a outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) no Brasil. Tanto quanto o preservativo, o teste rápido é pilar da política de implantação da prevenção combinada no país. (...) a falta destes insumos já vem afetando o trabalho de prevenção no enfrentamento à epidemia, o que impacta na resposta brasileira ao HIV/aids”, afirma outro trecho da nota.
Ações de prevenção nas festas juninas podem ser comprometidas
No Rio Grande do Norte (RN), o gestor Sérgio Cabral demonstra grande preocupação com as ações de prevenção durante as festas juninas. “O próprio Ministério que incentiva a testagem e distribuição de insumos, nos envia 30% a menos do que o necessário. Espero que isso seja solucionado, pois já devíamos ter começado as ações das festas juninas, mas em vez disso recuamos. Faz seis meses que estamos atendendo com medidas emergenciais. A gente tem muita preocupação com a população, mas ao mesmo tempo, temos dificuldade de atendê-la”, desabafa Cabral.
A fata de preservativos nos serviços também afeta diretamente o trabalho das ONGs/aids. O ativista Esdras Gurgel, representante da RNP+ no RN, diz que com a atual situação não é possível fazer grandes ações de combate ao HIV e assistência às pessoas soropositivas: “Nós vivemos um retrocesso nas políticas de assistência e prevenção. Por este motivo, temos que selecionar bem as ações que serão desenvolvidas. As instituições estão abastecidas, mas com estoque baixo. Há quase oito meses a cota periódica de insumos não é enviada pelo Ministério em sua totalidade. O estado pede 10 unidades e eles mandam 6, por exemplo”. 
O ativista diz ainda que o serviço está desarticulado no Rio Grande do Norte: “Só não falta insumo porque as ações são cada vez menores. São 10 SAEs e dois hospitais de referência para todo o estado. Além disso, está difícil manter os CTAs. Com poucos serviços qualificados as pessoas procuram cada vez menos.”
Em Pernambuco, segundo informações do ativista José Cândido, representante da RNP+ no estado, o estoque não zerou, mas o motivo é semelhante ao apresentado por Esdras Gurgel: “Aqui na capital [Recife], por exemplo, tem apenas um SAE. O CTA que fazia cerca de 50 atendimentos por dia fechou para reforma e não abriu mais. Eles remanejaram o atendimento para o PSF [Programa Saúde da Família], que dos 50 pode atender apenas 15 por dia. Algumas pessoas voltam sem atendimento e outras nem vão aos serviços porque sabem que não serão atendidas”.
O coordenador do Programa de IST/aids de Pernambuco, François Figueroa, afirma que o estado não ficou desabastecido de preservativos ou testes, porque foi avisado pelo Ministério que haveria atraso no envio das camisinhas e troca do fornecedor dos testes rápidos de HIV. “Nós iniciaríamos uma grande campanha de prevenção, mas, como fomos avisados que receberíamos insumos a menos, adiamos essa estratégia. Para os locais que ficariam desabastecidos orientamos um remanejamento entre municípios”, explica. De acordo com Figueroa, o estado recebeu de 15% a 20% a menos dos insumos solicitados.
Em relação a capital, o coordenador municipal de IST/aids, Alberto Enildo diz que “a distribuição destes insumos à população é feita através das UBSs [Unidades Básicas de Saúde], sem qualquer restrição”.
Em relação ao CTA o coordenador explica que o serviço está em processo de requalificação para tornar-se um SAE: “Nesse processo, ele continua funcionando no mesmo endereço, com atendimento reduzido, devido ao improviso das instalações. Em média, 40 pessoas são atendidas, sendo 20 em cada expediente.”
Enildo afirma ainda que são distribuídos na cidade em torno de 347 mil unidades de preservativos masculinos e 9 mil femininos.
No Ceará, de acordo com o ativista Vando Oliveira, representante da RNP+ no estado, desde sexta-feira (9), tantos os CTAs (Centro de Testagem e Aconselhamento) quantos os hospitais de referência informam que as unidades não têm testes rápidos.  
A assessora técnica do Núcleo de Vigilância Epidemiológica de DST/Aids e Hepatites Virais do Ceará, Léa Barroso confirma que o estado está trabalhando com estoque de emergia e, por isso, a prioridade é testar gestantes, mulheres em trabalho de parto (maternidade) e pessoas em situação de emergência. “A falta é do Ministério da Saúde, não é nossa. Nós recebemos um e-mail do Ministério avisando que por conta de uma troca de fornecedor tiveram problemas e por isso haveria uma redução”.
Faz cerca de dois meses que o Ceará tem recebido menos testes do que o solicitado para o Ministério, afirma Léa Barroso: “Nosso pedido no último mês era de 2.500 kits e recebemos apenas um mil. Tive que fazer mágica para não prejudicar a população e os serviços”. Por conta do reforço recebido no Carnaval, Léa diz que não houve falta de camisinhas e os municípios estão abastecidos.
No Rio Grande do Sul, algumas cidades já emitiram o alerta para a falta de preservativos. Antônio Carlos, representante da RNP+ no RS e da Comissão Estadual de IST/aids, conta que há pelo menos dois anos  o estado está sem um coordenador de IST/aids. “Como que um país diz se preocupar com as políticas de aids, mas deixa faltar preservativos? Dessa vez é falta, mas o estado muitas vezes tem problemas de repasse”, diz Carlos.
Rebel Machado, diretora adjunta do Departamento de Ações em Saúde da Secretaria Estadual do Rio Grande do Sul, confirma que alguns municípios como Sapucaia do Sul estão sem estoque de camisinhas masculinas. “Aqui não falta teste, mas estamos desabastecidos de camisinhas. Sabemos que outros estados estão na mesma situação que nós e sem previsão de normalizar. Orientamos os municípios a se ajudarem,” comenta.
“No Maranhão são feitos 40 mil testes por ano,” afirma Miguel Ari, responsável pela logística dos testes rápidos no Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do estado. “Aqui também tivemos diminuição no abastecimento de teste rápido, mas fomos informados que haveria troca de fornecedor e o Ministério também não recebeu a quantidade total do pedido.”
No Brasil, após a realização do teste rápido de HIV, no caso de um resultado positivo é feito um segundo teste confirmatório utilizando insumo de outra marca, ou seja, teste de triagem e confirmatório.
“Como o teste que foi reduzido nessa cota é usado na triagem, trocamos as marcas para não faltar. Colocamos o habitualmente usado na triagem como confirmatório e o confirmatório para triagem. Isso não afeta a eficácia do resultado e não deixamos faltar nos municípios”, afirma Ari.
No estado de São Paulo, Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp, conta que em Ribeirão Preto, cidade onde mora, não tem preservativo disponível.
A coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, Maria Clara Gianna, diz que o teste rápido de polpa digital recebido foi menor do que o solicitado, no entanto, o estado recebeu uma quantidade maior do teste de fluido oral. 
“Segundo o Ministério, o fornecedor entregou de forma fracionada. Então o repasse foi feito dessa maneira também. Nós remanejamos a distribuição para os municípios com o intuito de minimizar os impactos, mas também priorizamos maternidade e gestantes” explica Maria Clara.
Em relação aos preservativos, a gestora conta que há dois meses o estado está recebendo quantidade menor. “O Ministério avisou que até essa sexta-feira (2) regulariza a situação. Como em São Paulo temos um sistema logístico descentralizado, a situação será normalizada rapidamente.”
Governo responde
Em resposta a carta emitida pelos Fóruns de ONGs/Aids e RNP+ SP, o Departamento de IST, HIV, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde enviou as entidades e a Agência de Noticias da Aids o seguinte esclarecimento:
“O processo de compra de preservativos masculinos ocorreu conforme o planejado para o exercício de 2017, tendo atraso na entrega por parte do fornecedor, considerando o não atendimento das orientações quanto a embalagem, obedecendo, assim, normas da Agência de Vigilância em Sanitária, órgão regulador. (...) Esclarecemos que objetivando a disponibilização deste insumo para a rede de distribuição nacional, no  mês de maio foi encaminhado um total de 58 milhões de preservativos masculinos de 52mm, com a previsão de finalização das entregas até o próximo dia 06 de junho. (...) Quanto aos testes rápidos de HIV, informamos que o processo de compra foi concluído recentemente e a empresa vencedora da licitação fracionou as entregas iniciais e a distribuição nacional foi feita parcialmente levando em consideração dados de consumo, estoque local e média dos últimos ressuprimentos.” De acordo com o esclarecimento, foram encaminhados 853.015 mil testes rápidos de HIV para todo o Brasil. Até o próximo dia 7 (quarta-feira) será finalizada a distribuição.
A assessoria de imprensa do Departamento informa ainda que o quantitativo de preservativos e testes rápidos enviado é para o estoque mensal das regiões. Em relação às ações relacionadas às festas juninas, cada estado deve fazer a sua solicitação.
Diante da situação, Rodrigo Pinheiro sugere que seja retomada a conversa sobre equacionar o processo de compra: “Isso é crítico, pois também fomos informados sobre falta de medicamentos em alguns estados. Tem algum gargalo que precisa ser resolvido. Mas a gente vai continuar acompanhando. Com esse problema conseguimos ver que as pessoas realmente estão acessando os preservativos e de maneira nenhuma este insumo pode faltar.”
Dados nacionais de HIV/aids
Segundo o Boletim Epidemiológico 2016, 827 mil pessoas vivem com HIV/aids no Brasil. Deste total, 715 mil já foram diagnosticadas, 455 mil estão em tratamento com antirretrovirais e 410 mil com carga viral indetectável. Os dados mostram ainda que 112 mil pessoas vivem com HIV e não sabem. Só em 2015, foram notificados 32.321 novos casos. A transmissão vertical (de mãe para filho) caiu 36% nós últimos dez anos. Atualmente, a taxa nacional de infecção entre menores de 5 anos é de 2,5 por 100 mil nascidos vivos.

2 de Junho - Dia Internacional da Prostituta - ARTICULAÇÃO NACIONAL de P...











No âmbito do dia internacional da prostituta, a articulação nacional de profissionais do sexo lança a campanha: "O corpo é meu e é com ele que eu trabalho: Sou profissional do Sexo”. Prostitutas de todo o Brasil comemoram o dia 2 de junho por ser um dia de lutas em prol de conquistas de direitos. A representatividade é a fundamental marca dessa campanha, em todo o processo estão as digitais de diversas prostitutas e suas organizações: ADHUMAB/PB, Grupo Liberdade – PR, ASPRORN – Natal, APROSBA – Bahia, Estrela Guia SC e APPS/PE que convocadas pela Articulação Nacional de Profissionais do Sexo tomaram a cena para problematizar à temática da prostituição.


De forma democrática e plural as prostitutas que entendem e reconhecem a prostituição livre e espontânea como um trabalho, uma profissão, tomaram a iniciativa de realizarem narrativas audiovisuais contextualizando o cenário vivenciado. Neles elas debatem temas polêmicos, reivindicações históricas e, como não poderia ser ignorado, a atual conjuntura nacional marcada por grandes retrocessos e ataques aos direitos humanos

Daniela Mercury puxará trio elétrico na Parada do Orgulho LGBT em São Paulo



A cantora Daniela Mercury comandará um dos trios da 21ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que acontece no dia 18 de junho. A baiana já veio para outros dois grandes eventos paulistanos gratuitos na capital neste ano: o carnaval de rua e a Virada Cultural.
Há quatro anos casada com a jornalista Malu Verçosa, Daniela diz estar muito feliz em comandar um trio em uma das maiores paradas LGBT do mundo. “Devemos cada vez mais ostentar a força da comunidade LGBT e agir contra a violência e a favor dos direitos humanos. Mais que uma celebração, a Parada de Orgulho LGBT é uma atitude política”, disse a cantora.
Em sua última edição, a Parada recebeu 2 milhões de pessoas, segundo os organizadores, e 190 mil, segundo a Polícia Militar. Em seu aniversário de 20 anos, o evento contou com 17 trios que cruzaram a Avenida Paulista na luta pela Lei de Identidade de Gênero.
A parada deste ano terá como tema: "Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei. Todos e todas por um estado laico". Claudia Regina, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, anunciou o tema no Dia Internacional do Combate à Homofobia.
"A religião é uma questão de foro íntimo. Cada religião é um caminho e ele não pode ser imposto a toda uma sociedade. Cada caminho, cada religião, centro e templo têm suas pessoas com suas afinidades e não pode impor regras e comportamentos a todos. Tudo o que diz respeito ao público e a toda a sociedade deve ter uma postura de laicidade e não deve contemplar religiões”, disse Claudia Regina.

Fonte : G1

  CNS discute desafios para garantir direito universal à Saúde em tempos de negacionismo, durante debate na UFRGS 14 de fevereiro de 2022 O ...