quarta-feira, 14 de junho de 2017

Homofobia tem 465 vítimas em dez anos, em São Paulo



O G1 fez um levantamento sobre os casos de homofobia em São Paulo, a reportagem especial foi publicada nesta terça-feira (13) – leia aqui. São 465 vítimas de homofobia em 10 anos, ampliando para todo o Brasil, a cada 25 horas uma pessoa é agredida ou morta por causa de sua orientação sexual. O “Bom Dia Brasil”, da “TV Globo”, conversou com ativistas, especialista e uma vítima da homofobia em São Paulo sobre esses dados, na manhã desta quarta-feira (14).
O mapeamento mostra todos os casos registrados na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) motivados por homofobia. No mapa, é possível ver detalhes de cada vítima e o respectivo boletim registrado, com o ano, a localidade, a natureza da ocorrência, o sexo e a idade. O levantamento inédito permite identificar onde ocorrem os casos de homofobia na Grande São Paulo.
“Num cenário pacato, de uma cidade pequena perto de São Paulo, o rapaz foi vítima de uma cena dignada de gente de cabeça pequena”, afirmou o repórter Pheline Siani.
“Eu tava parado e passaram dois rapazes e um deles começou a mexer, começou a falar coisa, tipo: ‘bicha.’ Naquela hora eu já senti medo e tal. Depois eu vi que um falou pro outro: ‘vamos quebrar essa bicha no meio?’ Quando eu vi, eles começaram a vir, eu acelerei o passo para sair dali”, contou a vítima que por medo não quis ser identificado na matéria.
O jovem não diz que não fez nada que pudesse provocar os agressores e mesmo assim foi agredido verbalmente e fisicamente. A vítima foi espancada até desmaiar, “simplesmente porque estava na rua e era gay”, explica o repórter.
Segundo o ativista LGBT Agripino Magalhães, os dados de crimes relacionados à homofobia é muito maior, pois a maioria das vítimas temem denunciar: “tem medo de não ter justiça e os órgãos que deveriam receber esses LGBTs não recebem. [Temem] por causa da família, da religião ou do trabalho.”
Do total de boletins de ocorrência feitos de 2006 a 2016, 219 viraram inquérito na delegacia especializada – 55% do total. Não há, no entanto, casos de homicídio mapeados, já que a motivação desse tipo de crime só é conhecida durante a investigação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  CNS discute desafios para garantir direito universal à Saúde em tempos de negacionismo, durante debate na UFRGS 14 de fevereiro de 2022 O ...