sexta-feira, 17 de junho de 2016

Em 31 anos de atividades Gapa-SP passa por dificuldades financeiras



O Grupo de Apoio à Prevenção à Aids de São Paulo (Gapa-SP), atende mais de 600 usuários e familiares no serviço de assistência social e jurídica. De acordo com Valdemar Alves, assistente social da ONG, há anos o Gapa-SP passa por dificuldades financeiras, “mas nos últimos meses a situação tem piorado”. Leia na integra a matéria, de Wanderlei Celestino, publicada pelo “Jornais de Bairro Associados”:
“São 31 anos em defesa da VIDA”
O Gapa-SP foi a Primeira ONG de combate à aids do Brasil,  e  pede ajuda para não fechar. Sua presidente-fundadora Áurea Abbade comentou em recente entrevista “Precisamos de ajuda para não fechar as portas. O Gapa-SP não recebe apoio financeiro do governo,  exceto por projetos específicos, e assim  se mantém  de doações”.
Segundo sua Presidente, o Gapa-SP executa projetos com verba governamental, mas são específicos, e atualmente não tem havido edital para seleção de novos projetos, o que coloca a ONG em situação difícil financeiramente.
Segundo o assistente social, Valdemar Alves, o Gapa-SP atende 600 pessoas atualmente, entre assistidos, familiares e o público em geral no Serviço Social e Jurídico. A entidade tem despesas de R$ 4 mil mensais, mas não tem fonte alguma de recursos, necessitando assim, de doações. Até o condomínio está atrasado, em mais de R$ 30 mil.
O Gapa-SP iniciou suas atividades oficialmente em abril de 1985, e foi a primeira organização de base comunitária voltada especificamente às questões referentes ao HIV/aids, no Brasil e América Latina.
Até o final dos anos 80 o Gapa-SP, foi à única organização na cidade de São Paulo a dar suporte, psicológico, social e jurídico às pessoas infectadas pelo HIV e umas das poucas no país.
O Gapa São Paulo, foi precursor no diálogo com o setor governamental federal, em que resultou na formação do atual Programa Nacional de DST, aids do Ministério da saúde, em 1987, que hoje é considerado modelo de assistência governamental para o mundo.
No ano de 1996, o Gapa-SP obteve uma  de suas maiores vitórias na luta pelo acesso ao  tratamento no Brasil, neste ano foi deferida uma liminar obrigando o estado de São Paulo a comprar medicamentos antiretrovirais de última geração e a manter o tratamento de um usuário atendido pelo Gapa.
No mesmo ano, o Ministério da Saúde iniciou a compra de vários medicamentos antiretrovirais criando uma grade de distribuição nacional, o que certamente foi um dos fatores que colocou o Programa de combate a aids do Brasil como um dos melhores do mundo.
No ano de 1999, o Gapa, ganhou o prêmio Profissionais Do Ano organizado pela rede Globo de televisão de melhor propaganda com o vídeo “Papai e Mamãe”, fazendo referência a transmissão materno- infantil, questão até então era pouco discutida pelos especialistas.
Em 1994, ganhou o prêmio de Menção Honrosa do Ministério da Justiça na qualidade de luta pelos Direitos Humanos.
Hoje, o Gapa possui mais de 3.000 ações jurídicas entre trabalhistas, acesso a medicamento, convênios médicos entre outras, grande parte ainda está em curso.
Em 1989, o Gapa realizou o primeiro fórum para discussão de aids e as empresas, com o objetivo de levar a tona inúmeras discriminações ocorridos pelo setor empresarial contra os trabalhadores, além de chamar atenção de políticas publicas neste setor.
No inicio da década de 80, o Gapa inicia discussões enfocando a questão aids e mulher, com a sociedade e o setor governamental.
Mesmo com um nobre, relevante e reconhecido trabalho social prestado à sociedade, ao longo de três décadas, o Gapa está enfrentando problemas, pois não existem políticas de aporte financeiro em nenhuma esfera governamental, para entidades assistenciais autônomas neste setor.
Assim, para manter suas atividades, o Gapa vem fazendo uma campanha, de sensibilização  à  sociedade  com o objetivo de manter suas portas abertas e suas atividades em prol das 600  pessoas assistidas, e sem o qual fechará suas portas, mesmo diante de sua importância à sociedade e ao país.

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