Nesta sexta-feira (4), começa a 3ª Conferência Municipal de Políticas LGBT de São Paulo. Realizada pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, o evento acontece no Hotel Dan Inn Planalto, na rua Casper Líbero, 115, República.
Serão dois dias de discussões e sugestãoes de propostas. Segundo Franklin Félix, coordenador executivo da conferência, este é um evento que reúne, no mesmo espaço, membros da sociedade civil e poder público para debater as necessidades das políticas LGBT.
“A conferência é o momento de ouvir as demandas das ruas. Quais são as necessidades diárias dessa população. E, assim, também ter propostas para o enfrentamento da homolesbotransfobia e sensibilização da sociedade com o diferente, com aquilo que não é heteronormativo,” explicou Franklin, que é psicólogo, educador, religioso, representante do Conselho Regional de Psicologia e do Conselho Municipal de Políticas para a População LGBT.
Segundo a assessoria da Coordenação de Políticas para LGBT, o evento ocorre em um período marcado por grandes avanços nas políticas para essa população. O aumento do orçamento destinado à área chega a R$ 8 milhões em 2016. Esse é o maior investimento que o Brasil já destinou às políticas sobre o tema e à elaboração de programas inéditos, como o Transcidadania, que há um ano promove a integração social de travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade.
A ativista Bruna Valim, da Rede Trans Brasil e orientadora socioeducativa do CRD (Centro de Referência da Diversidade), conta que o evento é importante para os movimentos sociais avaliarem o que tem sido feito em relação às políticas públicas para essa população. “Tem políticas que já estão andando, mas ainda há muito para ser feito. Hoje, já tem o nome social, mas ele ainda não é respeitado. Precisamos separar o que são propostas, reavaliar e avançar nos novos desafios,” disse.
Ainda de acordo com a assessoria da Coordenação de Políticas para LGBT, além do balanço das ações desenvolvidas desde 2011, quando aconteceu a 2ª Conferência Municipal, a terceira etapa vai discutir e aprovar propostas que deverão nortear a elaboração do próximo Plano de Metas e do Plano Plurianual.
Para Bruna, é fundamental aproveitar esse momento e garantir a realização de propostas que ainda não evoluíram. “O Núcleo de Saúde Integral para a População Travesti e Transexual, por exemplo, ainda não se expandiu. Temos apenas um no CRT [Centro de Referência e Treinamento DST/Aids – SP], onde a deslocação não é fácil para todos. Esse é um desafio que precisa continuar na pauta,” afirmou.
Franklin ressalta como principal ponto a despatologização da identidade das identidades trans. “A pessoa precisa ter o direito de expressar sua identidade livremente e esse é um tema que pretendemos abordar,” afirmou.
Conferência Estadual e Nacional LGBT
A Conferência Nacional LGBT terá sua etapa nacional nos dias 25 a 27 de abril de 2016. A 3ª Conferência Estadual LGBT foi convocada em 11 de fevereiro desse ano e estabelece como prazo de realização das conferências municipais o dia 6 de março de 2016.
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