terça-feira, 18 de outubro de 2016

DIA DO MÉDICO: Os avanços da aids passam pelas mãos desses profissionai


Esta é a última matéria de uma série que começamos no domingo (16) em alusão ao Dia do Médico, comemorado nesta terça-feira (18).  Destacamos os profissionais que se colocaram na linha de frente do combate à aids desde os primeiros casos da doença, nos anos 80. E hoje celebram, lado a lado com seus pacientes, as grandes conquistas mas também reconhecem que há enormes desafios a serem vencidos e não desistem de lutar para vencê-los. A data é festejada no Brasil e em alguns países cristãos, como Portugal, Bélgica, Espanha, Itália e Polônia. Foi escolhida em homenagem ao santo do dia, São Lucas. Ele teria estudado medicina em Antioquia (Turquia) e também teria sido pintor, músico e historiador. Consta na literatura católica que Lucas conviveu com o apóstolo Paulo e foi chamado por ele de “o médico amado”. Assim também muitas pessoas com HIV definem os seus médicos e a eles agradecem a esperança,  a fé no futuro e o bem-estar na vida.

Marinella Della Negra, referência no tratamento de crianças
Especializada em aids pediátrica, Marinella Della Negra se formou pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo em 1971. Fez pós-graduação no Instituto Brasileiro de Pesquisas em gastroenterologia com a tese "Correlações clínico-patológicas e laboratoriais das alterações hepáticas na aids pediátrica".
Participou, como médica residente do Hospital Emílio Ribas, do tratamento de vítimas de epidemias, como a de febre tifóide, ocorrida no Parque Edu Chaves, e a de meningite, que durou até 1975 e atingiu toda a capital. Durante a década de 70, cuidou também de portadores de diversas moléstias infecto-contagiosas, como leptospirose e difteria. Fez estágio nos Estados Unidos, no North Shore University Hospital e no Albert Einstein Hospital, ambos em Nova York.
Marinella começou a trabalhar com crianças portadoras do HIV em 1985, quando muito pouco se conhecia sobre a aids e sua forma de transmissão. Foi quando aceitou acompanhar um bebê soropositivo recusado por outras equipes. A partir daí,  passou a pesquisar a aids pediátrica e a procurar informações com especialistas, em revistas e em instituições internacionais. Os casos seguintes de crianças com HIV foram encaminhados a Marinella. Aos poucos, ela formou uma equipe que se  tornou altamente especializada no tratamento de crianças soropositivas.
Em 1989, a infectologista fundou  a Associação de Auxílio às Crianças Portadoras de HIV. Além de ajudar os doentes, fornecendo remédios, cuidando de seu encaminhamento a hospitais e ambulatórios, e de transmitir informações a pacientes e suas famílias, a entidade também organizou o primeiro encontro sobre aids pediátrica no Brasil – em setembro deste ano, o encontro chegou à 11ª edição.
Caio Rosenthal, na luta décadas antes do Bem Estar
Caio Rosenthal é conhecido do grande público como integrante da equipe de consultores do programa matinal Bem Estar, da Globo, no qual aborda assuntos relacionados a HIV/aids e outras doenças infecciosas. Mas décadas antes de a atração ir ao ar ele já era um infectologista reconhecido no Brasil e no exterior. É médico do Hospital do Servidor Público Estadual e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, além de membro do Conselho Regional de Medicina de São Paulo. É formado pela Faculdade de Medicina da PUC de Sorocaba, com residência em moléstias infecciosas.
Drauzio Varella uniu aids com comunicação

Também conhecido pelas aparições na Globo – ele sempre faz as séries sobre HIV e outros assuntos de  saúde do “Fantástico” --  Drauzio Varella é um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil, especialmente do sarcoma de Kaposi. Em 1986, sob a orientação do jornalista Fernando Vieira de Melo, iniciou campanhas veiculadas em rádios que visavam o esclarecimento da população sobre a prevenção ao HIV.

Em 1989, iniciou um trabalho de pesquisa sobre a prevalência do vírus HIV na população carcerária da Casa de Detenção do Carandiru e até a desativação do presídio, em setembro de 2002, trabalhou como médico voluntário dentro da cadeia. Com a colaboração de Paulo Garfunkel e Libero Malavoglia, supervisionou a edição da revista em quadrinhos, “O Vira-Lata”, que chegou ao oitavo número como parte de um programa de prevenção ao HIV dentro da cadeia.
É médico cancerologista, formado pela USP (Universidade de São Paulo). Nasceu em São Paulo, em 1943, no início dos anos 1970 trabalhou com o professor Vicente Amato Neto, na área de moléstias infecciosas do Hospital do Servidor Público de São Paulo.
Rosana Del Bianco, sempre na linha de frente do Emílio Ribas  
Foi no Hospital Emílio Ribas que Rosana Del Bianco teve contato com os primeiros doentes de aids e conheceu o médico Paulo Teixeira, fundador do Programa Estadual de DST/Aids. “Na época (1984), também éramos estigmatizados. As pessoas tinham medo, achavam que aqueles que tratavam pacientes com aids eram infectados também”, ela conta. 
Rosana se formou em medicina em 1981, pela Universidade de Mogi das Cruzes (SP). Fez residência em infectologia no Hospital Emílio Ribas, de 1982 a 1985. E residência médica exclusiva na Unidade de Terapia Intensiva do mesmo hospital,  no ano de 1984, quando prestou atendimento ao primeiro caso de aids da instituição. 
Em 1985, a médica se especializou em infectologia pela Sociedade Brasileira de Infectologia. Fez pós-graduação em administração hospitalar  pela Unaerp, em  1990. Também fez estágio de aperfeiçoamento no Ministério de Ação Social e da Saúde na França em Técnicas de Gestão Hospitalar Aplicadas à Aids, em 1993. É mestre em infectologia em saúde pública pela Coordenação dos Institutos de Pesquisa- CIP de São Paulo, em 2004.  Médica infectologista e intensivista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e responsável, desde 2001,  pelo Programa de Genotipagem na  Secretaria da Saúde do Município de São Paulo, foi diretora clínica do CRT. Criou o hospital-dia do Emílio Ribas, foi chefe da Unidade de Assistência à Saúde em Aids do Programa Nacional DST/Aids do Ministério da Saúde, entre 1993 e 1995, entre outras atividades.
José Valdez Ramalho Madruga
Para José Valdez Madruga, coordenador do Comitê Científico de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)e coordenador do estudo PrEP Brasil, no CRT. Tem graduação em medicina pela Universidade Federal da Paraíba (1985) e mestrado pela Universidade Federal de São Paulo (1994). Atualmente é o investigador principal da Unidade de Pesquisa de Medicamentos do CRT.  Seu trabalho tem ênfase em doenças infecciosas e parasitárias


Nise Yamaguchi batalha pelo tratamento humanizado
Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em 1982, com mestrado e doutorado também em medicina na FMUSP, Nise Yamaguchi é considerada uma das melhores oncologistas do país e atende casos de coinfecção HIV/câncer. Fez, em 1983, cursos e estágios na Alemanha e na Suíça em medicina humanizada e  antroposofia. Também fez intercâmbio científico no Memorial Sloan Kettering Cancer Center de Nova York e no MD  Anderson Cancer Center de Houston, ambos nos Estados Unidos.
Sua residência foi em clínica médica e imunologia no Hospital das Clínicas da FMUSP, de 1984 a 1986, e estagiou em oncologia na Clínica Paulista de Oncologia.  Nise recebeu ainda os títulos de especialista em oncologia clínica pela European Society of Medical Oncology e pela Sociedade Brasileira de Cancerologia e Associação Médica Brasileira e em Alergia e Imunopatologia pela Associação Médica Brasileira.
Tem o título de Médica Cancerologista com área de atuação em Oncologia Clínica pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC). Foi diretora científica da SBC entre 1997-2000, quando participou da idealização e da organização dos Centros de Alta Complexidade no Brasil.
 É diretora do Instituto Avanços em Medicina e dá aula regularmente sobre o tema no Curso de Pesquisa Clínica da Harvard Medical School.  Ajudou a fundar a World Cancer Alliance, em Lyon, onde colabora para melhorar o acesso ao tratamento do câncer em países de baixa e média  rendas.
Helizabet Ayroza Ribeiro quer as mulheres livres da endometriose
Graduada em Medicina pela Universidade do Oeste Paulista em 1995, fez especialização em ginecologia e obstetrícia na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo de 1996 a 1998 e aperfeiçoamento em videolaparoscopia e videohisteroscopia, de 1998 a 1999. Em 2001, cursou o Advanced Life Support in Obstetrics, promovido pela American Academy of Family Physicians no Hospital Israeltia Albert Einstein, em São Paulo. Concluiu o mestrado em medicina, área de concentração em tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em 2006 e em 2010 obteve o título de doutor em medicina, na mesma instituição. É médica segundo assistente e professora do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Santa Casa de São Paulo exercendo atividades em ambulatório, enfermaria e centro cirúrgico no setor de Endoscopia Ginecológica e Endometriose, com orientação para residentes e especializandos da área. É coordenadora do Projeto Pró-Endo, Pró-Endometriose, criado para o tratamento da doença na rede pública de saúde, onde atende mulheres soropositivas. Também é coordenadora de ginecologia do NAVEG - Núcleo Avançado de Endoscopia Ginecológica e Endometriose, criado para ensino e treinamento de médicos em sutura laparoscópica. Tem larga experiência em ginecologia e obstetrícia, com ênfase em serviço de emergência e endoscopia ginecológica e endometriose.

Ricardo Diaz, na vanguarda das pesquisas sobre a cura
 Ele está à frente das maiores pesquisas sobre cura da aids no Brasil, na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo),  onde fez graduação em medicina, em 1986. Lá, também fez residência médica em clínica médica e infectologia, de 1987 a 1989. É mestre e doutor em infectologia pela Universidade Federal de São Paulo. Ricardo fez pós-doutorado na Blood Centers of Pacific, San Francisco, CA (1993-1996). Atualmente,  conduz pesquisa nas áreas de virologia, biologia molecular e pesquisa clínica relacionada a diversidade genética e patogênese do HIV.

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