O cenário é de abandono no Hospital Dia, que funciona no Centro de Saúde nº 1, localizado na 508 Sul, em Brasília, segundo denuncia feita no site da deputada federal, Erika Kokay (PT). Sem internet e telefone há mais de dois meses por falta de pagamento por parte do GDF (Governo do Distrito Federal). O hospital, que é referência no atendimento de HIV e aids no DF, está com seu funcionamento prejudicado por insuficiência de recursos humanos e materiais.
A deputada federal Erika Kokay, coordenadora da Frente Parlamentar de HIV e Aids da Câmara Federal, esteve no hospital na última sexta-feira (14), junto com Christiano Ramos, da ONG Amigos da Vida, para verificar as condições de funcionamento e atendimento.
De acordo com servidores que trabalham no local e preferiram não se identificar, a falta de telefone e internet tem prejudicado a realização dos trabalhos.
“Nós temos entrado em contato com os usuários por nossos celulares pessoais, via whattsapp. Não temos condições de fazer busca ativa ou mesmo de chamar uma ambulância”, afirma uma enfermeira.
Segundo ela, o setor de vacinação está fechado, além de faltar estrutura para a realização de exames e diagnósticos de rotina. “Estamos sem reagentes para fazer diagnóstico de HIV e hepatite”, acrescenta.
O Raio X da unidade está quebrado há mais de um ano, o que tem prejudicado o atendimento integral dos usuários com tuberculose e pneumonia, doenças muito incidentes em pessoas que convivem com HIV.
Ainda de acordo com o site, em plena era da informação em tempo real, o hospital ainda trabalha com prontuários físicos, pois faltam computadores nas repartições. São mais de 17 mil prontuários físicos, que ocupam toda uma sala da unidade.
A internet, quando funcionava, não era suficiente para rodar o programa de prontuário eletrônico adotado pelo GDF, o chamado TraKCare. “O prontuário eletrônico nunca foi implantado na unidade”, disse a enfermeira, ao afirmar que a unidade está fora do sistema do DF.
E os problemas não param por aí. Em tom emocionado a enfermeira relata a escassez de leite para recém-nascidos. “O protocolo determina que as mães com HIV não podem amamentar, mas muitas vezes não temos sequer uma lata de fórmula láctea para oferecer. É pegar o HIV ou morrer de fome, é horrível”, desabafa.
A farmácia da unidade continua com a mesma estrutura de 20 anos atrás, apesar do aumento crescente de demanda. Segundo o responsável, há estoque insuficiente de medicamentos, mas o cocktail para HIV e aids não tem tido problema de oferta, pois é mantido pelo Ministério da Saúde.
O hospital - que conta com cerca de 90 profissionais de diversas áreas, sendo 17 médicos, realiza uma média de 3 mil atendimentos por mês e tem 3,5 mil usuários com HIV/aids cadastrados e em acompanhamento. A unidade sofre principalmente com a falta de auxiliares de enfermagem e técnicos administrativos.
“Apesar do cenário caótico, da falta de infraestrutura e da necessidade urgente de uma reforma, nós vimos a equipe empenhada para manter os serviços funcionando”, disse a deputada federal Erika Kokay, que realizará audiência pública na Câmara Federal para avaliar a política de atendimento as pessoas com HIV e aids no DF.
Christiano Ramos, presidente da ONG Amigos da vida, disse que o hospital passa por uma situação de calamidade. “A situação caminha para um verdadeiro colapso da rede de assistência às pessoas com HIV/aids e hepatite C no Distrito Federal”, alerta Christiano.
Fonte : Site da Deputada Érika Kokay
Nenhum comentário:
Postar um comentário