“Não somos iguais, somos diferentes, mas com direitos iguais.” Foi o que disse Conrado Hübner Mendes, professor de direito constitucional na FDUSP (Faculdade de Direito da USP), durante a abertura do seminário Dia Mundial Zero Discriminação 2016: HIV e Direito(s), realizado pelo Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) em parceria com o Unodc (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime). A fala de Hübner foi repetida por praticamente todos os palestrantes do evento, na manhã desta segunda-feira (29), na FDUSP.
“A sociedade brasileira é discriminatória, mas com o tempo ganhamos uma massa crítica que costuma enfrentar esses posicionamentos”, continuou Conrado Hübner .
Todos os anos, no dia 1º de março, o Unaids celebra os direitos humanos, por meio da iniciativa Zero Discriminação e esse evento foi alusivo à data. Esta é a primeira vez que o Programa faz parceria com a FDUSP para debater os impactos da discriminação no enfrentamento da aids.
Citando como exemplo o Projeto de Lei 198, que quer tornar crime hediondo a transmissão do HIV, Georgiana Braga, diretora do Unaids no Brasil, ressaltou a importância de se falar em direitos humanos com bases científicas: “Depois de muito se falar sobre o “clube do carimbo”, com base em achismos da mídia, o PL foi retirado da gaveta, sem nenhum embasamento científico. A criminalização desconsidera o avanço da ciência e do conhecimento em relação à prevenção e ao tratamento do HIV. A discriminação é o centro da epidemia.”
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