sexta-feira, 29 de abril de 2016

Caminhão cheio de bolsas sangue é usado em campanha para criticar o "desperdício por preconceito"



Um caminhão com centenas de bolsas de sangue foi colocado nas ruas da cidade de São Paulo para criticar a determinação que proíbe que homens gays e bissexuais sejam doadores de sangue no país.
A ação foi criada pela agência Africa para uma campanha internacional da All Out, movimento global de defesa dos direitos da comunidade LGBT, e traz a mensagem: "O Brasil desperdiça mais de um caminhão cheio de sangue todo dia por puro preconceito".
"A campanha busca mostrar que, ao não reconsiderar essa proibição, o Brasil impede o diálogo, reforça estereótipos e joga fora litros de sangue que poderiam salvar vidas", diz Leandro Ramos, diretor da All Out. Ele lembra que todo o sangue colhido em bancos públicos e privados do Brasil deve obrigatoriamente passar por testes que permitem a identificação de vírus como o HIV e HCV, que causa a Hepatite tipo C.
“Se uma pessoa não usa drogas, mantém um único parceiro sexual e usa preservativo sempre, ela pode doar sangue. A menos que seja um homem que se relaciona com outro homem. Mas, se todo sangue doado, seja de quem for, passa por uma série de testes, por que homens gays e bissexuais são proibidos de doar?", questiona Álvaro Rodrigues, vice presidente de criação da Africa.
A campanha conta ainda com um site, na qual homens gays e bissexuais podem entrar em uma "fila de doadores" virtual. A ideia é mostrar o número de novos doadores e a quantidade de sangue desperdiçada pela proibição. Veja abaixo o vídeo da campanha.
A proibição vem da Portaria 2712, de 12/11/2013, do Ministério da Saúde. Embora não faça referência à orientação sexual de possíveis doadores, a portaria determina que homens que se relacionaram sexualmente com outros homens nos últimos 12 meses são inaptos a doar.

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