segunda-feira, 27 de junho de 2016

Coordenação-Geral de Assistência e Tratamento, do Departamento de Aids, tem novo coordenador


Implementação dos comitês de investigação de transmissão vertical para certificação da eliminação de HIV e sífilis nos municípios; implementação de novas tecnologias de prevenção; cumprimento da meta 90-90-90. Estes são os três principais objetivos da Coordenação-Geral de Assistência e Tratamento (CAT) do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais a partir do segundo semestre de 2016. A afirmação é do coordenador da CAT, João Paulo Toledo, que assumiu a área no final de maio. “Nosso desafio é fazer com que as pessoas recebam tratamento antirretroviral e fiquem retidas e vinculadas aos serviços públicos de saúde”, disse.
A CAT é a área do DDAHV responsável por coordenar as ações de assistência e tratamento voltadas a todas as pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA). Nesses termos, são formuladas políticas de saúde para o tratamento, visando a melhoria da qualidade de vida. Dentre essas políticas, citam-se a construção de diretrizes que orientam estados e municípios na organização do cuidado às PVHA. “Essa organização se traduz na linha de cuidado que insere os três níveis de atenção, incluindo a atenção básica, o que amplia o acesso do indivíduo aos serviços de saúde”, explica João Toledo.
Quanto ao tratamento, a CAT atua na elaboração de protocolos clínicos e diretrizes para manejo clínico das PVHA, desde o momento em que a pessoa inicia o tratamento com medicamentos antirretrovirais (TARV). “Cuidamos de elaborar protocolos clínicos com esquemas antirretrovirais que sejam mais eficazes e mais toleráveis, facilitando a adesão ao tratamento, além de definir os aspectos programáticos do cuidado em saúde das PVHA”, diz. “A CAT também cuida da incorporação de novos medicamentos antirretrovirais, dentro da lógica do acesso universal à saúde”, complementa.
Quanto aos desafios da área, João Toledo explica que, no caso da PrEP (profilaxia pré-exposição sexual ao HIV), o objetivo é implementar essa tecnologia de prevenção para as pessoas com maior risco de aquisição de HIV, sem, contudo, abandonar as outras estratégias de prevenção.
“Há a necessidade de capacitar os profissionais de saúde para a implementação final dessa tecnologia, além de preparar os serviços de saúde para receber adequadamente os pacientes". Já quanto à meta 90-90-90, “a partir do momento em que a pessoa tiver o diagnóstico de HIV, o objetivo é colocá-la em tratamento antirretroviral. O desafio é, também, a vinculação e retenção dessas pessoas no serviço de saúde”.
A implementação dos comitês de investigação de transmissão vertical para a certificação da eliminação de HIV e sífilis nos municípios é o desafio mais complexo, porque envolve a articulação das três esferas de governo, “para se detectar precocemente as gestantes com sífilis e HIV, iniciar o tratamento imediatamente e garantir seguimento clínico para a mãe e seu filho, alcançando as metas de eliminação desses agravos”, ressalta o coordenador.
Mais sobre o coordenador
 João Paulo Toledo é médico infectologista graduado pela Unicamp (2003), com residência médica no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo (2007) e mestrado em Saúde Pública em Londres (2013). Atuou como consultor independente, em 2008, em Angola, para ações na área de HIV/aids e prevenção da transmissão vertical a serviço do governo daquele país. Em 2009, de volta ao Brasil, trabalhou como infectologista no controle de infecção hospitalar e HIV/aids, em São Paulo. Entre outras experiências no exterior, estão as de consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) para epidemias no Haiti (2010) e de consultor do PNUD na gestão de dados em HIV/aids em São Tomé e Príncipe (2013) e no controle contra a epidemia do ebola em Serra Leoa (2014).
Ingressou no Ministério da Saúde em 2014, como consultor técnico no Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT). No DDAHV, está na CAT desde dezembro de 2014 como consultor para protocolos clínicos, manejo operacional das infecções sexualmente transmissíveis (IST), especificamente a sífilis, apoio à linha de cuidado para PVHA, reuniões para discussão dos protocolos clínicos e elaboração de pareceres técnicos para incorporação de novos medicamentos, além de atividades de cooperação internacional com países lusófonos.
Quanto à experiência em outros países, afirma: “O paralelo que se pode fazer é que esses países não têm acesso à saúde, dependem de ajuda externa e não são autossuficientes. O Brasil tem um sistema de saúde universal, acessível para todos e pioneiro no HIV/aids, seja no diagnóstico ou nas metas, e é exemplo no enfrentamento a essas doenças”.

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