A Tailândia se tornou o primeiro país asiático a eliminar a transmissão vertical do vírus HIV (de mãe para filho). O ministro da Saúde da Tailândia recebeu a validação da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta terça-feira (7), durante uma cerimônia em Nova York, na véspera da Reunião de Alto Nível das Nações Unidas, sobre o fim da aids.
Esta "é uma conquista notável" em um país onde vivem milhares de pessoas infectadas pelo HIV, declarou Poonam Khetrapal Singh, encarregado da OMS para o sudeste asiático.
A organização informou que o procedimento de rotina implementado pela Tailândia para controlar as gestantes e medicar as mulheres infectadas foi essencial para impedir que o vírus fosse transmitido para as novas gerações.
Sem receber tratamento, uma mãe tem entre 15% e 45% de possibilidade de transmitir o vírus para o seu bebê durante a gravidez, no parto ou na amamentação. Com os antirretrovirais, este risco cai para 1%.
Segundo o governo tailandês, desde 2000 o número de bebês nascidos com HIV diminuiu de 1.000 para 85, uma taxa baixa o suficiente para que a OMS declare que o país conseguiu eliminar a infecção materno-infantil.
Na década de 1990, a Tailândia passou de 100 mil casos de HIV para mais de um milhão em apenas três anos, uma epidemia que se propagou devido ao comércio sexual.
"O progresso na Tailândia demonstra o quanto se pode conseguir quando a ciência e a medicina são apoiadas por compromissos importantes em nível político", declarou, em um comunicado, Michel Sidibé, diretor do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).
A cada ano, 1,4 milhão de mulheres com HIV ficam grávidas no mundo. Em 2009, cerca de 400 mil crianças nasceram infectadas com o vírus, um número que diminuiu para 240 mil em 2013.
Fonte : AFP
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