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terça-feira, 16 de agosto de 2016
Estudo da Unesp de Botucatu mostra eficácia de 100% da PrEP, publica G1
O medicamento chamado truvada está sendo estudado para prevenir o vírus da aids e estudos têm comprovado sua eficiência. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que esse comprimido seja dado aos grupos de risco. Trata-se da PrEP (profilaxia pré-exposição), tecnologia já adotada em países como Estados Unidos (desde 2012), Inglaterra e França (mais recentemente) e que deve ser incorporada ao SUS (Sistema Único de Saúde) até o fim do ano. Num dos estudos brasileiros, o infectologista Alexandre Barbosa, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu (SP), acompanha sete garotas de programa, que há cinco anos tomam o remédio e, segundo a pesquisa, nenhuma delas contraiu HIV, mesmo fazendo sexo sem o uso do preservativo, em algumas ocasiões.
Segundo o infectologista Alexandre Barbosa, o comprimido deve ser tomado uma vez ao dia para diminuir a chance de ser infectado pelo vírus da aids.
"Os estudos que analisaram a mistura dos componentes do Truvada no combate ao HIV em que os pacientes fizeram o uso de todas as tomadas foi de 100%. Ou seja, não houve falha naqueles pacientes que tomaram a medicação corretamente", explica o médico (foto).
Há pouco mais de cinco anos o infectologista da Unesp faz um trabalho com o uso desse medicamento com sete garotas de programa de Botucatu, que em algumas ocasiões fazem sexo sem camisinha. "Nesse período de cinco anos, nenhuma das garotas foi infectada."
Medicamento
Desde 2014, o medicamento é recomendado pela OMS para pessoas que fazem parte dos grupos de alto risco de infecção pelo HIV. A eficácia do truvada, como é comercialmente conhecido, foi comprovada por quatro estudos clínicos. O Brasil participou de um desses estudos, que concluiu que o uso diário do medicamento por homens saudáveis, que fazem sexo com homens, conseguiu prevenir novas infecções.
"De quatro a cinco dias é o tempo que a medicação demora para chegar dentro da célula e, entrando dentro da célula, o medicamento vai impedir que o HIV contamine aquelas células quando a pessoa é infectada", explica o infectologista.
A infecção pelo HIV ocorre quando o vírus penetra nas células usando uma enzima chamada transcriptase reversa. O truvada bloqueia essa enzima protegendo as células de defesa do organismo. Assim fica mais difícil a penetração do vírus no corpo e ele não consegue se multiplicar.
Por ano surgem 40 novos casos de HIV só em Botucatu, segundo a coordenadora do programa municipal de DST-Aids, Juliane Andrade. Mais de 300 pacientes infectados são acompanhados pelo programa. "É um trabalho de prevenção para pessoa continuar se protegendo e evitar a cadeia de proliferação do vírus. Se a pessoa tem uma parceria fixa, é bom orientar esse parceria. Temos pessoas que têm HIV e não fazem tratamento, então nós orientamos e estamos abertos caso ela mude de ideia, ou seja, fazemos todo esse suporte."
Apesar de ser um método eficaz, a PrEP não evita a contaminação de outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, por exemplo. E só é eficiente na prevenção do vírus da aids. Quando a pessoa já foi infectada, o tratamento é feito com outros antirretrovirais.
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