segunda-feira, 19 de setembro de 2016

ONG prevê anticoncepcional masculino para 2017


Um método contraceptivo que deve revolucionar a forma como é pensada a prevenção da gravidez teve bons resultados em testes com animais e começará a ser experimentada em humanos no ano que vem. É o que divulgou, na semana passada, a Parsemus Foundation, ONG americana de pesquisa médica responsável pelo anticoncepcional masculino, chamado Vasalgel.
Ele é uma solução gelatinosa, feita por polímeros sem hormônios e que promete funcionar a longo prazo, de forma reversível. Basta uma injeção no pênis para bloquear o avanço dos espermatozoides pelo duto deferente – canal por onde passa o esperma. Isso significa que o procedimento produz o mesmo efeito duradouro de uma vasectomia, mas é menos invasivo que cortar o vaso. Ele barra sua liberação, em vez de interferir na sua produção, como acontece com os óvulos das mulheres quando tomam pílula. Se o homem quiser voltar a ter filhos enquanto já está usando o Vasalgel, por exemplo, ele só precisaria receber uma outra injeção, que retirara o produto do organismo e restaura o fluxo de esperma, sem ter de esperar meses ou anos pela reversão.
O novo medicamento é baseado na fórmula de uma solução anticoncepcional masculina mais antiga, a RISUG. Ela vem sendo usada com sucesso por participantes de experimentos clínicos há mais de 15 anos na Índia, mas ainda sem permissão para consumo popular lá e em outros países.
Por enquanto, a Parsemus Foundation não sabe a duração precisa do efeito de seu produto no organismo humano. Mas os testes em três babuínos foram animadores: depois de seis meses em um ambiente propício para reprodução com 15 fêmeas, nenhuma delas engravidou até agora.
A busca por um método anticoncepcional para homens não é de hoje: vários já foram criados, porém demonstraram eficácia instável. Segundo especialistas, o funcionamento do Vasalgel pode transformar o pensamento dos médicos sobre prevenção à gravidez. Isso porque, pela primeira vez, um remédio estaria atuando na fonte de espermatozoides, em vez de focar no processo de fertilização. Desvantagens de meios tradicionais, como o risco de engravidar por se esquecer de tomar uma pílula no mês ou a camisinha estourar, o custo desses produtos e os possíveis efeitos colaterais da pílula seriam eliminados. Elaine Lissner, diretora da Parsemus Foundation, afirma que a novidade poderá reduzir substancialmente o número de gestações não programadas. “Homens não ganharam novas opções [anticoncepcionais] em mais de um século. E não é porque estejam desinteressados: homens já estão usando os únicos dois métodos que eles têm – camisinhas e a vasectomia, a qual é permanente”.
A organização planeja lançar o medicamento comercialmente em 2017 por um preço bastante inferior ao de outros tratamentos contraceptivos compatíveis, tornando-o acessível a todo tipo de público. Para realizar esse feito, a Parsemus depende de doações de interessados em sua pesquisa. Segundo a empresa, cerca de 23 mil pessoas já assinaram uma petição pedindo por novos métodos de prevenção à gravidez – 18 mil delas, especificamente pela venda de Vasalgel.
Preço
A Parsemus afirma que não busca lucro, que o objetivo é produzir um método contraceptivo acessível que custará o suficiente para sustentar a marca.
A Fundação prevê que o valor do contraceptivo será inferior a US$ 400, cerca de R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais).
Vale lembrar que o novo método não deve substituir o uso da camisinha, já que não oferece qualquer prevenção contra o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. 

Fonte : Época / Blasting News

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