terça-feira, 25 de abril de 2017

Contra o preconceito ao HIV/aids, cantor Silvino lança nesta terça (25) clipe da música Olhos Amarelos



Com o objetivo de desconstruir o preconceito vivenciado pelas pessoas soropositivas, o cantor e compositor Silvino lançou nesta terça-feira (25) o clipe da música "Olhos Amarelos". Neste trabalho, o jovem de 25 anos defende o diálogo aberto sobre a vida das pessoas que vivem com HIV/aids. A iniciativa é fruto de uma parceria entre Silvino e Theo Cancello, produtor musical e maestro.
Para o cantor, não falar sobre HIV/aids é alimentar o preconceito. Ele escolheu abordar o assunto no clipe com leveza, delicadeza e sensualidade. "Neste velho armário novo eu não vou entrar parcelado em dias de aflição", canta Silvino. "Olhos Amarelos é um canto de afirmação e liberdade. Em que armário te colocaram? O clipe é um convite pra sair dele e ter posse sobre o seu próprio corpo. Este corpo é meu, é com ele que eu to passando!"
Silvino é soropositivo e conta que a sua vida artística começou no momento em que recebeu o diagnóstico positivo para o HIV. "Foram semanas de angústia e recolhimento até saber como estava realmente a minha saúde. E neste momento eu só conseguia pensar: e minha carreira, e os meus projetos, palavras, vontades artísticas engavetadas. Sem arte eu não sobrevivo. Eu não saberia fazer outra coisa", diz o cantor.
"Olhos Amarelos fala sobre a vivência com o HIV, o repensar da vida, sobre a estrutura social que nos ignora e mata. Fala da vivência de uma bicha afeminada que aprendeu a se amar assim. Fala sobre o amor mais profundo e ignorado por nós que é o amor por si, pelo seu corpo, cicatrizes, escolhas... É sobre seguir em frente com tudo aquilo que nos forma", definiu Silvino. 
Em um cenário cheio de diversidade, o clipe de Silvino tem no elenco uma figura que é referência no cenário teatral nacional, a atriz Renata Carvalho, que também é da Baixada Santista, e atualmente roda o país com o espetáculo "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu". 
Para o homem trans Vitor Lourenço, atuar no filme é extremamente empoderador. "A energia dos corpos dos 'apagados' ali interagindo, coexistindo e fortalecendo um ao outro. Saí da gravação revigorado, com mais forças para encarrar minhas batalhas e com os olhos ainda mais abertos para as que não me pertencem diretamente", afirmou.

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