segunda-feira, 3 de abril de 2017

Países têm que adotar medidas urgentes para reduzir em 75% mortes por tuberculose associadas ao HIV até 2020, diz Unaids



No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, lembrado em 24 de março, o Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) encorajou os países a fazerem muito mais para reduzir o número de mortes por tuberculose (TB) entre pessoas vivendo com HIV.
A tuberculose é a causa mais comum de hospitalização e morte entre pessoas HIV positivas. Em 2015, 1,1 milhão de pessoas morreram de alguma doença relacionada à aids — cerca de 400 mil delas morreram de tuberculose, incluindo 40 mil crianças.
“É inaceitável que tantas pessoas vivendo com HIV morram de tuberculose e que a maioria não seja nem diagnosticada ou tratada”, disse Michel Sidibé, diretor executivo do Unaids. “O mundo só conseguirá alcançar suas metas cruciais para HIV e tuberculose se intensificar a colaboração entre os programas de HIV e tuberculose e acelerar a ação conjunta”, completou.
Oito países — República Democrática do Congo, Índia, Indonésia, Moçambique, Nigéria, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia — representam cerca de 70% de todas as mortes por tuberculose entre pessoas vivendo com HIV.
A ampliação da ação nesses oito países colocaria o mundo no caminho certo para atingir a meta ambiciosa da Declaração Política de 2016 da ONU sobre o Fim da Aids, de reduzir em 75% as mortes relacionadas à TB entre as pessoas que vivem com HIV até 2020.
As fraquezas nos sistemas de saúde continuam a resultar em oportunidades perdidas de diagnosticar a tuberculose entre as pessoas que vivem com HIV — cerca de 57% dos casos de TB associados ao HIV não foram tratados em 2015.
Os vínculos inadequados com os cuidados após o diagnóstico, a falha no rastreamento das pessoas e no acompanhamento, a incapacidade de atingir as populações mais vulneráveis —particularmente as populações marginalizadas, incluindo as pessoas que injetam drogas, as populações privadas de liberdade e os trabalhadores migrantes — e os resultados precários do tratamento contribuem para a falta de progresso.
Em 2014, cerca de 11% dos pacientes vivendo com HIV faleceram, em comparação com os 3% de pacientes com estado sorológico negativo para o HIV. A detecção precoce e o tratamento eficaz são essenciais para prevenir mortes associadas à TB, especialmente entre pessoas HIV positivas.
A resistência às drogas também é uma preocupação importante — em 2015, havia 480 mil novos casos de tuberculose multirresistente. A recente aprovação de dois novos medicamentos para tratar a tuberculose, a primeira em mais de 60 anos, está melhorando as perspectivas para as pessoas com TB resistente aos medicamentos.
O Unaids pede pela eliminação de mortes por tuberculose entre as pessoas vivendo com HIV e pelo fortalecimento de sistemas de saúde e integração de serviços para permitir uma ampliação mais rápida das áreas programáticas de HIV e TB.
Os países devem expandir os programas de prevenção e tratamento do HIV que incluam o rastreamento regular da TB, a terapia preventiva e o tratamento precoce, uma vez que são programas simples, acessíveis e eficazes, capazes de prevenir mortes por tuberculose.
O Unaids continua apoiando os países em seus esforços de promover a Aceleração da Resposta (Fast-Track, na sigla em inglês para Via Rápida) a fim de alcançar os objetivos cruciais para 2020 da Declaração Política assinada em 2016.
Como parte desses esforços, o Unaids encoraja os países a intensificar suas ações em 35 países prioritários para acelerar os resultados implementando programas focados e de alto impacto para avançar o progresso rumo ao fim da epidemia de aids.

Fonte : ONU

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