domingo, 23 de julho de 2017

IAS 2017: Cientistas alertam para cortes nas pesquisas sobre HIV



Paris sedia a partir deste domingo (23), até quarta-feira (26), a 9° Conferência Internacional sobre a Pesquisa do HIV (9th IAS Conference on HIV Science --IAS 2017). O Congresso reúne os maiores especialistas no mundo sobre o vírus HIV e expõe os avanços científicos na luta contra a aids. O encontro começa sob a ameaça de cortes nos financiamentos das pesquisas, anunciado pelos EUA.
Os participantes publicaram, antes mesmo da abertura da conferência, uma carta criticando o possível corte do governo americano no financiamento das pesquisas contra o HIV, anunciado pelo presidente Donald Trump.
Chamada de "Declaração de Paris", o texto não cita diretamente Trump, mas alerta que dificilmente o vírus será vencido "sem investimentos perenes". "Podemos perder vidas inutilmente", declarou a presidente da International Aids Society, Linda-Gail Bekker, que co-organiza a conferência com a Agência Francesa de Desenvolvimento Sobre a Aids.
Os Estados Unidos são, historicamente, o país que investe mais recursos na luta contra o vírus da aids, contribuindo com dois terços do financiamento internacional. No ano passado, o governo americano investiu mais de US$ 4,9 bilhões na pesquisa contra a doença. O Reino Unido e a França chegam respectivamente em segundo e terceiro lugar, com US$ 645,6 milhões e US$242,4 milhões.
Novas infecções
O presidente americano propõe a redução de cerca de US$ 1 bilhão no orçamento de 2018, que ainda será votado pelo Congresso. Caso as medidas sejam aprovadas, mais de 830.000 pacientes devem perder o acesso aos retrovirais, medicamentos que impedem o desenvolvimento do vírus e novas infecções. A previsão é de que 200.000 novas pessoas possam ser infectadas com a medida.
Graças à pesquisa e aos novos tratamentos, desde 2005 o número de mortos caiu 50%, chegando a 1 milhão em 2016, segundo a Onusida, o programa da ONU que atua no combate so HIV. No ano passado, 36,7 milhões de pessoas viviam com o vírus no mundo e metade tinha acesso ao tratamento.
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