Um médico de São Carlos, no interior paulista, foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a pagar R$ 20 mil de danos morais a uma paciente por erro em um exame laboratorial. Após o parto, a mulher foi informada pelo profissional que ela tinha sífilis. A mãe e o bebê teriam que passar por tratamento para a doença.
Onze dias depois foi comprovado que o diagnóstico estava equivocado, mas a comunicação inicial do médico levou ao rompimento do relacionamento da paciente com seu marido por suspeita de traição, já que a sífilis é uma doença sexualmente transmissível. O caso aconteceu em dezembro de 2009.
Segundo a família, o médico não fez a ressalva de que o exame poderia ser inconclusivo e de que o diagnóstico dependeria de novas análises clínicas. Eles também disseram que o profissional comunicou o resultado na frente de outras pessoas que estavam no quarto com a mulher.
Erickson Gavazza Marques, desembargador da 5ª Câmara de Direito Privado, manteve a sentença da 4ª Vara Cível de São Carlos e disse que ficou caracterizado o erro no diagnóstico e o dano psicológico causado à paciente e sua família.
"Não se pode deixar de reconhecer que o diagnóstico equivocado e a ausência das devidas informações ou mesmo a divulgação do diagnóstico à paciente antes da contraprova gerou dano moral, pois houve suspeita de traição que levou os autores até mesmo a romper o relacionamento."
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