Hillary Clinton pediu desculpas nesta sexta-feira (11) por ter afirmado que Nancy Reagan, falecida no domingo (6), estava comprometida com o combate à aids nos Estados Unidos, quando na verdade seu marido e então presidente Ronald Reagan demorou anos para iniciar a campanha contra o HIV, informou a Agência AFP.
"Graças ao presidente e à senhora Reagan, em particular à senhora Reagan, nós iniciamos um diálogo no país, quando ninguém falava ou queria fazer nada", disse Clinton à rede MSNBC durante o enterro da ex-primeira-dama.
"Adorei seu compromisso tão discreto, isto penetrou na consciência coletiva e as pessoas começaram a dizer: devemos fazer algo", comentou a pré-candidata democrata à Casa Branca.
A declaração de Clinton provocou a imediata reação dos militantes da luta contra a aids, que acusam há três décadas Ronald Reagan por ter ignorado o início da epidemia de aids durante seu primeiro mandato.
Algumas horas depois, Clinton se corrigiu no Twitter: "apesar de os Reagan terem defendido a pesquisa com células-tronco e promoverem o combate ao Mal de Alzheimer, cometi um erro sobre o que eles fizeram sobre o HIV e a aids. Sinto por isto".
"Apesar de seu compromisso em temas como as células-tronco e o Mal de Parkinson, Nancy Reagan não foi, lamentavelmente, uma heroína na luta contra o HIV e a aids", escreveu Chad Griffin, presidente da maior organização de defesa dos direitos dos homossexuais, a Human Rights Campaign.
Ronald Reagan só pronunciou a palavra "aids" em público pela primeira vez em setembro de 1985, durante uma entrevista coletiva sobre a necessidade de se fazer um esforço orçamentário para combater o HIV.
Naquele momento, as associações criticavam os escassos recursos para pesquisa e combate ao vírus que era erroneamente conhecido como "câncer gay" ou "peste gay".
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