Uma equipe multidisciplinar da Universidade Johns Hopkins traz nova esperança para pacientes portadores do vírus HIV que aguardam em filas de transplantes. Pela primeira vez no mundo, eles realizaram um transplante de fígado entre soropositivos e, pela primeira vez nos Estados Unidos, um transplante de rim no mesmo cenário.
“Esse é um dia inacreditavelmente excitante para nosso hospital e nossa equipe, mas ainda mais importante para pacientes que vivem com HIV e doenças terminais em órgãos”, disse Dorry L. Segev, professor de cirurgia na Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins. "Para esses indivíduos, isso pode significar uma nova chance na vida"
O transplante entre doadores e receptores com HIV só foi possível após alteração na legislação americana que proibia o uso de órgãos de doadores soropositivos, mesmo para receptores portadores do vírus que precisavam urgentemente de transplante. A mudança só aconteceu em 2013, após resultados positivos de receptores portadores do HIV que receberam órgãos de doadores não portadores e do sucesso de um transplante de rim entre soropositivos realizado na África do Sul.
Estimativas apontam que 122 mil pessoas esperam por doações de órgãos nos EUA. Milhares morrem todos os anos, sendo que muitos poderiam ser salvos se conseguissem os órgãos que precisavam. E segundo estimativas de Segev, morrem a cada ano entre 500 e 600 soropositivos que poderiam ser doadores. Esses órgãos poderiam salvar mais de mil pessoas se a comunidade médica os aceitasse para transplantes.
“O transplante de órgãos é crítico para pacientes com HIV, que morrem na fila de espera ainda mais rapidamente que os pacientes não portadores do vírus”, disse Segev. “Nós agradecemos ao Congresso, ao presidente e à toda comunidade de transplantes por nos permitir usar órgãos de pacientes soropositivos para salvar vidas em vez de jogá-los fora, o que fizemos por tantos anos.”
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