Ariane contou que teme ter que enfrentar as ofensas novamente nesta segunda
Uma mulher transexual, de 24 anos, disse que foi vítima de transfobia durante a primeira etapa do vestibular da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), realizada na manhã deste domingo, 6, no Colégio Polivalente do Cabula, em Salvador.
Ariane Senna, que é ativista e membro de alguns grupos que lutam contra o preconceito contra pessoas trans, entrou em contato com o Portal A TARDE para denunciar o caso. Ela afirmou que a discriminação começou logo ao chegar no local de realização da prova com o marido. Ao entrar no banheiro feminino, uma funcionária saiu correndo e criou um tumulto ao afirmar que um homem estaria lá.
Quando saiu do local, Ariane não entendeu o motivo da confusão e questionou ao marido, que a explicou. Mesmo chateada, ela não falou nada e seguiu para a sala 1609, onde fez o exame.
No local, Ariane disse que foi constrangida novamente pelo fiscal responsável pela sala, que a chamou pelo nome de batismo no RG. Em determinado momento, a estudante pediu para ir ao banheiro e o homem a direcionou ao masculino. Mas ela se recusou e disse que usaria o feminino, pois é uma mulher. Contudo, foi impedida pelo fiscal: "o senhor tem o nome de homem e quer entrar no banheiro feminino?".
Ariane procurou a coordenadoria, que chamou o fiscal para conversar. Em seguida, o coordenador afirmou ter sido um mal entendido, mas também a tratou como homem.
Ela pediu a troca de fiscal, o que, segundo ela, foi acatado. Com a mudança, Ariane finalizou a prova, mas teme passar pela mesma situação nessa segunda, quando será aplicado mais um exame da Uneb.
Em nota, a Uneb se posicionou "contra qualquer tipo de preconceito e discriminação" e comunicou que "todas as medidas estão sendo tomadas, no sentido de apurar e afastar qualquer ocorrência que venha a prejudicar ou atingir os direitos civis constituídos de todos os cidadãos, no vestibular".
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