quarta-feira, 25 de maio de 2016

Mensagens de texto podem prevenir expansão do HIV na África, afirma estudo



Simples mensagens de texto aos telefones celulares de mulheres jovens podem ser uma poderosa ferramenta para lutar contra o HIV e as doenças sexualmente transmissíveis na África, aponta um estudo financiado pelo Canadá.
Um grupo de pesquisadores divulgou nesta terça-feira (24) os resultados de um estudo realizado em uma zona rural do Quênia onde, durante seis meses, centenas de mulheres entre 18 e 25 anos receberam mensagens recomendando o uso de métodos contraceptivos ou a realização de testes para detectar o HIV.
Segundo declarou à Agência EFE a médica Njambi Njugana, do Hospital Nacional Queniano e responsável pelo estudo, o número de mulheres que se submeteram a testes de HIV aumentou quando as jovens receberam uma mensagem de texto por semana com informação sobre a infecção.
O estudo foi realizado entre 600 jovens: apenas 300 delas receberam, com uma periodicidade semanal, as mensagens de texto.
Após seis meses, 67% das mulheres que receberam mensagens semanais tinham realizado os testes de HIV. Esse número se reduziu a 51% no grupo de controle.
A pesquisa também demonstrou que a recepção de mensagens de texto reduz a demora em realizar os testes.
As mensagens enviadas eram simples como "Sabia que nem todas as doenças sexualmente transmissíveis apresentam sintomas? Utilize preservativos para prevenir DSTs. Realize o teste de HIV".
A médica Njugana declarou que o estudo prova que o programa de mensagens de texto é um modo "barato para promover a saúde sexual e a identificação antecipada de indivíduos infectados com HIV".
O estudo foi realizado com uma ajuda de US$ 86 mil concedida pelo governo canadense através da organização Grand Challenges Canada (GCC).
A ministra de Desenvolvimento Internacional do Canadá, Marie-Claude Bibeau, declarou em comunicado que "mulheres e meninas são centrais em nossos esforços e necessitamos empoderá-las para que estejam no controle de sua própria saúde e seu próprio futuro".
Por sua parte, o executivo-chefe da GCC, o médico Peter Singer, afirmou que, sem informação sobre temas de saúde e sexualidade, "mulheres e meninas não podem planejar seu futuro ou sair por si mesmas da pobreza".
"Estes resultados oferecem um promissor exemplo de como o Canadá pode realizar mudanças importantes em desenvolvimento através de seu financiamento de inovações mundiais em saúde", acrescentou Singer.

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