quarta-feira, 8 de junho de 2016

ONU reúne representantes de todo o mundo para discutir fim da epidemia de aids até 2030



A comunidade internacional está reunida a partir desta quarta-feira (8) para um encontro de três dias em Nova York a fim de impulsionar uma resposta global para acabar com a epidemia da aids até 2030 como parte dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). A cúpula está sendo transmitida ao vivo pela internet. Na delegação brasileira que participa do evento, na Assembleia Geral da ONU,  estão três representantes do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde brasileiro: a diretora Adele Benzaken; a chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, Juliana Givisiez; e o técnico da Coordenação Geral de Prevenção e Articulação Social Diego Callisto.
“Acabar com a epidemia da aids é uma parte crucial para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, antes do evento. “A reunião pode ajudar a fechar a lacuna entre as necessidades e serviços e fazer avançar nossos esforços para não deixar ninguém para trás”, acrescentou o secretário-geral.
O fórum terá a participação de governos, organizações da sociedade civil, do setor privado e de comunidades de pessoas afetadas e que convivem com o HIV.
Em 2015, a comunidade global alcançou as metas sobre a aids descritas nos ODM,  na primeira vez em que uma meta global de saúde foi atingida e superada. A meta número 6, de alcançar 15 milhões de pessoas em tratamento para o HIV,  foi alcançada nove meses antes do prazo.
De acordo com o Global AIDS Update 2016, relatório recentemente divulgado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), o número estimado de pessoas com acesso a terapia antirretroviral mais do que dobrou de 2010 a 2015, alcançando 17 milhões de pessoas.
“Estamos em um momento único na história”, salientou o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé. “Ao longo dos próximos cinco anos, temos uma janela de oportunidade para trocar a marcha e acelerar a resposta global ao HIV para acabar com a epidemia de  aids. Esta reunião será fundamental para aproveitar o impulso que temos construído desde 2011 e assegurar um compromisso global para acabar com a epidemia de vez”, acrescentou.
No encontro, os estados-membros das Nações Unidas deverão fazer um rascunho de uma nova declaração política para a erradicação da aids. Os países utilizarão o “rascunho zero” da Declaração Política da ONU sobre Aids como base para as negociações.
“Esperamos que a declaração sirva de referência para lutar por melhorias no acesso a serviços e garantir direitos às pessoas marginalizadas e discriminadas, tais como as que estão vivendo com HIV, mulheres, jovens, negros, indígenas, crianças, adolescentes, homens gays, homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo, pessoas que usam drogas injetáveis, travestis, mulheres transexuais e pessoas privadas de liberdade”, afirmou Adele Benzaken, a diretora do Departamento de Aids (na foto com Diego Calissto e Juliana Givisiez).
O encontro conta com uma série de quatro painéis, bem como uma série de eventos paralelos e mesas redondas cobrindo diversos tópicos.
Os participantes vão considerar a análise de dados globais, que mostram que o mundo tem uma janela de oportunidade para entregar uma ação focalizada e eficaz através do financiamento e do investimento no combate ao HIV. Países e o setor privado devem se unir para aumentar o investimento global na prevenção e tratamento do HIV e passar dos 19 bilhões de dólares disponíveis em 2014 para 26 bilhões de dólares anuais até 2020.
Ao mesmo tempo, o investimento em serviços de expansão que garantam que as principais populações tenham acesso à prevenção, cuidados e tratamento em países de baixa e média rendas deve aumentar para cerca de 7% do total em 2020.
O Unaids espera durante os próximos cinco anos alcançar a marca de menos de 500 mil novas pessoas infectadas com o HIV, menos de 500 mil pessoas mortas por doenças relacionadas com a aids e eliminar a discriminação relacionada ao vírus.
“Peço a todos os estados-membros das Nações Unidas que se unam na Reunião de Alto Nível sobre o fim da aids. Juntos podemos acelerar o fim da epidemia até 2030”, disse Mogens Lykketoft, presidente da Assembleia Geral da ONU.

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