segunda-feira, 13 de junho de 2016

Atentado de Orlando associa pela primeira vez terrorismo islâmico e homofobia



A tragédia que abalou o mundo na manhã deste domingo (12), numa casa noturna gay nos Estados Unidos, onde 50 pessoas foram mortas a tiros disparados por um radical, tem todos os sinais de que foi  motivada por razões homofóbicas. É o que analisam jornais de todo o mundo. Veja o que escreveu sobre isso o jornalista Lourival Sant’Anna, em seu blog no jornal “Estadão”:
O massacre em uma boate gay de Orlando (Flórida) na madrugada deste domingo é a primeira ação terrorista de grandes proporções que vincula diretamente uma motivação homofóbica com o radicalismo islâmico, embora tenha havido muitos casos de perseguição individual a homossexuais por parte do Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Omar Mateen, que abriu fogo no nightclub Pulse, matando 50 pessoas e ferindo 53, era um cidadão americano filho de pais afegãos. O pai dele disse à rede de TV NBC que Mateen ficou revoltado depois de ver dois homens se beijando há dois meses em Miami. O pai nega motivação religiosa, mas, segundo autoridades, Mateen militava em movimentos islâmicos radicais.
Mateen, de 29 anos, tinha habilitação do Estado da Flórida para trabalhar como segurança e autorização de porte de arma. Ele entrou na boate com um fuzil automático e uma pistola. Foi o maior massacre perpetrado por um único atirador na história dos Estados Unidos.
Em geral os autores de atentados terroristas islâmicos são motivados por um senso difuso de “decadência moral” do mundo não-muçulmano, e por uma fantasia de purificação, de livrar os infiéis de sua “vida de pecado”. Esse é um fator psicológico importante, porque inibe sentimentos de culpa e funciona como poderoso gatilho da chamada “passagem ao ato”.
Entretanto, embora esses conteúdos sirvam de estímulo e pertençam ao quadro cultural e mental do terrorismo, os atentados são em geral orientados por objetivos políticos. Nesse sentido, o caso de Orlando abre um novo precedente, principalmente porque tudo indica que Mateen agiu só, e não sob a ordem de um grupo.

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