A 16ª edição da parada LGBT de Madureira, na zona norte do Rio, homenageou na tarde deste domingo (12) as vítimas do ataque à boate gay em Orlando (EUA) que deixou 50 mortos. Também aconteceu uma vigília pelos mortos na tragédia, em São Paulo. Líderes de organizações gays nos Estados Unidos e na Europa divulgaram nota de repúdio ao massacre.
"Estamos devastados por esta tragédia e não podemos imaginar a extensão do terror sobre o que estava previsto para ser uma noite de diversão para muitos membros da nossa comunidade e seus aliados", afirmou o diretor-executivo da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intergêneros (Ilga), Renato Sabbadini, no site da organização.
Com sede na Suíça, a Ilga é uma das maiores entidades de defesa da comunidade LGBT do mundo e suas pesquisas sobre o assunto costumam servir de base para a ONU (Organização das Nações Unidas) elaborar políticas destinadas à proteção de minorias.
Nos Estados Unidos, a organização Equality Florida iniciou uma campanha para angariar fundos para ajudar as famílias das vítimas de Orlando.
"Estamos de coração partido e enojados com essa violência sem sentido, que destruiu vidas em nosso estado e em nosso país", informou a entidade. "Não fazemos suposições sobre o motivo. Vamos aguardar os detalhes enquanto derramamos lágrimas de tristeza e de raiva”, acrescentou.
No Rio, integrantes da parada gay de Madureira fizeram um minuto de silêncio pelo atentado. “Não interessa o país. Interessa que atingiu os nossos corações e o coração é infinito para o diálogo”, afirmou Loren Alecander, organizadora do evento.
"A parada LGBT de Madureira repudia tamanho atentado aos direitos humanos. O que aconteceu nos Estados Unidos foi de uma violência inaceitável. Estamos todos chocados", completou.
De acordo com estimativa da Polícia Militar, cerca de 800 mil pessoas participaram do ato.
São Paulo
Integrantes de movimentos LGBT fizeram uma vigília no Vão Livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo Masp), na noite deste domingo, pelas vítimas do massacre. O militante Agripino Magalhães, um dos organizadores, disse que o movimento LGBT de São Paulo está “consternado” com a tragédia. “Eu poderia estar naquela boate. Poderia ser qualquer outro naquela boate. O sangue que foi derramado é sangue do meu sangue. Somos uma população sofrida e não aguentamos mais tanta violência. É muito triste para gente porque não temos nem o direito de viver. Até em uma boate voltada para o nosso público, somos perseguidos e mortos", completa o ativista.
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, uma vigília em homenagem às vítimas de LGBTfobia foi marcada para a próxima terça-feira, em frente à Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
"Nos dias 15, 16 e 17 de junho, acontece a rodada final de discussões do Fórum do Plano Estadual de Educação e, infelizmente, uma parcela dos presentes pretende censurar a discussão de gênero nas escolas mineiras. Acreditamos que somente por meio da educação é possível combater os discursos de ódio e a violência contra a diversidade”, afirma o grupo organizador do evento.
Igreja
O papa Francisco, através do porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, condenou o massacre nos Estados Unidos.
"O terrível ataque ocorrido em Orlando, com um número altíssimo de vítimas inocentes, suscitou no papa Francisco e em todos nós os sentimentos mais profundos de execração e condenação, de dor e de consternamento diante dessa nova manifestação de caráter homicida e de ódio insensato", informou Lombardi.
Segundo o porta-voz, "o papa se une às orações e na compaixão com um sofrimento incalculável das famílias das vítimas e dos feridos e pede ao Senhor para que possam ter conforto".
O número de mortos faz do ato o pior ataque a tiros da história dos Estados Unidos. O último com proporções comparáveis foi o massacre de 2007 na universidade Virginia Tech, que deixou 32 mortos, segundo a Reuters. Este é o pior massacre terrorista em solo americano, depois do 11 de setembro.
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