O comunicado, de relatores especiais, foi anunciado antes da Reunião de Alto Nível sobre o fim da aids da Assembleia Geral das Nações Unidas, que acontece até esta sexta (10), em Nova York. A epidemia do vírus da aids continua sendo impulsionada pela violação dos direitos humanos, advertiu o grupo de relatores da ONU, pedindo que todos os governos removam leis, políticas e práticas punitivas relacionadas ao tratamento da doença e ao acesso à informação sobre a enfermidade.
“Tais leis e práticas impedem, e às vezes totalmente barram, certas populações do acesso a informação, bem como do acesso a produtos e serviços que são fundamentais para a prevenção, para o tratamento e para o cuidado de pacientes com HIV”, disse uma declaração conjunta dos relatores especiais da ONU sobre o direito à saúde (Dainius Puras), pobreza extrema (Philip Alston), violência contra mulheres (Dubravka Simonovi?) e a presidente do grupo de trabalho da ONU sobre discriminação contra mulheres (Frances Raday).
Segundo os especialistas, algumas barreiras de acesso a serviços de saúde intimidam, por exemplo, muitas adolescentes e mulheres jovens a buscar informações e serviços de saúde sexual e reprodutiva. Essa postura, por sua vez, acaba aumentando o número de abortos inseguros, de gravidezes indesejadas e de infecções por HIV.
Outros exemplos de práticas inadequadas são as violações extremas de autonomia, as infrações à integridade física, tais como esterilizações e abortos forçados, autorizações de acesso indevidas a terceiros, bem como tratamentos obrigatórios ou detenções compulsórias.
Ainda de acordo com os relatores, populações específicas continuam sendo deixadas de fora da atenção e dos cuidados adequados, tais como pessoas que usam drogas injetáveis, trabalhadores e trabalhadoras do sexo, homens que têm relação sexual com outros homens, transexuais e prisioneiros. Esses grupos são entre 10 e 24 vezes mais propensos a adquirir o HIV do que o resto da população.
“Temos uma oportunidade histórica, que não podemos perder, de colocar um fim à aids dentro de nossas vidas. A comunidade internacional tem feito grandes progressos na luta para acabar com HIV/aids, mas o esforço tem sido desigual. O desafio atual é alcançar os muitos que ainda estão sendo deixados para trás”, alertaram os especialistas.
Fonte : ONU
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