sexta-feira, 8 de julho de 2016

26 anos sem Cazuza: o poeta de sucessos imortais



Em 7 de julho de 1990, Cazuza saiu de cena. Complicações ligadas à aids levaram o cantor aos 32 anos. Uma vida breve, mas intensa. Cazuza chamava a atenção pela presença carismática e por um talento para compor que o transformou em um dos principais nomes da música brasileira a despontar na década de 1980. O título de uma das canções de Cazuza resume a personalidade complexa do músico: Exagerado.
Nascido no Rio de Janeiro, em 4 de abril de 1958, Agenor de Miranda Araújo Neto, apelidado de Cazuza, foi influenciado tanto pelo atitude roqueira de Rolling Stones e Janis Joplin quanto pela melancolia da música brasileira de Cartola, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Maysa e Dalva de Oliveira. A poesia beat, da qual era fã, também serviu de inspiração para suas letras, que refletiam dores, amores e a curtição da boemia carioca.
Como vocalista do Barão Vermelho, Cazuza gravou os três primeiros discos da banda e, à frente do grupo, emplacou sucessos como Pro dia nasceu feliz, Maior abandonado e Bete Balanço. Vaidoso e em busca de liberdade criativa, o cantor partiu para a carreira solo em 1985. Com uma postura mais rebelde e inquieta, Cazuza lançou cinco álbuns, de onde saíram algumas de suas músicas mais conhecidas, caso de Exagerado, Ideologia, Brasil e O tempo não para – esta última, batiza a cinebiografia sobre a vida do cantor, dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho, lançado em 2004.
Em 2015, foi lançado um CD com músicas inéditas de Cazuza interpretadas por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Bebel Gilberto, entre outros.
A morte do cantor chocou o Brasil tanto por se tratar de um artista muito querido quanto pelo fato de ele ser a primeira figura pública de grande notoriedade no país a morrer em decorrência do vírus HIV num tempo em que a doença ainda era novidade.
Depois da morte do filho, a mãe do cantor, Lucinha Araújo, fundou a Sociedade Viva Cazuza, cuja missão é dar assistência para crianças e adolescentes carentes portadoras do vírus da aids, assistência social a pacientes adultos em tratamento na rede pública na cidade do Rio de Janeiro e difundir informações científicas sobre HIV/Aids além de esclarecimento de dúvidas para profissionais de saúde ou leigos.
Vinte e cinco anos depois, o legado artístico de Cazuza continua relevante e os principais sucessos do cantor permanecem, além de um veneno antimonotonia, retratos atuais do Brasil.

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