Encerramos neste domingo (14) nossa série de homenagens aos pais pelo seu dia, comemorado hoje. Desde sexta-feira (12), convidamos filhos de homens que se destacam na luta contra aids para falar sobre como é dividi-los, no dia a dia, com o enfrentamento da epidemia. É uma experiência que significa ter de aprender cedo a lidar com a ausência paterna por longos períodos. Foi o que aconteceu com Laura Mesquita, filha de Fábio Mesquita, ex-diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. “Meu pai começou a trabalhar nessa área quando eu nasci”, conta Laura. Algo a reclamar? Absolutamente nada. Hoje uma socióloga de 29 anos, Laura só tem elogios para Fábio. E gratidão.
Fábio Mesquita, que coordenou o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais de julho de 2013 até o maio deste ano (leia mais), é um homem cercado de mulheres. Além da mulher, a jornalista Fabi Mesquita, que trabalha no Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) tem três filhas, uma neta e duas gatas resgatadas da rua.
“Conviver com tantas meninas talvez tenha ajudado a aguçar sua sensibilidade na luta pelos direitos humanos, em especial das mulheres trans e cis. Pode-se dizer que Fábio é um pai libertário, que sempre orientou suas meninas a lutarem pelas boas causas. Deu certo”, nos contou Fabi:
Leia, agora, o depoimento de Laura e das outras duas filhas de Fábio, Juliana e a caçula Khadija.
Laura, socióloga, 29 anos: “Meu pai começou trabalhar na luta contra a aids logo que eu nasci. Minha vida foi, de alguma forma, bastante colorida por sua carreira. Ele me apresentou ativistas e pessoas corajosas, sem medo de ser quem são. E me levou para conhecer um mundo inteiro de pessoas que lutam pelo direito à vida de todo tipo de gente. Meu pai é um homem progressista e valente, sem medo de lutar pelo que é correto. Ele encanta as pessoas quase imediatamente com seu jeito sempre descontraído, suas boas piadas e sua extrema competência. Com ele, eu cresci sem preconceitos e apaixonada pela humanidade.”
Juliana Mesquita, atriz e produtora, 39 anos: “Meu pai é um guerreiro, que saiu vitorioso em diversas batalhas a favor da saúde da população. É preciso coragem para implantar programas de acesso a medicamentos e o de redução de danos. Ele fez isso. Tenho muito orgulho do meu herói que também é o herói de muito mais gente.”
Khadija, estudante, 6 anos: “Meu pai gosta de todo o mundo. Ele ajuda as pessoas, é um super herói. Você sabia que ele é médico? Quando crescer vou ser como ele.”
Fabi Mesquita, descreve a filha Khadija como uma miniativista. “O boletim da escola ressaltou seu impressionante senso de justiça”, nos contou. A menina, segundo Fabi, já está montando um canal no Youtube para falar de direitos humanos para as outras crianças. Seu primeiro post? Sobre suas amigas trans e travestis.
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