quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Pesquisadora conta em livro 120 anos de história de homens trans


Os casos de indivíduos que buscam reconhecimento como transgênero são um fenômeno cultural recente ou pessoas que se sentiam presas em um corpo "trocado", do sexo oposto ao qual se identificavam, sempre existiram –mas eram obrigadas pelas convenções sociais a se esconder?

Foi essa a questão que motivou a historiadora Emily Skidmore, professora da Texas Tech (EUA), a iniciar a pesquisa que culminou no livro "True Sex: Trans Men at the Turn of the Twentieth Century" (Sexo verdadeiro: homens trans na virada do século 20, em tradução livre), que chega às livrarias dos Estados Unidos no próximo dia 16 e estará disponível também em plataformas como Kindle e iBooks.
Pesquisadora das questões de gênero, Skidmore descobriu não só que 120 anos atrás havia mulheres que viviam como se fossem homens mesmo nas áreas mais remotas dos Estados Unidos, em relações que passavam publicamente por casamentos convencionais, como que a comunidade local costumava aceitar esses casos desde que envolvessem homens de bem.
Durante nove anos, Skidmore analisou jornais e a literatura existente sobre sexologia, além de dados censitários, registros da justiça e transcrições de julgamentos para reconstruir a história de pessoas como Ralph Kerwineo, que em 1914 foi denunciado pela mulher às autoridades após a descoberta de uma traição amorosa. Kerwineo chegou a ser detido por desordem e ouviu do juiz que deveria se vestir como a mulher que era se quisesse ficar longe de problemas.
 Emily Skidmore, autora de livro sobre transgênero.
True Sex usa histórias reais para defender a ideia de que o gênero humano sempre foi uma construção, tanto sujeito a debate quanto fluido.
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Folha - O que motivou sua pesquisa sobre o universo transgênero?
Emily Skidmore - Eu sempre me interessei pela história dos gêneros, especificamente pelos modos por meio dos quais as normas relacionadas a eles foram construídas ao longo do tempo. Quando iniciei minha pesquisa, em 2008, temas relacionados aos transgêneros eram discutidos com frequência no noticiário e apresentados quase sempre como um fenômeno novo. Isso me motivou a desafiar essa ideia e a olhar para a longa história de indivíduos transgênero.

Por que resolveu se concentrar na virada para o século 20? E por que a opção de tratar somente de homens trans?
A virada do século 20 é um período fascinante para se estudar porque muita coisa estava em transformação nos Estados Unidos. A nação se tornava mais urbana e moderna, e havia uma grande ansiedade na elite sobre os papeis de gênero quando mais e mais mulheres começavam a trabalhar fora e a lutar por direitos políticos.
Ao mesmo tempo, por volta de 1870, sexólogos na Europa e nos Estados Unidos definiram a homossexualidade como uma identidade distinta. Antes desse ponto, não se via o comportamento sexual como algo que definia a identidade de alguém –ou seja, uma pessoa podia desejar ou ter um romance com alguém do mesmo sexo, mas isso não determinava sua identidade. Assim, uma das coisas que me interessava sobre esse período era refletir a respeito de como as novas categorias de identidade são definidas e adotadas pelas pessoas comuns. Fiquei curiosa para ver como ideias criadas por cientistas se infiltravam e transformavam o modo como pessoas comuns pensavam sobre si mesmas ou seus vizinhos. E escolhi focar nos homens trans porque eles foram menos estudados que as mulheres trans.

O que você aprendeu sobre gênero? Foi o que você esperava?
Vi que existe uma longa história de pessoas que viviam como pertencentes a um gênero diferente ao identificado em seu nascimento, mesmo nas áreas mais remotas dos Estados Unidos. O que foi mais surpreendente é que, em muitos casos, a comunidade estava disposta a tolerar os homens trans em seu seio, desde que eles vivessem a vida como "bons homens" –ou seja, se fossem maridos solidários e trabalhadores empenhados. Havia limites a essa tolerância, é claro –ser visto como um "bom homem" era frequentemente algo que apenas homens trans brancos podiam conquistar, porque a presunção de inocência é um dos muitos privilégios de ser branco.
Nos últimos 120 anos, que termos foram usados para designar homens trans assumidos? E como esses termos se relacionam a cada período histórico?
Durante boa parte deles, não se empregava um termo único. Os jornais sensacionalistas poderiam usar linguagem humilhante como "homem-mulher" ou "marido garota", mas os jornais locais muitas vezes usavam uma linguagem muito mais humanizadora.

Por que a visibilidade do universo trans vem aumentando?
Uma das razões é que mais e mais indivíduos transgênero estão falando livremente e lutando por visibilidade e por direitos garantidos por lei.
Nos últimos anos, a corrente principal do movimento LGBT vem sendo a principal promotora de temas trans (enquanto, digamos, dez anos atrás, estava focada no direito ao casamento e ao serviço militar para gays e lésbicas).
E, é claro, existe um aumento da visibilidade na imprensa com celebridades como Laverne Cox, Chaz Bono e Caitlyn Jenner discutindo temas trans com um público mais amplo do que nunca. Esse aumento da visibilidade despertou nos EUA uma ansiedade que se manifestou na forma de legislação como a dos banheiros públicos [que permitia que pessoas usassem banheiros destinados ao gênero com o qual se identificavam e que foi revogada por Donald Trump].

Como você vê a recente decisão do presidente Donald Trump de banir a presença de transgêneros no Exército?
Estou profundamente triste com a decisão e a vejo como um retrocesso. Milhares de indivíduos transgênero servem atualmente nas Forças Armadas dos Estados Unidos, e eles deveriam ser festejados por sua coragem, e não expulsos. A decisão de Trump também é preocupante para aqueles de nós que se importam com os transgêneros porque criou um precedente inédito de escolher pessoas trans como alvo de discriminação.
Em artigo recente, o psicanalista brasileiro Marco Antonio Coutinho Jorge relacionou o aumento exponencial de casos de indivíduos trans à oferta de correção cirúrgica como solução para dúvidas sobre a diferença sexual. Como a medicina lidou com o tema ao longo do tempo?
Foi somente a partir de 1930 e 1940 que os médicos começaram a tratar de temas trans; antes, eles não eram uma categoria médica distinta. Antes dessa época, os médicos consideravam os indivíduos que se identificavam com um sexo diferente do que lhes fora atribuído no nascimento como loucos. Foi o caso de uma das pessoas de que trato no meu livro, Joseph Lobdell. Ele foi colocado em uma instituição de saúde mental nos anos 1880 devido à sua insistência de que era homem.
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Transexualidade
Antiguidade
Segundo a mitologia grega, Tirésias viveu parte da vida transformado em mulher como uma punição dos deuses

Séculos 16 e 17
Relatos de europeus apontam a existência, nas Américas, de indígenas que viviam como se fossem do sexo oposto
1838
O alienista Jean-Étienne Esquirol faz a primeira descrição de um caso que pode ser entendido como de transexualidade

Início do séc. 20
O médico e sexólogo alemão Magnus Hirschfeld é pioneiro na exploração das patologias sexuais ligadas a questões de gênero e na utilização do termo "travestismo".

1913
O psicólogo britânico Havelock Ellis propõe o termo "inversão sexo-estética" para descrever o travestismo e, em 1920, cunha a palavra eonismo para se referir a uma forma de transição da sexualidade

1931
Dora Richter se torna a primeira mulher trans a se submeter a uma vaginoplastia. Ela morreu após quatro cirurgias devido à rejeição do útero nela transplantado como parte do processo de readequação sexual

1952
Christine Jorgensen passa por cirurgia de readequação sexual depois de lutar na 2ª Guerra Mundial como homem

1953
O endocrinologista Harry Benjamin cunha o termo transexual e o define como indivíduo biologicamente normal, mas profundamente infeliz com seu sexo

Anos 1960
Início do ativismo em favor dos direitos dos transgênero nos EUA

Anos 1970 e 1980
Surgem diversas organizações de defesa dos transgêneros na Europa e nos EUA

Anos 1990
É criado nos EUA o Dia da Lembrança Transgênero, que depois se tornaria uma data internacional (20 de novembro), para homenagear vítimas de violência
Anos 2010
A atriz trans Laverne Cox é capa da revista "Time", e a ex-atleta e celebridade Caitlyn Jenner se assume como trans, dando mais visibilidade ao tema.
2016
Governo Obama lança nos EUA diretrizes para defender os direitos de estudantes transgênero –suspensas pelo presidente Donald Trump no início deste ano
2017
A Dinamarca é o primeiro país a retirar as identidades trans da lista de transtornos mentais; nos EUA, Trump anuncia a proibição de pessoas trans servirem às Forças Armadas

Fonte : Folha de S. Paulo

Vacinação em queda no Brasil preocupa autoridades por risco de surtos e epidemias de doenças fatais


Desde 2013, a cobertura de vacinação para doenças como caxumba, sarampo e rubéola vem caindo ano a ano em todo o país e ameaça criar bolsões de pessoas suscetíveis a doenças antigas, mas fatais. O desabastecimento de vacinas essenciais, municípios com menos recursos para gerir programas de imunização e pais que se recusam a vacinar seus filhos são alguns dos fatores que podem estar por trás da drástica queda nas taxas de vacinação do país.

O Brasil é reconhecido internacionalmente por seu amplo programa de imunização, que disponibiliza vacinas gratuitamente à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Criado em 1973, o Programa Nacional de Imunização (PNI) teve início com quatro tipos de vacina e hoje oferece 27 à população, sem qualquer custo. Nem mesmo a crise econômica afeta o bilionário orçamento da iniciativa, estimado em R$ 3,9 bilhões para 2017.
No entanto, a cobertura vacinal no país está em queda. Números do PNI analisados pela BBC Brasil mostram que o governo tem tido cada vez mais dificuldade em bater a meta de vacinar a maior parte da população. Um exemplo é a poliomielite: a doença, responsável pela paralisia infantil, está erradicada no país desde 1990.
Em 2016, no entanto, o país registrou a pior taxa de imunização dos últimos doze anos: 84% no total, contra meta de 95%, recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados de 2016 são parciais até outubro, mas emitidos após a campanha nacional de multivacinação, finalizada em setembro.
Para o governo, é cedo para dizer se há tendência de queda real ou se são oscilações por mudanças em curso no sistema de notificação - porém, os números já preocupam. "Ainda é muito precoce para dizer se há oscilação real, mas estamos preocupados, sim. O sinal amarelo acendeu," afirma Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunização.

Os riscos
O que o governo mais teme é que a redução de pessoas vacinadas crie bolsões de indivíduos suscetíveis a doenças antigas e controladas no país. Em um grupo como esse, a presença de apenas uma pessoa infectada poderia causar um surto de grandes proporções.
Foi o que houve nos Estados do Ceará e Pernambuco entre 2013 e 2015. Após quase dez anos com cobertura de vacinação acima de 95% contra sarampo, caxumba e rubéola, em 2013 houve forte queda na cobertura de pessoas vacinadas nos dois Estados, seguida por um surto de sarampo que teve início no Pernambuco e se alastrou para 38 municípios do Ceará.
Ao todo, foram 1.277 casos nos dois Estados. Antes do surto, o Brasil não registrava um caso autóctone de sarampo desde 2000. Casos isolados desde então eram importados de outros países.
Em 1997, antes desse surto, a chegada em São Paulo de um único bebê infectado com sarampo, vindo do Japão, causou uma epidemia de proporções subcontinentais. O vírus infectou 53.664 pessoas no Brasil e se alastrou para países da América do Sul, deixando dezenas de mortos. Dois anos antes, uma extensa campanha de vacinação contra o sarampo havia ficado abaixo da meta de 95% em todo o país - no Sudeste, atingiu apenas 76,91%.
"Quando há queda nas taxas de imunização você vai criando um grupo de pessoas suscetíveis. Esse grupo vai crescendo ao longo do tempo, até chegar ao ponto em que a importação de um único caso gera uma epidemia", explica Expedito Luna, médico e professor de epidemiologia do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP).
"Nós sabemos que é muito difícil atingir a totalidade de 100% das crianças vacinadas. Mas ao chegar próximo a esse nível, a chance de epidemia é muito pequena, mesmo na presença de um agente infeccioso", diz.

Movimento antivacina
De acordo com Carla Domingues, há diversos fatores que podem estar por trás dos números em queda e um deles pode ser a recusa, que tem aumentado nos últimos anos, de pais em vacinar seus filhos. "Os dados de 2016 mostram menor cobertura vacinal para a poliomielite. Pode ser por fatores sazonais, mas a resistência das pessoas é algo que está nos chamando a atenção," diz.
Com mais vacinas disponíveis, algumas famílias optam por quais aplicar em seus filhos. Outras preferem evitar a vacinação das crianças, por julgá-las saudáveis. Há ainda os que preferem evitar que os filhos sejam vacinados por razões religiosas, ou os que temem reações adversas - na Grã-Bretanha, por exemplo, houve um intenso debate no final dos anos 90 quando um médico sugeriu, em um estudo, uma ligação entre a vacina tríplice viral e casos de autismo.
Essa decisão individual - de vacinar os filhos ou não - acaba impactando o número de pessoas protegidas contra doenças transmissíveis, mas preveníveis, e criando grupos suscetíveis.
Grupos antivacina são tão antigos quanto os programas de imunização, iniciados no século 19, quando reações adversas eram mais frequentes. No Brasil, especialistas acreditam que os grupos são menos expressivos que na Europa e nos Estados Unidos, mas notam que há relatos cada vez mais frequentes de pais que optam por não vacinar seus filhos, principalmente entre os mais ricos. Essa decisão explica porque esse grupo tem as menores taxas de cobertura vacinal, juntamente com os mais pobres, mas por razões distintas.
"Pessoas de estratos econômicos mais elevados, alimentadas por informações não científicas, acabam selecionando quais vacinas querem tomar e alguns até abdicam de tomar todas. Por outro lado, você tem dificuldade nos grupos mais pobres, uma dificuldade de acesso aos serviços de saúde", afirma José Cassio de Moraes, professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, que publicou em 2007 um estudo comparando as taxas de cobertura entre as duas populações.
Para impulsionar a imunização e atingir as metas da OMS, o governo tem trabalhado nas escolas, em parceria com o Ministério da Saúde, para atingir crianças e jovens e lembrar as famílias sobre a importância de evitar o retorno de doenças antigas.
"A minha filha não viu amigos com poliomielite. Mas, na minha época, a primeira fileira na sala de aula era deixada para alunos com pólio", relembra a coordenadora do PNI. "A minha geração tinha pânico de ser contaminada, já hoje as pessoas não veem a doença e ficam mais relaxadas. Mas as crianças hoje são saudáveis porque seus avós e pais foram vacinados no passado", afirma.

"O mecanismo que faz com que vacina seja importante é a prevenção - ela não é curativa, ela é preventiva. Ela é dada no paciente saudável, para que possa criar anticorpos que o permitam responder à doença se houver contato com a bactéria ou vírus. A resposta não deve ser apenas quando há doença circulando, mas de maneira preventiva", ressalta.

Desabastecimento e recursos escassos 
Além do fator comportamental, problemas com o abastecimento de vacinas essenciais e municípios com menos dinheiro para gerir os programas de imunização também são apontados como fatores importantes.
Desde 2015, o país registra o desabastecimento de diversas vacinas. Do início de 2016 até junho desse ano, houve acesso limitado à vacina pentavalente acelular, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, meningite provocada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b e poliomielite. Também houve dificuldades com a BCG, que protege contra a tuberculose e é a primeira vacina dada ao recém-nascido.

Em julho, o Ministério da Saúde afirmou que a oferta da pentavalente havia sido regularizada, mas classificou como "crítico" o abastecimento das vacinas tríplice viral, tríplice bacteriana acelular infantil (DTPa) e rotavírus, todas parte do calendário de vacinação nacional. Para a DTPa, a previsão é que o abastecimento seja regularizado neste segundo semestre, enquanto as demais seguem sem expectativa de normalização.
Para Luna, a falta de vacinas nos postos de saúde, mesmo por alguns dias, pode afetar a cobertura. "A mãe pode não voltar," diz. Já a escassez de recursos nos municípios, responsáveis pelos programas de vacinação, diminuiu horários disponíveis para vacinação e reduziu o número salas em que o serviço é feito, o que impacta na cobertura.
"Sabemos que há municípios que tinham várias salas de vacina e concentraram em apenas uma. Será que isso piorou o acesso da população? Será que há profissionais o suficiente para vacinar, para evitar filas? Precisamos ver se não estamos burocratizando o processo de vacinação, o que dificulta o acesso," afirma Moraes.

Ele defende um estudo profundo do Ministério da Saúde para compreender a queda nos índices de imunização e evitar que o país retroceda nesse quesito e enfrente consequências graves. A Europa é um exemplo dessas eventuais consequências. Apesar do alto nível socioeconômico, um surto de sarampo já infectou 14 mil pessoas neste ano, e a doença é considerada endêmica em 14 países da região, incluindo Alemanha, França e Romênia. Só nesse último, foram 31 mortes desde 2016. As taxas em queda de vacinação são um dos principais fatores para o surto.
"Há um fluxo de pessoas que visitam a Europa que podem retornar e trazer o sarampo de volta ao Brasil. Se encontrar um bolsão de pessoas suscetíveis aqui, pode haver uma epidemia, essa é uma doença altamente contagiosa", alerta Moraes. "Não podemos perder nossas conquistas e essas são muito fáceis de perder. Progredir e manter o progresso é que é difícil."

Fonte : BBC

Teste rápido de HIV ainda não é vendido nas farmácias em Palmas


Desde o início de julho, o teste rápido de HIV está disponível para venda nas farmácias do Brasil. Mas no Tocantins o produto ainda não chegou. É que o exame, que deve ser vendido por R$ 80, tem o custo alto, na visão dos farmacêuticos. (Veja o vídeo)
O farmacêutico Salomão Sandes disse que em dois meses ninguém procurou pelo teste na farmácia dele, localizada em Palmas. “Não tem muita procura. E é um teste que tem um custo elevado”.

O exame, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em maio, detecta a presença dos anticorpos contra o vírus HIV a partir da coleta de gotas de sangue. O teste Action traz o dispositivo de teste, um líquido reagente, uma lanceta para furar o dedo, um sachê de álcool e um capilar (tubinho para coletar o sangue) e o resultado demora de 15 a 20 minutos para sair.
Apesar de o produto não estar nas farmácias palmenses, o teste rápido e gratuito já é disponibilizado nas unidades de saúde e no núcleo de assistência Henfil. A enfermeira Karina Ramos alerta que, mesmo quem compra o teste, precisa refazer o exame com um profissional, caso o resultado seja positivo.
“Quando ele faz o autoteste nele e dando positivo, não é fechado o diagnóstico. Ele tem de procurar uma unidade básica de saúde ou o núcleo Henfil para fazer uma contraprova. Fazendo essa contraprova é que realmente ele vai confirmar se está com o vírus HIV ou não”.

Gestos lança cartilha de conscientização para jovens sobre tratamento de HIV/aids



A partir da próxima quinta-feira (31), a Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero lança um reforço informativo com foco na conscientização dos jovens. O lançamento oficial será feito em uma roda de diálogo no Hospital Correia Picanço, na Tamarineira, nesta quinta, das 9h às 12h. A Cartilha de Adesão ao Tratamento foi produzido com a colaboração do grupo de jovens atendidos pela Gestos e tem financiamento da MAC Aids Foundation.
"A população jovem é atualmente a que tem registrado o maior número de novos casos de HIV. Por isso, a cartilha sobre adesão ao tratamento está focada nesta faixa etária que vai até os 29 anos”, destaca Jô Meneses, coordenadora de Programas Institucionais da Gestos. A Gestos conta atualmente com um grupo de 14 jovens militantes voluntários que participam de atividades na ONG e também em unidades de saúde, escolas e universidades esclarecendo questões sobre o HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis.
A Gestos mantém ainda o Espaço Jovem Saúde e Sexualidade – que atende pessoas entre 14 e 29 anos que tenham dúvidas ou qualquer questão referente a saúde sexual e reprodutiva (não necessariamente soropositivos). Para agendar o atendimento gratuito, que é feito com hora marcada, é preciso telefonar para o (81) 3421-7670.
A ONG também está oferecendo gratuitamente, com hora previamente marcada, testes de HIV em jovens entre 18 e 29 anos. “Os testes são realizados todas as terças-feiras pela manhã, apenas com hora marcada. Fazemos o aconselhamento pré e pós teste. No caso da sorologia positiva, a pessoa é encaminhada para o nosso atendimento de psicologia e assistente social, com orientação de encaminhamento para o Centro Testagem e Aconselhamento (CTA) para realizar o teste de confirmação e início do tratamento”, explica Roberta Correia, enfermeira responsável pelo Espaço Jovem da Gestos.

Fonte : Diário de Pernambuco

sábado, 26 de agosto de 2017

Pessoas com mais de 40 anos devem fazer teste para hepatite C, diz campanha



O vírus da hepatite C foi mapeado em 1989 nos Estados Unidos. O teste só passou a existir no Brasil em meado dos anos 1990. Soma-se a isso o fato de que a hepatite C é uma doença silenciosa: anos se passam e o vírus, sem avisar, pode levar à cirrose e ao câncer hepático.
Ainda, antes usava-se seringa de vidro no Brasil e agulha reutilizável -- o que contribuiu para a disseminação do micro-organismo. Seringa de plástico só veio depois.
Com tudo isso, muita gente ainda pode ter o vírus da hepatite C sem saber: no caso, 1,5 milhão de pessoas, segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde.
E foi esse cenário de desconhecimento que estimulou o lançamento de campanha para a detecção precoce de hepatite C nesta sexta-feira (25) em São Paulo. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Hepatologia e da Sociedade Brasileira de Infectologia.
"O teste só chegou ao Brasil em 1993, antes disso, não se conhecia o vírus. Por isso, a população acima de 40 anos é o principal alvo da campanha", diz Edmundo A. Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.
Também, segundo o especialista, diabéticos devem fazer o teste. Isso porque a hepatite C tem uma relação íntima com a doença: portadores do vírus têm quatro vezes mais chance de desenvolver diabetes tipo 2.
"Não se sabe muito bem ao certo a relação, mas acredita-se que a hepatite C contribui para a resistência à insulina", explica Lopes.
Como a hepatite C é transmitida pelo sangue, também usuários de drogas injetáveis e aqueles que possuem percings e tatuagens também podem ter sido expostos ao vírus caso material descartável não tenha sido usado.
O que é a hepatite C?
A hepatite C é uma lenta e gradual inflamação do fígado que, no limite, pode levar à cirrose e ao câncer hepático. Com isso, o órgão que tem a importante função de eliminar substâncias tóxicas do corpo pela filtragem do sangue, fica totalmente comprometido.
"Estamos insistindo no diagnóstico porque hoje a chance de cura hoje é de mais de 90% e sem efeitos colaterais", diz Sérgio Cimerman, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
O diagnóstico para a hepatite C é feito pelo teste anti-HCV, que identifica anticorpos no sangue que tentaram lutar contra o vírus. O teste está disponível no Sistema Único de Saúde, mas as entidades exortam para que o exame faça parte da rotina clínica de médicos em populações mais vulneráveis.

Fonte : G1

Unindo ficção à realidade, ONU e Rede Globo promovem debate sobre aids



O Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) e o setor de Responsabilidade Social da Rede Globo promovem desde segunda-feira (21) ações para incentivar o debate em torno de temas relacionados ao HIV e à aids. A iniciativa faz parte da parceria na plataforma de direitos humanos Tudo Começa pelo Respeito.
O foco das ações é promover o debate em torno da repercussão dos capítulos da supersérie “Os Dias Eram Assim” e do episódio 5 da série “Sob Pressão”.
A série Sob Pressão levanta temas que buscam mostrar a realidade dos serviços de saúde e urgência e emergência no Brasil. No episódio 5, que foi ao ar na terça-feira (22), Maicon (interpretado por Rafael Losso) chega ao hospital com a sua esposa em trabalho de parto e confessa ao médico de plantão que teve relações sexuais sem preservativo antes do casamento com uma mulher que acabara de ser diagnosticada com HIV. Além de fazer a testagem, Maicon também precisa contar à esposa que existe a possibilidade de ter transmitido o vírus para ela e para o bebê, já que o casal não fez os exames de pré-natal.
Para a repercussão desse episódio, o UNAIDS foi convidado pela Rede Globo a apoiar a produção da mensagem de sensibilização, exibida no final da série, e na elaboração do conteúdo para a página de Responsabilidade Social, que busca levantar debates relevantes ligados às temáticas desenvolvidas pela área de entretenimento da emissora.
Já em relação à supersérie “Os Dias Eram Assim”, o Unaids tem apoiado a Rede Globo e alguns de seus programas incentivando debates com sugestões de convidados e temas, além de mobilização nas redes sociais. A mensagem de sensibilização, exibida ao final do capítulo de segunda-feira (21) da supersérie — quando a personagem Nanda recebe o diagnóstico de aids — também contou com o apoio e sugestão do Unaids.
 
Em “Os Dias Eram Assim”, que se passa no início dos anos 1980, a personagem Nanda (interpretada por Julia Dalavia) foi diagnosticada com aids, em uma época em que a doença ainda era muito desconhecida e o diagnóstico era visto como uma sentença de morte. As cenas tiveram grande repercussão nas redes sociais e tocaram muitas pessoas.
“Quando esse tipo de ação de sensibilização acontece, fica claro que ainda estamos carentes de um debate sobre HIV e aids em nossa sociedade”, afirmou Daniel de Castro, assessor de comunicação do Unaids no Brasil. “Falar de HIV e de AIDS também é uma forma de trabalhar a prevenção. No mínimo, conseguimos alertar as pessoas para o fato de que a aids ainda não acabou e de que todo mundo precisa estar atento e se prevenir do HIV”, completou.
Ainda como parte da estratégia, a campanha “Viver Melhor”, também fruto da parceria entre o Unaids Brasil e a Rede Globo, tem sido exibida nos intervalos da programação, como forma de levar uma mensagem completa sobre a importância da prevenção e do tratamento para o HIV.
“O filme criado em parceria com a Responsabilidade Social da Globo tem como objetivo alertar as pessoas, e principalmente os jovens, sobre a necessidade de se fazer o teste do HIV e de se prevenir”, explicou Castro. “Além disso, ele cumpre uma missão importante de fazer a conexão entre a ficção e realidade, unindo entretenimento à informação e à educação”.
Outro complemento dessa estratégia foi um vídeo gravado pela Globo com o médico-psiquiatra Jairo Bouer, especialista em sexualidade, em que ele esclarece pontos importantes sobre diagnóstico e tratamento do HIV e sobre o combate ao estigma e à discriminação. O vídeo faz parte da plataforma REP: Repercutindo Ideias, lançada pela diretoria de Responsabilidade Social da Globo, com o objetivo de compartilhar ideias sobre temas relevantes no debate de sociedade.
“O ‘REP’ é uma nova plataforma para dar voz ao público sobre temas de interesse social. Com o lançamento da nova temporada de ‘Malhação’, enxergamos a oportunidade de ouvir a contribuição das pessoas sobre o tema diversidade”, disse Beatriz Azeredo, diretora de Responsabilidade Social da Globo, no lançamento da plataforma, em maio. O REP produzido com o Dr. Jairo Bouer faz parte de uma série de vídeos feitos sobre temas relevantes abordados na série “Sob Pressão”.
O Programa Encontro com Fátima de segunda-feira (21) dedicou mais de 20 minutos ao debate sobre a epidemia de HIV entre jovens e à repercussão da cena que iria ao ar naquela noite, com a personagem de Nanda, em “Os Dias Eram Assim”. O debate contou também com a presença do Dr. Jairo Bouer e de Andreia Fernandes, assistente social, HIV-positiva, com uma história semelhante a da personagem da série.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Pesquisa usa planta encontrada no Nordeste para combate ao HIV



Em São Carlos, no interior de São Paulo, pesquisadores brasileiros, em parceria com americanos, descobriram que uma planta da nossa flora pode ajudar pacientes com HIV.
É de uma trepadeira encontrada no Nordeste que vem a esperança de um novo remédio. No laboratório da USP, em São Carlos, os cientistas extraíram da semente da planta uma proteína chamada puchelina.
“É uma planta tóxica, na verdade, as sementes têm essa toxina, que a gente está usando, e é bastante tóxica, pode matar se for ingerida, por exemplo, a semente. O fato de ela matar que está sendo usado de uma forma benéfica”, disse a pesquisadora da USP Ana Paula Ulian Araújo.
A proteína da semente foi ligada a anticorpos produzidos no laboratório. Em parceria com a Universidade da Luisiana, nos Estados Unidos, os pesquisadores testaram a substância em células com o vírus HIV, fornecidas por um hospital norte-americano.
Eles descobriram que a mistura da proteína puchelina com os anticorpos identifica somente as células doentes, matando o HIV. Já os glóbulos brancos sadios não são atingidos. O pesquisador iraniano que coordenou os testes explica que a substância age em pouco tempo; 90% das células infectadas com o vírus HIV morrem em dez minutos.
O resultado acaba de ser publicado em um dos principais sites de divulgação científica do mundo, que reúne artigos da revista “Nature”.
Em todo o país, quase 830 mil pessoas são portadoras do HIV, segundo o Ministério da Saúde. São 41 mil novos casos por ano. Hoje, os medicamentos matam só os vírus que estão circulando no organismo e provocam geralmente diarreia, vômito e manchas. Já a substância produzida na USP consegue eliminar também os vírus que estão escondidos no corpo, em lugares como o sistema linfático e em partes do intestino.
“Esse composto, a gente percebeu que ele age diretamente nas células, onde os vírus estão praticamente dormindo ali”, afirmou o professor da USP Francisco Guimarães.
A próxima fase é testar a substância em macacos e depois em humanos.
“É o começo muito positivo que pode trazer, a partir de estudos então posteriores, quem sabe a tão desejada cura da aids. É claro que a gente não pode dizer isso agora, mas o potencial existe e é muito promissor”, declarou a pesquisadora.

Fonte : Jornal Nacional

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Julia Dalavia fala sobre personagem soropositiva em ‘Os dias eram assim’: ‘Tudo muda quando a gente fica doente, imagina com um vírus que ataca o corpo inteiro’



Foi difícil olhar fixamente para a TV e não se emocionar com Nanda, de “Os dias eram assim”, anunciando à família que tem o vírus HIV. Em cena, a atriz Julia Dalavia colocou toda a emoção a serviço da dor que vive a jovem, a mãe, Kiki (Natália do Vale), e a irmã, Alice (Sophie Charlotte), ao tomarem conhecimento da gravidade do que ela sofria e, até o momento, escondia.
“Eu assisti à cena sozinha, em casa. Estava muito nervosa”, afirma a atriz, de 19 anos, confessando que impressionou a própria mãe com o drama: “Ela viu a sequência e se emocionou. Disse que não me enxergava ali, que algo diferente a tocou. Essa fase da personagem tem mesmo me exigido uma outra concentração. Eu chego ao set, escuto minha música, fico quieta, tento acessar essa energia pesada, esse corpo, essa postura. Tudo muda quando a gente fica doente, imagina com um vírus que ataca o corpo inteiro. Só de me olhar no espelho como Nanda, não consigo mais sorrir.”
Na internet, a cena de Julia está sendo usada como referência até pelo Ministério da Saúde, para uma conscientização sobre a doença. “Em ‘Os dias eram assim’, Nanda revelou que está com aids. Esta cena é mais comum do que você imagina!”, adverte a mensagem no Twitter do órgão e Julia entende a necessidade:
“É um assunto sério que parece estar esquecido. Muitos creem que, porque há um tratamento, está tudo bem. Mas penso na dor de quem sofreu, das famílias que acompanharam, e é muito triste. Também ouço relatos de que o preconceito é muito marcante. Está aí mais uma responsabilidade: informar as pessoas. É necessário voltarmos a falar sobre isso.”

Fonte : Extra

Rafael Losso destaca aprendizado com soropositivo de 'Sob Pressão': 'A vida não acabou ali'



Em Sob Pressão, supersérie da “TV Globo”, Rafael Losso vive um grande desafio de sua carreira. Na pele de Maicon, o ator interpreta um personagem que descobre ser portador do vírus HIV, bem no dia do nascimento de seu filho. A notícia dolorosa, o deixa totalmente abalado, principalmente porque sua mulher o rejeita no primeiro momento. Com um conflito tão intenso para viver em cena, o artista revela como foi passar por essa experiência.
"Meu desafio maior foi tentar compreender a dor, entender onde ela bate dentro do organismo e expor de maneira que, quem estivesse assistindo, sentisse um pouco dela também. Foi instigante saber onde a gente pode ir e o que essa dor representa na hora."

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

"Folha de S. Paulo": Pequenas empresas se abrem para receber funcionários transexuais



A plataforma foi um dos canais usados pela hamburgueria Castro, inaugurada no fim de 2016 na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, para acrescentar diversidade ao negócio. Uma chamada publicada no site convidava pessoas de todos os gêneros e orientações sexuais para participar de uma seleção.
A transexual Roberta Proença Gouvea, 41, se candidatou e conseguiu a vaga de recepcionista do local, que tem 16 funcionários no total –dois deles são trans.
"A proposta da Castro me deu muita esperança para conseguir o emprego. Eu fui tratada como uma candidata de verdade", afirma ela.
Segundo Luiz Felipe Granata, um dos sócios da Castro, a proposta é ser um ambiente "não excludente" para funcionários e clientes.
"A maior diferença de trabalhar em um lugar como esse é poder ser quem você realmente é e se sentir seguro", afirma o transexual Bruno Mikó, 23, que trabalha como auxiliar de cozinha ali.
Com um investimento inicial de R$ 400 mil, o faturamento deve chegar a R$ 2,4 milhões neste ano. Os donos já planejam abrir uma franquia no próximo ano.
O estabelecimento faz parte de um grupo cada vez maior de empresas que têm procurado transgêneros –pessoas que se identificam com um gênero diferente do indicado pelos órgãos genitais de nascimento– para fazer parte de seu quadro de funcionários.
FALTAM DADOS
As dificuldades para conseguir trabalho ocorrem tanto por preconceito quanto por invisibilidade –não há dados sobre a empregabilidade de transgêneros no país.
Segundo a empresária e travesti Márcia Rocha, que administra a Transempregos de forma voluntária, cerca de 40% dos candidatos cadastrados na plataforma têm nível superior. "Mas mesmo para pessoas mais bem qualificadas, o mercado ainda é bastante hostil", afirma ela.
Gouvea, por exemplo, tinha ensino médio, dois idiomas –além do português, ela fala inglês e espanhol– e um intercâmbio no currículo. "Era mais fácil quando eu escondia das pessoas que eu era trans", afirma.
Aos 18 anos, Paloma Castro, também trans, desistiu de procurar emprego e passou a se prostituir. Hoje, aos 26 anos, é garçonete no Casa Café Teatro, na Bela Vista, região central de São Paulo.
O salário de R$ 1.191 permitiu que ela saísse das ruas enquanto termina um curso técnico em gestão de qualidade.
Histórias como a dela, no entanto, ainda são exceção. "Ainda é pouco, porque é muito recente. Temos muito trabalho a fazer", diz Márcia Rocha. "Mas sinto que a coisa realmente está acontecendo, não estou dando conta de tantas reuniões e capacitações."
AÇÕES
A IBM foi uma das criadoras, em 2013, do Fórum de Empresas LGBT. A organização informal reúne 39 grandes companhias que se comprometem com ações como usar o nome social do funcionário trans (em crachás e e-mails, por exemplo) e não restringir o uso de banheiros.
"Pessoas diversas trazem maior produtividade à empresa. Se eu fechasse essa porta, perderia bons recursos", diz Adriana Ferreira, líder de diversidade e inclusão da IBM Brasil.
Na outra ponta, para que essas pessoas cheguem melhor preparadas até as empresas, foi criado, em 2015, o projeto Transcidadania, da Prefeitura de São Paulo.
A iniciativa paga uma bolsa mensal de R$ 983,55 por até dois anos, enquanto os beneficiários, transexuais e travestis, voltam para a escola, fazem cursos profissionalizantes e são acompanhados por advogados e psicólogos.
Hoje, o programa tem 175 participantes.
No entanto, a baixíssima escolaridade e o envolvimento com drogas impedem, em alguns casos, que a pessoa esteja pronta para o trabalho no final dos dois anos, afirma Ivan Batista, coordenador de políticas para LGBT na Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania do município.
Para isso, diz o coordenador, está sendo criado um comitê envolvendo os departamentos de educação e saúde da cidade, para que esses fatores sejam tratados antes do ingresso no programa.
A Coordenação de Políticas LGBT, também da prefeitura, oferece ainda capacitação para empresas que queiram receber trabalhadores trans e conhecer a a lei estadual 10.948, criada em 2001 para proteger a comunidade LGBT nas relações de trabalho.
Fonte: Folha de S.Paulo
 

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