segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Diretor do Unaids, Luiz Loures, alerta jovens: "Aids não é coisa do passado"


“A cura, provavelmente, virá antes de uma vacina”, afirmou o diretor adjunto do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids), Luiz Loures, médico brasileiro e um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil, em entrevista para a Rádio Vaticano (RV), nesta segunda-feira (30). O diretor insiste que os avanços científicos não bastam para acabar com a epidemia: é preciso levar o teste a todos.
“Hoje, uma pessoa que trata, tem uma expectativa de vida, inserção social, familiar e pessoal normal. Cada vez mais, temos disponibilidade de tecnologias e de tratamentos que vão ter um impacto muito grande na qualidade da vida da pessoa tratada. O que está se tornando uma realidade hoje? Em vez de uma pessoa com HV tomar uma droga todos os dias, num futuro muito próximo, eu espero que seja uma injeção a cada três meses, sem ter essa parte que incomoda mais do tratamento que é a adesão diária às drogas. Então, existe progresso e eu tenho uma expectativa muito positiva que vamos chegar à cura. Somente a ciência não resolve: a questão central hoje é garantir que todos, independente de onde eles vivem, tenham acesso sem discriminação a essa ciência.”
RV: Muitos adolescentes de hoje pensam que a aids é coisa do passado...
“Não é! Apesar de termos as ferramentas para tratar e para levar essa epidemia ao fim, ainda não acabou. O que nós observamos no mundo é que existe uma tendência de recorrência da aids, principalmente, entre pessoas mais jovens. Existe um baixo ponto de vista da prevenção em relação ao HIV. Este talvez seja o desafio mais importante hoje: o que eu chamo de ‘fechar a lacuna de geração’. Minha geração viu uma epidemia que a geração mais jovem não vê, felizmente, mais. Mas a consequência disso é que existe também uma percepção incorreta de que a aids já acabou. Vamos acabar! Mas para isso precisamos, sem dúvida, de um engajamento total da população mais jovem em prevenção, tratamento e teste, principalmente! O chamado principal para um jovem hoje: faça o teste. É muito importante conhecer o seu estado. Se negativo, que se mantenha negativo, continue tomando as vias de prevenção, se positivo, vai ter uma via normal, com o tratamento disponível, mas faça o teste: isso ajuda muito a uma tomada de posição do jovem em relação à epidemia da aids”.
Pastoral da Aids
A Pastoral da Aids no Brasil atua há 14 anos e hoje está presente em quase todo território. O bispo de Goiás, Dom Eugênio Rixem, referencial da Pastoral no país, reitera a preocupação com o aumento da infecção entre os jovens.
“A gente percebe que está aumentando, apesar de todo o trabalho, principalmente na juventude. Já temos grupos trabalhando nesta área em mais da metade das 275 dioceses dos Brasil. Geralmente, são pequenos grupos, mas que fazem um trabalho muito bonito, de preservação, seguindo e respeitando os valores da nossa Igreja, mas também levando as pessoas a se conscientizar sobre o perigo desta infecção”.

Fonte : Rádio Vaticano

Bloqueio das contas do Estado de Alagoas garante compra de leite para bebês expostos ao HIV


As famílias de bebês expostos ao HIV/aids já podem respirar mais aliviadas. O bloqueio de contas do Estado de Alagoas, concedido pela Justiça de Alagoas a pedido da Defensoria Pública do Estado, foi cumprido e as latas da fórmula láctea infantil foram compradas e distribuídas para as unidades de referências e maternidades do estado. O insumo alimentará mais de 100 crianças de 0 a 12 meses, pelos próximos seis meses.

Receberam a fórmula láctea os hospitais Helvio Auto, Universitário e do Açúcar, o Pam Salgadinho e as maternidades Escola Santa Mônica, Nossa Senhora da Guia, Santo Antônio e Nossa Senhora de Fátima. Parte das latas foi encaminhada para as maternidades da rede cegonha no interior do Estado.

No último mês, o Núcleo de Direitos Coletivos e Humanos da Defensoria Pública, por meio do defensor público Daniel Alcoforado, pediu o bloqueio das contas do Estado para compra da fórmula láctea. A medida foi tomada em razão do descumprimento de uma decisão judicial, datada de outubro de 2016, que ordenava o restabelecimento da distribuição regular da fórmula.

O bloqueio, no valor de R$ 239.256,00, permitiu aquisição de 4.080 latas do suplemento alimentar Fórmula Láctea para Etapa I, indicado para bebês de 0 a 6 meses de vida, e 3.480 latas do suplemento da fórmula para 2ª etapa, de 06 a 12 meses de vida.

Segundo o site Alagoas 24 Horas, a Defensoria Pública continuará acompanhando o caso para garantir que não haja desabastecimentos no futuro.



Saiba mais

Justiça do Alagoas bloqueia R$ 200 mil do estado para compra de leite especial para bebês expostos ao HIV

Justiça cobra estado do Alagoas falta de leite para bebês de mães soropositivas

Justiça ordena que estado do Alagoas restabeleça o repasse de leite para bebês expostos ao HIV


Fonte : Alagoas 24 Horas

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Ativistas concordam com parecer do INPI sobre patente do Truvada


O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)negou o pedido de patente do medicamento comercialmente conhecido como Truvada, combinação dos antirretrovirais tenofovir e emtricitabina, feito pela empresa Gilead Sciences, em janeiro de 2004. Além de ser usada para tratar o HIV, a droga também é um método de prevenção a infecção pelo vírus que causa a aids, a chamada PrEP (profilaxia pós-exposição). Com a divulgação oficial do parecer a Agência de Notícias da Aids ouviu representantes do movimento social de HIV/aids para saber a opinião dos ativistas em relação a decisão do Instituto.
“O tenofovir e a emtricitabina não tem patente no Brasil, então, é incoerente que a combinação desses medicamentos tenha”, disse Jorge Beloqui, pesquisador e membro do GIV (Grupo de Incentivo à Vida).
Segundo o relatório do INPI, o pedido está indeferido por não apresentar o requisito de atividade inventiva, um pré-requisito na concessão de patente. A empresa tem 60 dias para entrar com recurso.
Em novembro de 2010, o GTPI protocolou no INPI uma oposição ao pedido de patente do Truvada, com argumentos técnicos, jurídicos e de saúde pública, que demonstravam porque o pedido deveria ser indeferido. Nos últimos sete anos, o Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual (GTPI), coordenado pela ABIA tem buscado colocar o medicamento em domínio público.
“Com a decisão, a combinação está em domínio público e pode ser fabricada e vendida por qualquer laboratório que tenha o registro sanitário aprovado no país. Sem a patente, outros laboratórios podem comercializar o medicamento no Brasil a baixos preços, o que permite ao SUS organizar uma política pública de prevenção e tratamento que coloque Direitos Humanos no centro desta ação”, afirmou em nota a ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids).  

Veja a opinião dos ativistas

Jorge Beloqui, pesquisador e membro do GIV (Grupo de Incentivo à Vida): O tenofovir e a emtricitabina não tem patente no Brasil, então, é incoerente que a combinação desses medicamentos tenha. Espero que isso signifique acesso a preços mais baixos e que seu fornecimento seja feito por meio de licitação. Se as indústrias farmacêuticas quiserem se desenvolver, que não seja com dinheiro da saúde pública. Acredito também que essa decisão abre caminho para a incorporação da PrEP (profilaxia pré-exposição) como alternativa de prevenção ao HIV.
Renato da Mata, da ANSDH (Articulação Nacional de Saúde e Direitos Humanos): Até onde eu sei um dos principais motivos para negar a patente é o preço cobrado pelo medicamento. A ação de não permitir a patente leva a duas possibilidades: ou a empresa não faz nada, ou ela reduz o preço. Este último foi o caso dos remédios para o tratamento da hepatite C. Acho muito positiva a decisão, desde que o país possa produzir. Agora, se o país não pode produzir, não faz sentido. A questão toda é custo benefício e ser mais barato para o país.
Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp (Fórum de ONGs Aids do Estado de São Paulo): Eu acho essa decisão perfeita. Nós do Foaesp estamos juntos com o GTPI e com a campanha #truvadalivre. A maior questão de tudo isso é que não tenha monopólio das indústrias em cima dos medicamentos e se abra a possibilidade para os genéricos. Uma boa parte dos movimentos sociais de HIV/aids não recebe recursos financeiros de laboratórios justamente por causa dessas questões. Lutamos por custos mais baixos para aumentar o acesso.
Veriano Terto, secretário de políticas da Anaids (Articulação Nacional de Luta contra a Aids) e assessor de projetos da ABIA: O INPI ter registrado colocou em documento o que já sabíamos. A rejeição é bem-vinda, pois ela permite maior competição e produção de genérico. Assim é possível baixar o preço e isso beneficia a saúde pública. Sabíamos que essa patente era um uso indevido, pois não conta com inventividade. Implantar a PrEP como politica de saúde pública não é possível com preço elevado. Não sabemos se a Gilead vai recorrer, mas permaneceremos mobilizados para que ela seja negada.

A reportagem da Agência de Notícias da Aids entrou em contato com a Gilead Sciences para saber se a empresa quer se manifestar e aguarda retorno.

Brasileiros ocuparão 900 das vagas que eram de cubanos no Mais Médicos


Profissionais brasileiros irão preencher, a partir de fevereiro, 900 vagas que antes estavam ocupadas por médicos cubanos no programa Mais Médicos. Lançado em novembro, o mais recente edital ofertou 1.390 vagas, das quais 1.378 serão ocupadas por médicos com registro profissional no Brasil. As 12 vagas remanescentes serão ofertadas novamente a médicos com registro no país em segunda chamada, prevista para o começo de fevereiro.
Pela primeira vez, além da reposição de rotina, foram disponibilizadas vagas antes ocupadas por profissionais cubanos, que vieram ao Brasil por uma cooperação intermediada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Desde que assumiu o cargo, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que uma das prioridades de sua gestão era a substituição dos profissionais cubanos por brasileiros. Atualmente, das 18.240 vagas do programa, 62,6% são ocupadas por cooperados cubanos, 29% por brasileiros formados no Brasil e 8,4% estrangeiros e brasileiros formados no exterior.
A meta do governo federal é substituir 4 mil médicos cooperados por brasileiros em três anos e, assim, reduzir de 11,4 mil para 7,4 mil participantes cubanos. A expectativa é chegar a 7,8 mil brasileiros no Mais Médicos, representando mais de 40% do total de profissionais.
Críticas
Quando o Mais Médicos foi lançado, em 2013,  a maciça presença de médicos cubanos foi duramente criticada pelas entidades médicas brasileiras. Um dos motivos foi o fato de estes profissionais não terem registro nos conselhos regionais de medicina do Brasil. Além disso, os vencimentos deles são pagos ao governo cubano, que repassa ao profissional um valor menor do que o recebido por outros participantes do programa.
Porém, apesar de os editais do programa sempre ter priorizado a contratação de brasileiros, a maior parte das vagas, muitas localizadas em áreas carentes e de difícil acesso, como Distritos Sanitários Indígenas, não atraíram o interesse de profissionais nacionais. Desde 2015, o governo tem apostado em novas estratégias para que os brasileiros participem do Mais Médicos.
Permuta e lotação
Nesta primeira chamada, os profissionais puderam escolher quatro localidades de preferência e foram distribuídos conforme critérios de classificação constantes no edital, entre eles detenção de título de especialista e experiência na área de Saúde da Família. Entre os inscritos, 91% conseguiram ser alocados em sua primeira opção de localidade.
Para os médicos que já atuam no programa, a partir deste edital o Ministério da Saúde ofereceu a chance de permuta de cidade. Por este mecanismo, o profissional que já está clinicando pode tentar a alocação em sua cidade de preferência. Caso o profissional não consiga permutar, ele permanece no município onde já havia sido alocado, sem risco de perda da vaga. O resultado dos pedidos de permuta com a alocação final está previsto para amanhã.
Após a lotação definitiva, os médicos deverão confirmar o interesse nas vagas, apresentando-se aos municípios. Os gestores deverão então validar o médico no sistema do programa até o dia 31 de janeiro, para que estes iniciem as atividades nas unidades básicas a partir do dia 1° de fevereiro.

Fonte : Agência Brasil

Governo distribui 1,5 milhão de camisinhas para o carnaval em Brasília


No mês de carnaval, em fevereiro, as unidades básicas de saúde de Brasília contarão com cerca de 1,5 milhão de preservativos, 400 mil a mais que a quantidade regular mensal. A Secretaria de Saúde também vai reservar 50 mil camisinhas para entrega gratuita a blocos de rua e a instituições como empresas e administrações regionais. O reforço é de camisinhas masculinas.
“Nos últimos anos, estudos revelaram que há mais informação e que o público está mais instruído. Mesmo assim, houve uma redução no uso de preservativos, principalmente do público jovem”, diz o gerente do Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, da Secretaria de Saúde, Sérgio D’ávila.
Segundo ele, ações como a do carnaval ajudam a diminuir a transmissão de doenças como aids, sífilis e hepatite C. “É importante incentivar o uso da camisinha, pois as infecções de transmissão sexual ainda têm números significativos. Apenas uma relação pode ser o suficiente para adquiri-las”, destaca D’ávila.
De acordo com a Agência Brasília, as camisinhas podem ser retiradas em qualquer unidade básica de saúde de Brasilia, em todas as regiões administrativas, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas.
Os blocos, as administrações regionais, as empresas e outras instituições interessadas em distribuir os preservativos podem entrar em contato pelo e-mail dstaidssaude@gmail.com. A rede pública do DF também oferece preservativos femininos.

Fonte : Agência Brasília

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

“Época”: Brasil nega patente do Truvada. Farmacêutica ainda pode recorrer a decisão



O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) negou o pedido de patente do medicamento usado para prevenir a infecção pelo vírus HIV, o causador da aids. O antirretroviral, cujo nome comercial é Truvada, combina duas drogas, o tenofovir e a emtricitabina, e é a base de uma nova linha de prevenção à aids, a chamada profilaxia de pré-exposição (PrEP). O medicamento deve ser tomado diariamente para proteger uma possível exposição ao vírus. Ele impede em mais de 90% dos casos a infecção pelo vírus HIV e deve ser usado como método complementar ao sexo seguro.
A incorporação do Truvada como PrEP à política brasileira de combate à aids deve voltar a análise na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) a partir de fevereiro. A adoção do método de prevenção para populações vulneráveis, homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo, e para parceiros sorodiscordantes é considerada por especialistas e grupos de apoio como medida fundamental no controle da epidemia. A negação do pedido de patente pode abrir caminho à incorporação. "O argumento de preço não existe mais na discussão", afirma Pedro Villardi, coordenador do Grupo de Trabalho Sobre Propriedade Intelectual, entidade que quer diminuir o impacto do custo das patentes na saúde pública. "Com o mercado aberto, a tendência é que a incorporação fique mais simples. Se os preços estão mais baixos, a política se torna mais exequível."
Por lei, os genéricos são, no mínimo 35%, mais baratos. O Truvada, produzido pela farmacêutica americana Gilead, a requisitante da patente no Brasil, é considerado um medicamento de alto custo. Nos EUA, onde é usado como PrEP desde 2012, um mês de tratamento já chegou a custar US$ 1.000 por mês. Há uma versão genérica no Brasil, desenvolvida pela farmacêutica Blanver, de Taboão da Serra, São Paulo. O pedido de registro foi encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O INPI considerou que não houve atividade inventiva na formulação do Truvada. Esse é um dos pré-requisitos para a concessão de patente, que dá ao inventor o direito de explorar comercialmente o produto por, no mínimo, 20 anos. De acordo com a análise do INPI, o uso de duas ou mais drogas como terapia antirretroviral já era conhecido antes do depósito de pedido de patente no Brasil, em 2004. “A formulação de drogas em uma única preparação é um objetivo lógico para o técnico no assunto”, diz o relatório. O INPI também considerou que não houve inovação na técnica para unir as duas drogas em um único comprimido. “As composições podem ser preparadas com qualquer método conhecido da técnica, não havendo indícios de grandes dificuldades farmacotécnicas”, diz o relatório. “O fato é que foram empregadas técnicas farmacêuticas rotineiras, como granulação úmida dos ingredientes com uma solução aquosa, secagem e compressão, sendo obtida uma composição com características satisfatórias.”
Em dezembro de 2015, o pedido de patente do Truvada já fora considerado inadequado pela Anvisa, que também deve dar sua anuência no registro de patentes de medicamentos. Uma decisão judicial anulou o parecer e permitiu o prosseguimento do processo no INPI. Em agosto do ano passado, um parecer do órgão já indicava à Gilead que ele não considerava o medicamento passível de proteção patentária. A empresa apresentou novos documentos para embasar o pedido, analisados pelo INPI antes de publicar a negação da patente nesta terça-feira (24). A Gilead tem 60 dias para recorrer da decisão.

Fonte : Época

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

“Estadão”: Página sobre direitos LGBT foi retirada do site da Casa Branca

Logo após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, algumas seções sumiram completamente do site da Casa Branca. A página dedicada à comunidade LGBT (que ficou arquivada neste link) foi uma delas.
Algumas mudanças eram esperadas, como diferenças no design e no nome de algumas seções. Sob a aba 'Issues', ou 'Questões', alguns títulos mudaram. 'Política Externa', por exemplo, virou 'Política Externa América em Primeiro Lugar' e 'Defesa' se tranformou em 'Tornar Nosso Exército Forte Novamente'. No entanto, a nova administração surpreendeu ao excluir também seções como a de direitos civis, plano de saúde e mudanças climáticas.
Para acessar o arquivo do site sob a gestão Obama clique aqui.
Veja a comparação da seção 'Issues' abaixo:

"Veja": Cresce o número de adolescentes que não usam camisinha no Brasil


A revista “Veja” trouxe em sua nova edição uma reportagem, assinada por Giulia Vidale, a respeito do aumento no número de adolescentes que não usam preservativos nas relações sexuais.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita com mais de 100.000 alunos do 9º ano do ensino fundamental, entre 13 e 15 anos, mostra que, em 2015, 66% tinham usado camisinha na última relação sexual — uma redução preocupante em relação a 2012, quando 75% revelaram ter posto o preservativo.  
Na matéria, o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, afirma: “Os jovens estão deixando de se cuidar porque simplesmente não temem as doenças transmitidas pelo sexo”.

Cópia do debate "Depois de Durban: Novos Caminhos e Desafios" é entregue as ONGs/Aids de São Paulo


A partir desta semana várias ONGs/Aids do estado de São Paulo receberão um DVD com a mesa redonda "Depois de Durban: Novos Caminhos e Desafios". Trata-se de um debate que foi produzido pela Agência de Notícias da Aids que convidou gestores e ativistas para uma reflexão sobre a 21ª Conferência Internacional de Aids, em Durban, na África do Sul.
Idealizado pela diretora desta Agência, Roseli Tardelli, o vídeo tem aproximadamente 50 minutos. No programa, os especialistas conversaram sobre as últimas novidades no enfrentamento da pandemia apresentados em Durban e fizeram um balanço sobre a realidade da doença no Brasil e no mundo.
O debate foi mediado por Roseli e contou com a participação da médica Maria Claria Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, da infectologista Eliana Gutierrez, ex-coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, do ativista Américo Nunes, coordenador do Movimento Paulistano de Luta Contra a Aids, e da arte-educadora Adriana Bertini.
"Nem todo ativista consegue participar e conhecer a dimensão de uma Conferência Internacional. Quando idealizamos este bate-papo a intenção foi democratizar o acesso as informações e conhecimentos que adquirimos na última conferência", explicou Roseli Tardelli.
Cerca de 120 ONGs receberão uma cópia do programa. O projeto teve o apoio do Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais, da Gilead Sciences Farmacêutica do Brasil Ltda. e da Via TV.
Redação da Agência de Notícias da Aids

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Em Manaus, maternidade zera transmissão de HIV entre mães e filhos


Entre os anos de 2015 e 2016, a Maternidade Alvorada, localizada no bairro Homônimo, zerou os casos de transmissão de HIV passada da mãe para os filhos nascidos na unidade de saúde do Estado. A unidade recebeu o “Selo Maternidade sem Transmissão Vertical”, da Secretaria de Estado da Saúde (Susam).
A proposta do selo é a certificação de hospitais e maternidades que cumprirem 100% dos critérios estabelecidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a profilaxia da transmissão vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais, reduzindo assim a mortalidade infantil.
Para a certificação do selo é necessário seguir as seguintes etapas: adesão das maternidades; capacitação e implantação de normas e rotinas; habilitação/credenciamento; monitoramento por 12 meses. Com a aplicação correta dos protocolos de saúde é possível reduzir em mais de 70% as chances de transmissão do vírus da mãe para o bebê.
“Graças ao trabalho da nossa equipe, a grande responsável por esse resultado, nós superamos os percentuais e zeramos a transmissão vertical na nossa unidade”, afirmou a diretora da Maternidade Alvorada, Elcinei Sampaio.
A diretora explica que algumas medidas são primordiais para evitar a transmissão. Entre elas, medicar a grávida durante a gestação e no momento do parto, e o bebê após o nascimento. Além disso, adotar as condutas médicas recomendadas no momento do parto. “Para nós, esse trabalho é muito gratificante, uma vez que damos para essas crianças uma oportunidade de ter uma vida normal”, completou.
Números da doença
De acordo com dados do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), o Amazonas registrou 15.149 casos de aids, no período de 30 anos (de 1986 a agosto de 2016). Separadamente, Manaus teve 12.179 casos (80,39%), Parintins 265 (1,74%), Tabatinga 248 (1,63%), Itacoatiara 157 (1,04%), Tefé 155 (1,02%).
“O governo do Amazonas fez um grande investimento na capacitação do pessoal e nossa coordenação tem feito grandes avanços nessa área em municípios do interior. Tivemos uma redução de 50% no número de transmissões verticais, em todo Amazonas, se compararmos o ano de 2015 com 2016. A nossa meta é zerar o número de casos”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Pedro Elias.
A partir de 2006, o Amazonas tem apresentado taxas de detecção superior à média nacional. Em 2013, a taxa de detecção do estado era de 37,4 casos por 100 mil habitantes, 83% maior que a taxa nacional, que é de 20,4 casos por 100 mil habitantes. Em 2014, essa taxa foi de 65% em Manaus. No período de 1986 a 2014, o número de óbitos foi de 2.557 casos.

Fonte : Jornal de Humaitá

“Estadão”: População da cracolândia sofre com sífilis, tuberculose, hepatite e aids


O censo da cracolândia ainda confirma o alerta dado por muitos especialistas em saúde pública: a dependência química não é a única doença enfrentada pelos usuários da região. Segundo a pesquisa, uma a cada cinco pessoas da cracolândia já contraiu sífilis, que representa perigo especial para gestantes e bebês. A infecção pode provocar abortos ou algum tipo de má formação no feto, como alterações ósseas, cerebrais e cegueira. Tuberculose, hepatite e aids são outras doenças associadas muito presentes na população da área.
Outro dado aponta que 60,6% dos dependentes já trocaram dinheiro por sexo - e, segundo especialistas, a relação sexual é uma das principais maneiras de transmitir as doenças registradas entre os moradores e frequentadores da cracolândia - e outros 31% já tentaram se matar.
"Até hoje a gente trata o crack como se ele fosse um problema de polícia. Não, é problema de saúde pública. A sífilis é mais grave que o zika vírus", afirma o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP Gonzalo Vecina. "A mulher que a contrai terá filhos com sífilis congênita, doença que compromete todo o desenvolvimento do bebê. Estima-se que em 2017 o Brasil registre cerca de 20 mil novos casos. É muito grave isso, pois estamos falando de uma doença que tem diagnóstico e tratamento baratos."
Para Vecina, os dados revelados não surpreendem. "Os drogaditos, geralmente, têm baixa imunidade e vivem em condições adversas de vida, o que pode levar, sim, a quadros de tuberculose, por exemplo", diz, referindo-se à taxa de 12,4% levantada pelo censo. De acordo com o professor, a pesquisa é importante porque mostra claramente os outros riscos a que são submetidos os dependentes químicos, e sem que o Estado atente para isso.
Moradora de rua há 17 anos, Maria da Silva (nome fictício), de 45, diz que precisou procurar ajuda após ter uma crise de tosse. "Fui falar com o pessoal de uniforme verde (assistentes sociais) para cuidar da saúde. Eu tenho bronquite", diz. Segundo afirma, também toma precauções ao praticar relações sexuais. "Eu não levo essa vida de rua, de fazer sexo com uma pessoa diferente todo dia. Gosto de ter um marido só para mim."
Secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara afirma que o futuro programa municipal de combate ao crack vai dividir os dependentes da cracolândia de acordo com suas características físicas e mentais, a fim de personalizar o atendimento médico dedicado a eles. "Vamos ter uma classificação específica, que vai nos ajudar na condução das políticas públicas de saúde. A incidência dessas doenças relacionadas mostra que cada um precisa ser avaliado individualmente."
Segundo Pollara, serão 14 grupos distintos. "A ideia é que o Redenção tenha uma estratégia específica para o usuário eventual, outro para o morador de rua com doença mental, para a criança etc. Não dá para tratar todo mundo da mesma forma", completa.

Fonte : O Estado de S. Paulo

Novo anticorpo é capaz de diminuir carga do vírus HIV no sangue, informa "Pesquisa Fapesp"


Um anticorpo desenvolvido pelo grupo do imunologista brasileiro Michel Nussenzweig, do Laboratório de Imunologia Molecular da Universidade Rockefeller, em Nova York, nos Estados Unidos, mostrou-se eficaz ao diminuir a carga do vírus HIV, causador da aids, no sangue de pessoas infectadas, informa a matéria publica pela revista "Pesquisa Fapesp".
Em um estudo publicado nesta segunda-feira (16), na revista "Nature Medicine", os pesquisadores relatam terem conseguido reduzir o número de cópias do HIV ao administrarem apenas uma dose de um anticorpo chamado 10-1074. É a primeira vez que esse anticorpo foi testado em seres humanos. Segundo o grupo liderado por Nussenzweig, os resultados ampliam as perspectivas de se obter uma nova classe de drogas com diferentes mecanismos de ação contra o HIV, enquanto não há vacina disponível.
O anticorpo 10-1074 pertence a uma geração de anticorpos que têm se mostrado eficazes no combate a uma grande variedade de cepas do HIV. Mais potentes do que os habituais, esses anticorpos são produzidos naturalmente por alguns pacientes e, em seguida, clonados e reproduzidos em laboratório.
Há algum tempo a equipe de Nussenzweig trabalha na obtenção de um conjunto de anticorpos capazes de atacar regiões do vírus vulneráveis à ação de células do sistema de defesa do organismo humano. A ideia é fazer um uso combinado desses diferentes tipos de proteínas do soro sanguíneo com antirretrovirais convencionais para tratar pessoas infectadas com HIV.
Em um estudo publicado em 2015 na revista Nature, a equipe de Nussenzweig descreveu resultados promissores envolvendo outro tipo de anticorpo, o 3BNC117. À época eles verificaram que o anticorpo reconhecia uma região específica do vírus, impedindo-o de se conectar a uma proteína da superfície dos linfócitos T do tipo CD4 e invadir essas células do sistema de defesa do organismo. O anticorpo 3BNC117 bloqueou a ação de 195 das 237 cepas testadas, mesmo quando administrado em pequenas quantidades.
O anticorpo 10-1074 descrito no estudo da Nature Medicine é mais potente do que o 3BNC117 —doses mais baixas são suficientes para que ele exerça atividade antiviral. No entanto, tem atividade contra um número menor de variedades do vírus. “As cepas resistentes ao 10-1074 não são resistentes ao 3BNC117”, explica a imunologista brasileira Marina Caskey, integrante da equipe de Nussenzweig e uma das autoras do artigo. “Esse dado é importante porque reforça a ideia de que o uso combinado de diferentes anticorpos pode ser mais efetivo do que o uso isolado de apenas um deles.”
O 10-1074 foi descoberto pelo pesquisador Hugo Mouquet, agora no Instituto Pasteur de Paris, na França. No estudo, os pesquisadores multiplicaram o anticorpo, administraram pequenas doses em 14 indivíduos não infectados e em outros 19 infectados com HIV-1 (subtipo mais comum e agressivo do vírus) por meio de uma única injeção intravenosa. Os pesquisadores monitoraram os níveis de anticorpos e a carga viral do HIV no sangue dos participantes ao longo de seis meses.
Verificaram que, no organismo, o 10-1074 se liga a uma região específica da superfície do vírus chamada V3 loop. O anticorpo mostrou-se seguro e bem tolerado por todos os participantes da experiência. Eles também observaram que o 10-1074 diminuiu e manteve sob controle, bastante baixa, a carga viral do HIV por até seis semanas.
A cada ano, cerca de 3 milhões de pessoas são infectadas no mundo, segundo os especialistas no assunto. Ao todo, estima-se que 37 milhões de pessoas não sabem que vivem com o vírus e 18 milhões não têm acesso a tratamento. No Brasil, apesar de a distribuição dos medicamentos antirretrovirais ser gratuita por meio do sistema público de saúde, o número de casos novos aids voltou a crescer, passando de 43 mil em 2010 para 44 mil em 2015 (leia aqui).
Os pesquisadores já iniciaram os testes envolvendo a ação combinada dos dois anticorpos e pretendem testar modificações desses mesmos anticorpos que prolongam a atividade antiviral por até quatro vezes mais tempo do que os anticorpos originais. “Acreditamos que, juntos, eles serão capazes de manter sua atividade durante vários meses, o que poderia potencialmente permitir sua administração a cada quatro ou seis meses”, explica Marina.
Leia o artigo completo em inglês aqui.

Saiba mais

Fonte : Pesquisa Fapesp

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Brasil tem primeira advogada transexual trabalhando com nome social


O Brasil tem desde o dia 9 de janeiro sua primeira advogada transexual trabalhando com seu nome social. A advogada Márcia Rocha recebeu a primeira certidão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) São Paulo com o nome social. O Conselho Federal da entidade ratificou a decisão. Para o presidente da OAB São Paulo, a entrega do documento é uma conquista dos direitos humanos em período marcado por retrocessos.
"Em um momento em que o mundo parece apresentar passos para trás na trajetória da civilização, com direitos civis sendo contestados, direitos humanos vilipendiados e discursos de ódio proclamados nas redes sociais, esse espaço traz uma nova luz. Respeita aquele que talvez seja o principal direito, que por incrível que pareça não é direito explícito na Constituição, mas está lá, que é o direito à felicidade. Que todos tenham a possibilidade de exercer esse direito de ser feliz. É isso que se faz hoje com a Márcia Rocha”, disse.
Na cerimônia, Márcia Rocha, falou sobre a importância do certificado. “Morrem pessoas todos os dias por conta unicamente do preconceito. Portanto, a possibilidade de fazer com que as pessoas pensem sobre esse assunto e nos vejam enquanto seres humanos, capazes de trabalhar e de exercer uma profissão com seriedade, como é a advocacia, eu acho extremamente importante”, disse.
Em 2013, a advogada Márcia Rocha palestrava no interior de São Paulo sobre direitos humanos e diversidade sexual, como representante da OAB do Brasil. Ao final da conferência, foi questionada por uma das pessoas da plateia, por qual razão seu nome não constava nos quadros da OAB.
Membro da Comissão de Diversidade e Combate à Homofobia da Ordem desde 2011, ela sempre se apresentou ao público respeitando sua identidade de gênero. No sistema da entidade, porém, constava apenas seu nome de registro.
“Foi até uma coisa meio humorística. Realmente não tem Márcia Rocha mesmo. Poxa vida, parece que sou uma fraude, porque a pessoa procura e não me acha. Isso aconteceu duas vezes. Era uma contradição muito grande. Dava a impressão que a OAB estava sendo conivente com uma falsidade ideológica", recorda.
O fato vivido, ao ser narrado para outro colega da entidade, gerou o pedido para que advogados travestis e transexuais de São Paulo tivessem o direito ao uso do nome social. Feita em 2013, a demanda acabou sendo aprovada nacionalmente em maio de 2016 e a OAB teve 180 dias para adaptar o sistema, o que ocorreu agora em janeiro.
Formada em direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Márcia diz ter consciência de sua identidade feminina desde criança. Aos 14 anos começou a tomar hormônios, mas foi convencida pelo pai, que notou a alteração física, a interromper o processo.
“Eu sou trans desde pequena, mas fiquei escondida no armário a vida inteira. Aos 14 anos meu pai percebeu, eu comecei a tomar hormônio, ele viu, me levou no médico, e eu tive que contar. Eles me convenceram a ficar no armário muito tempo.”
Tal permanência, entretanto, não era absoluta. Márcia atendeu à determinação dos pais, mas nunca escondeu de suas parceiras a transexualidade. Aos 45 anos, com a carreira estabelecida, após dois casamentos e com uma filha, diz que abandonou o “terno e gravata” que lhe foram impostos, e decidiu assumir publicamente sua identidade de gênero.
“Coloquei próteses, já tinha os seios desenvolvidos, mas fiz mais umas mudanças, e aí não tinha mais como esconder. A OAB me convidou para fazer uma palestra, eles gostaram e me chamaram para fazer parte da Comissão de Diversidade e Combate à Homofobia.”
Garantias
Embora não se recorde de ter vivido situações de preconceito no meio profissional, ela defende o nome social como uma segurança.
“Eu tenho tido uma experiência muito boa em cartórios, delegacias, um respeito muito grande. Não tive problema em nenhum desses ambientes. Eu posso dizer, olha, me chame de Marcia, mas é uma coisa informal. Você ter um amparo legal do uso desse nome é bastante importante.“
Márcia acredita que a regulamentação da Ordem é um marco no cenário nacional e tende a ser um caminho na garantia de direitos à população transgênero.
“Pela OAB ser uma entidade extremamente técnica do direito, o fato de ter aceito o uso do nome social, torna-se impossível para qualquer outra entidade de classe argumentar contra. Acho que foi extremamente importante. Cada passo que se dá na direção da igualdade, liberdade, do direito, da saúde, são passos importantes para uma população que sempre foi tão discriminada, tão marginalizada. E ainda é", pondera.

Fonte : G1

Ministério da Saúde tira dúvidas sobre a vacinação contra o HPV para meninos


 
Em 2017, a vacina contra HPV passa a ser oferecida, em todo o Brasil, para os meninos na faixa etária de 12 a 13 anos. A imunização, que já é destinada às meninas, pode prevenir os cânceres do colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe, refletindo diretamente na redução dos casos de HPV, bem como nas mortes provocadas pelo vírus.
O Ministério da Saúde reuniu algumas informações para responder os principais questionamentos das famílias, adolescentes e público em geral, bem como explicar a importância da vacinação.
1.    Qual é o público-alvo de vacinação contra HPV definido pelo Ministério da Saúde?
Meninos: Em 2017, a vacina HPV será disponibilizada para a faixa etária de 12 a 13 anos *, considerando o intervalo de seis meses entre as doses. Mas, até 2020, a faixa etária masculina será ampliada gradativamente para meninos a partir de nove anos de idade.
Meninos e homens vivendo com HIV/aids: Em 2017, todos os homens vivendo com HIV/aids, entre nove e 26 anos, deverão receber a vacina, sendo o esquema de 3 doses (0, 2 e 6 meses). Nesses casos, é necessária a prescrição médica.
*a vacina para os meninos de 13 anos está disponível até um pouco antes de completarem 14 anos, ou seja: 13 anos, 11 meses e 29 dias.
2.  Qual é o número de doses que os meninos terão de tomar?
Para os meninos, está disponível a vacina HPV quadrivalente, em 2 doses. A primeira dose deve ser tomada entre 12 a 13 anos e, a segunda, 6 meses depois. Para a segunda dose, é importante entender que se a criança foi vacinada dentro do limite da faixa etária, estipulada até 13 anos, ela terá de tomar a segunda dose ainda que já tenha completado os 14 anos.
Já para os meninos e homens vivendo com HIV/aids é diferente. Estão disponíveis 3 doses, com intervalo de 2 e 6 meses.  
3.    A vacina é por via oral ou é injeção?
O procedimento é realizado via intramuscular, ou seja, injeção de apenas 0,5 ml em cada dose.
4.    Quem já teve diagnóstico de HPV pode vacinar?
Pode! Desde que esteja na faixa etária estipulada. Existem estudos com evidências promissoras de que a vacina previne a reinfecção ou a reativação da doença.

5.    Por que a vacina HPV não é introduzida para todas as faixas etárias no País?
A vacina é potencialmente mais eficaz para adolescentes vacinados antes do seu primeiro contato sexual, uma vez que a contaminação por HPV ocorre juntamente ao início da atividade sexual.
6.    A proteção dura a vida toda?
Até o momento, sabe-se com convicção que a vacina pode proteger por 9 anos, mas a imunidade relacionada à vacina ainda não foi determinada, principalmente pelo pouco tempo em que é comercializada no mundo, que é desde 2007.
Embora se trate da mais importante novidade que surgiu na prevenção à infecção pelo HPV, ainda é preciso aguardar o resultado de estudos em andamento para fornecer mais dados sobre a duração da proteção e necessidade de doses de reforço.
7.    A vacina HPV pode ser administrada concomitantemente com outra vacina?
A vacina HPV quadrivalente pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação (PNI), sem interferências na resposta de anticorpos a qualquer uma das vacinas. Quando a vacinação simultânea for necessária, devem ser utilizadas agulhas, seringas e regiões anatômicas distintas.
8.    A vacina HPV provoca algum efeito colateral?
A vacina contra o HPV é uma vacina segura e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Já é utilizada como estratégia de saúde pública em quase 100 países que realizaram a aplicação de mais de 175 milhões de doses desde 2006, sem registros de evidências que pudessem pôr em dúvida a segurança dessa imunização. 
Os eventos adversos mais comuns relacionados à vacina HPV são os mesmos relacionados às outras vacinas, como reações locais (dor, inchaço, e vermelhidão), dor de cabeça e febre, em menor incidência. Eventualmente, podem ocorrer desmaios, formigamento nas pernas, fatos que podem ser observados ao se aplicar medicações injetáveis em adolescentes e não relacionado especificamente à vacina HPV, mas ao medo de tomar injeção.
9.    O que fazer se sentir alguns desses sintomas após ser vacinado?
Recomenda-se que a pessoa permaneça sentada por 15 a 20 minutos, imediatamente após receber a vacina sem fazer esforços para prevenir possíveis reações.
No caso da aparição de sintomas, durante os dias posteriores ao da vacinação, recomenda-se procurar uma unidade de saúde mais próxima relatando o que sentiu ou o que está sentindo.
10.    Em quais situações a vacina contra o HPV não deve ser administrada em meninos/homens?
A vacina HPV é contraindicada e, portanto, não deve ser administrada em meninos/homens com: 
hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer um dos excipientes da vacina;
história de hipersensibilidade imediata grave à levedura; ou que desenvolveram sintomas indicativos de hipersensibilidade grave após receber uma dose da vacina HPV;
Vanguarda
O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. A faixa-etária será ampliada gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9 anos até 13 anos*.

Fonte : Portal Brasil

Chamada pública destina R$ 1 milhão para pesquisas sobre gestão do SUS



O Ministério da Saúde e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz vão destinar R$ 1 milhão para estudos na área de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS).
Os recursos serão disponibilizados até 19 de fevereiro por meio de chamada pública aos pesquisadores interessados em propor soluções a problemas de saúde e para o fortalecimento da gestão do SUS.
As pesquisas abordarão temas prioritários do Ministério da Saúde. No campo da assistência farmacêutica, por exemplo, foram solicitadas análises econômicas que podem contribuir com o uso racional de medicamentos como: estatinas (controle do colesterol) anticonvulsivantes e do infliximabe e rituximabe (tratamento de artrite reumatóide).
A vigilância em saúde também está presente na chamada com estudos que aprimorarão o diagnóstico e tratamento da malária, tuberculose, HIV, H1N1, entre outros. Já na área de gestão de equipamentos, serão realizados estudos sobre a efetividade de novas tecnologias como acelerador de próton, que poderão ser utilizados na radioterapia contra o câncer e oxigenoterapia hiperbárica, que serve para o tratamento de queimaduras.
Inscrição
Para participar, os pesquisadores devem encaminhar seus projetos, em formato de PDF para os endereços eletrônicos: rebrats@saude.gov.br, com cópia para sustentabilidade1@haoc.com.br. O proponente deverá, obrigatoriamente, preencher os seguintes requisitos no ato da inscrição: ser portador de título de doutor e ter currículo na Plataforma Lattes atualizado. O edital está disponível na internet. 
As propostas serão avaliadas quanto ao mérito técnico científico, experiência prévia em projeto de pesquisas, participação no SISREBRATS e se é membro do REBRATS. O resultado final da chamada deve sair no dia 6 de março.
A ATS é a avaliação sistemática dos efeitos ou impactos de uma tecnologia em saúde, que englobam medicamentos, materiais, equipamentos, procedimentos, sistemas organizacionais, programas e protocolos assistenciais. O objetivo é gerar mecanismos que aprimorem a atenção e os cuidados com a saúde prestados à população.
Proadi SUS
A chamada pública faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), que desde 2009 tem investido recursos para o fortalecimento do SUS e financiamento, com recursos de isenção fiscal (COFINS e cota patronal do INSS), concedida aos hospitais filantrópicos de excelência reconhecidos pelo Ministério da Saúde. O Programa conta com 412 projetos, e ainda tem mais de 123 em execução, em estudos de avaliação e incorporação de tecnologia, capacitação de recursos humanos, pesquisas de interesse público em saúde e desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em serviços de saúde. Ao todo, já foram investidos cerca de R$ 4 bilhões.

  CNS discute desafios para garantir direito universal à Saúde em tempos de negacionismo, durante debate na UFRGS 14 de fevereiro de 2022 O ...